Alma da MICA
MICA é memória,
inteligência e controle ou comunicação ou verbalização artificiais. “Insuflar”
alma na MICA é apenas atribuir-lhe capacidade de verbalização, ou seja, língua.
Veja que o
Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia,
Ciência/Técnica e Matemática) tem como uma das duplas a tecnociência, de onde
sai a pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3,
Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6). A informática que está
correndo aí não é essa Informática/p.4, nível para o qual ainda passaremos,
aquele dos seres-novos ou das superacionalidades. A que circula por aí por
enquanto é a informática-física (sequer química é ainda). Para criar os
novos-seres é preciso dar-lhes novas-racionalidades, quer dizer, novas-línguas,
novas capacidades de verbalização.
As
línguas-de-máquina dos computadores na realidade não são outras línguas e sim
modificações (por vezes canhestras) das línguas verdadeiras, das chamadas
“línguas altas”. São travestis. Ora, para o supernível superacional dos
novos-seres é preciso inventar superlínguas, superverbalizações ou
supercomunicações ou supercontroles. Vou usar a letra grega υ (ípsilon, correspondendo à letra V)
para significar a capacidade de verbalizar, expor por meio de linguagem. Assim,
υ1 seria a capacidade do
ser humano, υ2 a
superacional e assim por diante. Por conseguinte, precisamos fazer essa
passagem notável. E é essa passagem que parece pequena que nos dará a MICA e
não apenas a memória artificial, que já temos. Poderíamos conseguir também através
da inteligência artificial, mas é mais fácil através da comunicação artificial,
trabalhando a passagem por meio da língua. A IA seria até mais autêntica, desse
modo, do que se a construíssemos segundo nossos vícios.
Vitória,
quinta-feira, 09 de setembro de 2004.


