sexta-feira, 16 de junho de 2017


O Chamado Escatológico como Solução

 

                            Os tecnocientistas e os filósofos puristas tem tendência irracional de rejeitar a escatologia:

(No Houaiss digital: substantivo feminino: 1. Doutrina das coisas que devem acontecer no fim dos tempos, no fim do mundo. 1.1, Rubrica: teologia. Doutrina que trata do destino final do homem e do mundo; pode apresentar-se em discurso profético ou em contexto apocalíptico),

- aquilo que se coloca no final e que apelidei “chamado escatológico”. Pois é necessário que se forme a racionalidade; então, do fim, das possibilidades um chamado é feito – se será respondido pelo real específico daquele lugar (exempli gratia, a Terra) não se sabe, mas de qualquer modo o convite é feito. O apelo é estabelecido, nem que seja como propósito.

                            Se há a gravidade imaginamos que pela soma zero dos pares polares opostos/complementares deva haver uma antigravidade: então o CE do fim remete a que uma linha, arrevesada que seja, saia de onde estamos e chegue – eventualmente – à AG. Talvez a humanidade seja incapaz, porém é certo que o chamado existe.

                            O universo nos chama a apresentar as soluções.

                            Para teleporte ou teletransporte, para telepatia, para síntese de alimentos, para vida eterna. É certo que para isso também se coloca a Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas, um tanto à esquerda nunca conseguindo, um tanto à direita sempre e a maior parte no centro chegando perto. Só o Um, aquilo que as pessoas chamam Deus, Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI = ABBA = ALÁ conseguiu, consegue, conseguirá. Substituição de membros decepados? Sim, nos convida. Economia em equilíbrio? Sim, também. Devemos contar que PARA TUDO há solução, embora algumas vezes bem tortuosas, bem enviesadas. Há solução que nos leva para fora do sistema solar, a um certo preço, dependendo de certa produçãorganização socioeconômica? Claro que sim.

Então, podemos caminhar legitimamente do começo para o fim e do fim para o começo. Ambos os caminhos são válidos e ambos nos ensinam. Não há porque não usar o outro, do futuro para o passado. É estupidez recusá-lo só porque é virtual.

                            Vitória, sábado, 08 de maio de 2004.

Lojas de Caçadores e de Coletoras

 

                            Com base em nossas conversas sobre o Modelo da Caverna de homens (machos e pseudofêmeas) caçadores e de mulheres (fêmeas e pseudomachos) coletoras, Gabriel entrou nesse assunto, que tento aprofundar, dizendo que o tempo da mulher é cíclico, circular, é espaço, ao passo que o espaço dos homens é linear, reto, é tempo. Mulheres não dão bola para o tempo, homens não ligam para o espaço (isso nos diz que longas viagens em linha reta serão torturantes para elas; vão querer parar e circular de tempos em tempos – em particular “estabelecer caverna”, ou seja, espaço medido, vizinhança, conversar, “puxar assunto”). Para os homens é o espaço que não conta, o tempo é que é premente (homens vão sempre ficar olhando as horas nos relógios e olhando em volta, para se prevenir de ataques, e em frente, para onde querem ir).

                            Isso evidentemente põe dois compradores (e dois vendedores) diferentes. Mulheres podem ficar horas zanzando, passando pelo mesmo lugar muitas vezes, para ver se não esqueceram de coletar mínimas coisas potenciais. Homens contarão os segundos gastos. Para pegar, homens tropeçarão nas coisas e nas pessoas e ficarão desconfortáveis em espaços pequenos, principalmente se tiverem muitas aberturas, donde presumidamente viriam às feras, e mais ainda se elas ficarem às costas. Mulheres vão querer espaços amplos. Homens, linhas por onde seguir, pegando coisas à esquerda e à direita e carregando às costas (que ficam indefesas; as compras seriam uma barreira a mais para os dentes chegarem às costelas). Mulheres, como já ficou dito, carregarão as coisas à frente, na barriga, protegendo-as como se fossem suas vidas. Se lhes for dado dinheiro suficiente para tudo, tudo comprarão, mas olharão peça por peça, porque essas coisas devem DURAR NO ESPAÇO, quer dizer, para sempre, sem contar tempo. Para os homens todas as coisas tem começo e fim, começam e terminam, acabam; porisso não prestam muita atenção em controle de qualidade e são péssimos compradores, aceitando muitas peças defeituosas (os vendedores vem usando isso, instintivamente, há muito tempo, empurrando roupas desfiadas, com manchas e outros defeitos).

                            Em resumo, são duas almas diferentes. Para vender agressivamente os pares a formar são mulher-vendedora com homem comprador e homem-vendedor com mulher compradora. Para vendas tranqüilas, sem empurrar, mulheres vendedoras e compradoras, homens vendedores e compradores.

                            Vitória, sábado, 01 de maio de 2004.

