terça-feira, 13 de junho de 2017


Futuro do Futuro

 

                            DOIS LIVROS A LER (leitura comparada)

1.       Emilio Salgari, As Maravilhas do Ano 2000, Rio de Janeiro, Ediouro, 1972, sobre original italiano de 1910;

2.      Joseph Newman e Gerald S. Snyder, 1994: O Mundo de Amanhã, São Paulo, Cultrix, 1976, original americano de 1973 – com previsões para 21 anos adiante.

Entrementes o Conhecimento deveria nos proporcionar retratos em todos os pólos de expressão:

·                 Previsões mágicas/artísticas;

·                 Previsões teológicas/religiosas (em geral são chamadas                profecias)                                   EMOCIONAIS                                                                                                              RACIONAIS

·                 Previsões filosóficas/ideológicas;

·                 Previsões científicas/técnicas.

Os prognósticos de Emilio Salgari (italiano, 1863 a 1911, apenas 48 anos entre datas) como não poderia deixar de ser erram de muito o alvo, porque são mágicos ou no máximo artísticos, enquanto os de seu contemporâneo, Júlio Verne (francês, 1828 a 1905, 77 anos entre datas), que se apegava à técnica e não a suas vontades desbragadas são muito mais coerentes e permanecem válidos, quase todos tendo se realizado de um modo ou de outro. Os tecnocientistas se prendem ao possível, ao factível, seja para duas décadas à frente, seja para séculos, acertando com muito maior frequência, razão pela qual Newman e Snyder acertam com notável precisão (até porque as coisas estavam sendo desenvolvidas em sua época e eles conheciam os processos de laboratório – apenas anunciaram para o quinto, quarto e terceiro mundos o que estava sendo feito na frente no segundo e no primeiro).

Salgari escreveu o livro acima em 1910, portanto distante 90 anos de sua projeção, 4,5 vezes os 21 anos dos outros, suas chances de errar sendo muito maiores. Além disso, não estava na frente tecnocientífica, o que também deve ser desculpado. Com tudo isso podemos ter como certo que os acertos irão se reduzindo dos tecnocientistas aos filoideólogos aos teo-religiosos até chegar aos magicartistas, que são os menos competentes e os que se aproximam menos da meta ou alvo.

Vitória, terça-feira, 27 de abril de 2004.

Fundamentalismo Ocidental


 

 

                            Os muçulmanos são agora 1,3 bilhão e estão em crescimento, do mesmo modo que os cristãos são 2,0 bilhões e estão aumentando. Os segundos, diferentemente dos primeiros, estavam quietos, ao passo que desde 1979 no Irã os muçulmanos estão ouriçados, instigados pelos aiatolás xiitas. Então, estamos a caminho de, em 2009, 30 anos de fundamentalismo oriental.

                            Analisando a palavra, ela vem de fundamento, com “ismo” indicando o excesso, a sobreafirmação do embasamento, o retorno às bases, a superimportância dada ao começo. Há a soma zero com par polar oposto/complementar fundamental/não-fundamental, a-fundamental, que é o largo espectro fora do fundamental das origens. Tudo que não é Cristo e apóstolos, tudo que vem depois do círculo íntimo com centro em Jesus, é a-fundamental, é o que veio depois. Assim, a fundamentação é ação ou ato permanente de fundamentar, apelar aos fundamentos. Meramente isso, não tem apelido oriental ou ocidental, pode ocorrer em qualquer lugar. DE FATO, com o filme de Mel Gibson, A Paixão de Cristo, deste ano de 2004 há uma mudança de ênfase (aliás, necessária) do Jesus que dá a outra face para o corte da orelha, do acolhimento geral para a resposta. Tal filme servirá de alerta e disparará como estopim visto no mundo inteiro uma bomba de reação, operando o nascimento de um fundamentalismo cristão que no retorno da onda baterá no homossexualismo, o excesso dos homossexuais, lésbicas e veados, que estão se excedendo no cinema, na TV que se mostra às crianças e assim por diante em tudo. Excessos de um lado, excessos do outro. Mais à frente voltará aos árabes. É inevitável. É um aviso, a que se seguirão outros, num crescendo inelutável. Décadas depois, daqui a 30 anos no máximo estará tão grande quando o islamita. Varrerá o Ocidente. Os extremos de sexualização a que se chegou (estou avisando faz tempo) conduzirá a essa exacerbação.

                            Será aqui como foi no Irã: quando imaginaram a ocidentalização forçada pelo Xainxá tinha dado certo estourou o contrário. Não dá outra.

                            Vitória, quinta-feira, 22 de abril de 2004.

Essa é de Marte!