Lógica do Direito


 

                            Para aquela máquina que foi proposta lá para trás, dependendo das cártulas ou cartuchos psicológicos (de figuras ou psicanálises, de objetivos ou psico-sínteses, de produções ou economias, de organizações ou sociologias, de espaçotempos ou geo-histórias) é preciso estabelecer a lógica. Devemos dizer que tal programáquina colocará um zero, antes e depois dele: o advogado, promotor ou juiz que não o tiver será dominado pelo opositor. O Estado terá de comprar OBRIGATORIAMENTE o programáquina.

                            Pois ele, analisando o que se diz, dará a ordem de probabilidade ou a falsificação. Sentenças puras deverão ser proferidas. Mas o próprio P/M cuidará de construir frases perfeitas, embora resguardando a falsificação dos fatos ou atos, como uma laca ou revestimento ou verniz ou esmalte recobrindo a realidade. A irretocalidade da construção lógica de frases será purificada cada vez mais, garantindo ao usuário a proteção lógica pelo P/M, sempre um lado ruim a par de um bom, pois a soma dos pares polares opostos/complementares é zero.

                            Contudo, afastada a impureza de construção fica somente a análise dos fatos pelos investigadores – estes não serão mais enganados pela fraseologia e os chavões dos advogados. A análise recuará PARA OS ELEMENTOS investigáveis. Em resumo, havendo depuração a batalha se dará a partir de então EM TORNO DOS FATOS, da realidade dos eventos, da trama de atos, e não da subversão linguística praticada pelos advogados falaciosos, muito ciosos de suas falácias que enganam o povo (e, portanto, o júri).

                            Os juizes, os promotores e os advogados, todos usando o programáquina, estarão isentos de tramas; o júri, de posse da máquina, também estará garantido. Os investigadores travarão então a batalha em torno dos elementos de prova. Isso mudará todo o Tribunal geral.

                            Vitória, domingo, 09 de maio de 2004.

Língua 8000

 

                            Fui colocando as palavras e o D/800 foi aumentando a palavras vistas, ultrapassando as medidas.

                            É que as categorias do modelo são muitas, muito diversificadas, podendo virtualmente abranger todos os interesses. Poucas palavras x muitas categorias dão muitas palavras em conjunto. Então, decidi investir num dicionário maior, o Língua 8000 (oito mil = DO MODELO, na Rede Cognata; Língua do Modelo, o que cabe bem). Dizem que 800 palavras bastam ao povo para viver. Então imaginei múltiplos de dez: E (80), D (800), C (8.000), B (80.000) e A (800.000) para miseráveis, pobres ou médios-baixos, médios, médios-altos e ricos falantes.

                            Coloco a proposta de enquadramento do modelo, as pirâmides, desde o campartícula universal até o pluriverso: 1) micropirâmide, 2) mesopirâmide, 3) macropirâmide. Então a pessoa e seu ambiente, ou seja, o racional e onde ele se encontra, seu espaçotempo de racionalização, seu aprendizado. Depois o trabalho e como se proteger. A seguir a Constituição, lei maior a que se prendem as demais, com seus direitos fundamentais. Depois, como o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral foi enquadrado no modelo. Mais adiante os governos e as empresas e como enfrentá-los. Por último, mas mais importante, raciocínios sobre a língua. É assim que está, por enquanto.

                            Se não podemos manter no nível das 800, colocamos as 8.000 que o modelo pede, fazemos um dicionário mais vasto comunicando o modelo e depois tiramos tudo que parecer desnecessário ao povo, com tratamento mínimo. Ou, alternativamente, as pessoas escolhem suas 800 e seguem em frente como puderem, com a segurança de as conhecerem a fundo. Quando puderem irão aprender mais, se assenhorear de mais certezas. Infelizmente, claro, a redução de 7.200 dá menor domínio, mas como a soma é zero a garantia aumenta, pois a memória necessária se torna menor também.

                            Em todo caso vou ter de definir oito mil e não 800, o que demandará muito mais tempo, mas o ganho será maior, também, em termos de aprendizado. Por outro lado isso me permitirá estabelecer uma Política da Língua, uma política que fala distintamente do uso e do domínio da língua.

                            Vitória, sábado, 08 de maio de 2004.

Jogos dos Olímpicos


 

                            Estão realizando agora em 2004 os Jogos Olímpicos novamente na Grécia depois de mais de 100 anos, tendo recomeçado lá em 1896, promovidos os primeiros dos tempos contemporâneos em Atenas pelo barão Pierre de Coubertin. Se tivesse acontecido o evento em 1996 teria sido aos 100 anos, mas infelizmente não coincidiu, não foram os 25º e sim os 27º Jogos.

                            Acho que os gregos originais, os antigos gregos copiaram tudo dos olímpicos, os moradores da Cidade Celestial. Que jogos os olímpicos praticaram? Em primeiro lugar é preciso pensar em sua motivação. Eles eram milhares, sem qualquer ocupação produtiva no sentido corriqueiro de plantar, colher, limpar chão – ficavam pensando no Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral e na criação da civilização original. Praticavam ginástica, divertiam-se, andavam a cavalo, cozinhavam por recreação, criaram as tecnartes iniciais, desenvolveram o corpo em ginásios e academias atlantes, faziam calistenia, deram origens às artes marciais que passaram depois por chinesas e japonesas e assim por diante. NUNCA faziam trabalho braçal.

                            Depois, é preciso saber como eram seus corpos e mentes.

                            Os corpos tinham sido MUITO aprimorados daqueles dos sapiens, de modo que os limites seriam mais ou menos os mesmos, mas com maiores potências: ossos mais leves, mais músculos, maior elegância. Maior potência relativa a peso, podendo mais que nós, com esses corpos pesados que temos. E as mentes, criadas sobre as sapiens, comportavam as expectativas de Adão e Eva, seus geradores de autoprogramas (GAP), de modo que o que eles pretendiam fazer como sendo desafiante é diferente do que pensamos ser, agoraqui.

                            De maneira que a menos de muita atenção aqui pode haver armadilha representativa. Os tecnartistas devem ter cuidado ao criar os jogos de vários milhares de anos atrás, quatro a cinco mil, ou mais. Será que lhes interessaria atirar martelo? E os gestos seriam os mesmos? Já que a “superioridade” era só representativa, não visava suplantar inicialmente ninguém (na fase de decadência, que os gregos copiaram, sim), eles deviam “levar tudo na flauta”, apenas como demonstração ao rei e à rainha da Casa Grande, Adão e Eva. Tudo muito elegante, divertido e leve.
                            Vitória, quinta-feira, 06 de maio de 2004.

Jardim Empresarial

 

                            Na seqüência dos textos sobre o empresariado.

O JARDIM DE EPICURO (na Internet)

Dentre os diversos filósofos epicuristas cujo nome chegou até nós, o de maior importância é o próprio Epicuro (gr. πκουρος), o fundador da escola.

                            Eis aí: um jardim onde os empresários possam passear e filosofar. Pode parecer incompatível, como a “inteligência militar”, que dizem ser contraditória nos termos, mas não é verdade: qualquer um pode filosofar. Para filosofar bem é que é preciso treinamento, como para tudo. Passar os empresários não de leigos a profissionais, mas a admiradores, situando-os no preâmbulo da verdadeira filosofia.

                            Eles têm “tempo a perder”? Justamente, aí está a inversão necessária: eles devem “ganhar tempo” filosofando, para organizar suas vidas e empresas. Devem aprender com os filósofos verdadeiros que irão lá melhorá-los e serem melhorados, pois também compreenderão as tarefas dos empresários e os admirarão. No final da tarde ou pela manhã bem cedo, passear, conversar; e depois levar a Filosofia para dentro das companhias, para gerentes e funcionários, para todos os trabalhadores, de modo a implementar e melhorar também as vidas deles.

                            Amplos clubes na periferia, mas em vez de jogar golfe ou nadar ou fazer coisas somente pelo corpo fazê-las também pela mente, pela cura dela. Tudo que já existe, com essa ampliação, com bibliotecas seletas, com salas de palestras, com salas de aula, tudo isso.
                            Vitória, sábado, 08 de maio de 2004.

Imitação dos Deuses


 

                            Tempos depois do desaparecimento de Tróia Olímpica em 1,74 mil antes de Cristo, esfriadas as cinzas da destruição de tudo até as raízes, queimado o lugar, depois de tudo amortecido veio o remorso, que foi crescendo, acabrunhando as mentes diante da enormidade do que tinham feito. Acalmado os espíritos bateu forte a saudade e as pessoas começaram a repensar o passado. Relíquias tinham sido levadas e guardadas. Os avós, que tinham feito, ainda tinham raiva, que nos filhos era menor, nos netos virou saudade e nos bisnetos profunda reverência, de modo que um século depois as pessoas já estavam caçando os restos de TO.

                            Restos físicos/químicos, biológicos/p.2, psicológicos/p.3. Tudo das tecnartes, tudo do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), tudo de tudo, todo resto que podiam pegar ou comprar. E começou a imitação gestual nos rituais de tudo que os atlantes faziam, desde o serviço dos servos às tarefas dos matadores, depois os nobres, os exércitos, e as coisas mais altas como se fossem dos próprios reis que instituíram as imitações. Imitação das comidas (acepipes) e das bebidas (néctares), de tudo que era corriqueiro na TO e foi elevado ritualisticamente à posição da mais alta reverência, numa verdadeira febre que varreu o mundo lá por 1,60 mil antes de Cristo. O mundo nunca conheceu depois um frenesi representativo igual. Taças, louças, cerâmicas, armas, todo gênero de objeto os artesãos copiavam infinitamente, decaindo constantemente o padrão da representação até se tornar muito tosco. Em vez de melhorar com o tempo, como acontece com a criação própria, foi piorando, como ocorre com as cópias, até chegar a um ponto de irreconhecibilidade, de ter se tornado totalmente irreconhecível, incomparável com o passado de alguns séculos atrás, de modo que lá por 1,20 mil já nem se assemelhava com nada antes – tinha ingressado no reino das lendas.

                            Vitória, quarta-feira, 05 de maio de 2004.