 

                            O professor-doutor em física RSN, da UFES, quando lhe falei da substituição da esfera gravitacional real pelo balde rotacional inercial que cria a pseudo-esfera, me gozou, perguntando se eu não queria comprar um terreno em Marte.

ESTOU PENSANDO EM VOCÊ (canta Paulino Moska) – que está aí no futuro: não acredite em RSN, ele não sabe de nada. A = 4πR2. Área do Brasil em torno de 8,5 milhões km2.

OBJETO CELESTE
RAIO (km)
ÁREA: (milhões km2) /Brasil
Lua
1,74 mil
38/4,48
Marte
3,40 mil
145/17,09

No mínimo isso dá em conjunto 21,57 áreas do Brasil ou 36 % da superfície da Terra, 108 % das terras emersas ou mais de 200 % das áreas emersas não-desérticas (que calculei como sendo 90 milhões de km2). Como dizia meu avô, “é perto daqui”, para quem pensa que é longe. É longe da Terra, mas não de quem estiver lá, para quem será o lar.

Além disso, como dizia a Clarice Lispector, “a falta é a arte” (uma das traduções na Rede Cognata seria: O PLANETA É A CRIADORA), isto é, as pessoas prosperam através do que falta e não daquilo que há abundância, apenas; aquilo que estorva é em geral a solução buscada. Se da Bandeira Elementar (ar, água, terra/solo, fogo/energia, no centro Vida, no centro do centro Vida-racional) a Lua não tem as três últimas e Marte não tem a última, nós podemos levar. Não será coisa de lunático comprar lotes na Lua, nem em Marte, pelo contrário. Terrenos assim desérticos e com tantas dificuldades podem elevar os valores de sobrevivência a patamares muito mais altos, proporcionando soluções formidáveis, mais avançadas que as da Terra (até porque por um lado partem dela e por outro resolvem problemas que ela não apresenta). Então, na realidade, eu apostaria fortemente em Marte e na Lua. RSN não tem imaginação, ele só vê o que os outros já viram e apontaram. Imagine que lá poderíamos contar com MAIS DE VINTE VEZES A ÁREA DO BRASIL, que por si só já é grande. Enfim, são as duas próximas fronteiras, os próximos lugares de enriquecimento rápido neste e nos séculos vindouros.

Vitória, domingo, 25 de abril de 2004.

Enquadrando o D/800


 

                            Quão grande pode ser o D/800 sem aborrecer os usuários, o povo? Se for pouco não conseguirá expressar o modelo que está no fundo da criação e se for muito desinteressará, porque sendo extenso demais não será lido por pura falta de tempo, no cansaço das lides da vida.

                            O QUADRO QUE PENSAMOS                         

CATEGORIA
PALAVRAS
Gírias
200
Informática + inglês
100 + 100
Palavras
800
Personalidades
200
Verbos
200
TOTAL
1.600

Colocando essas outras oitocentas fora conseguimos com o artifício manter as 800 do título, mas mesmo assim pode ultrapassar devido à tentação intelectual de ir acrescentando esta ou aquela, o que sobrecarregaria. Devemos fazer o esforço persistente de contrair ao máximo, inclusive nas outras categorias, obtendo o dicionário popular MAIS ENXUTO de todos, mais econômico em palavras, porque o povo vai enfrentar as elites com o mínimo possível, o mínimo dos mínimos.

Essa é a imagem que queremos passar: que o usuário, de posse COMPLETA das 800 palavras, com total conhecimento delas, se sinta em condições de falar com qualquer um. Poderá não saber a 801ª palavra, mas até 800 saberá, SEM DÚVIDA NENHUMA, lendo dia-após-dia, anos-após-ano, até ter gravado na mente, completamente cristalinas, as 800, podendo aprender mais depois.

O usuário, depois do treinamento, depois do empenho, estará ABSOLUTAMENTE CONVICTO de estar se expressando corretamente, não podendo ser enganado quanto a isso; ninguém o convencerá dele estar errado NAQUELAS 800. Crescendo nessa confiança de si NAQUELAS 800 ele passará a outras confianças e alturas. E assim, indo de confiança em confiança, saberá doravante batalhar por suas convicções firmes e irredutíveis.

Vitória, quarta-feira, 28 de abril de 2004.

Enciclopédia Organizacional


 

                            Na Psicologia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-história) podemos fazer enciclopédias de tudo, inclusive, é claro, de organizações, o que nunca foi feito.

                            E/O GOVERNEMPRESARIAIS

·        Organizações governamentais;

·        Organizações empresariais.

E/O GOVERNAMENTAIS


1.       EOG urbanas/municipais;

2.      EOG estaduais;

3.      EOG nacionais;

4.     EOG mundiais.

EOG NACIONAIS


·        Dos governantes do Executivo;

·        Dos políticos do Legislativo;

·        Dos juízes do Judiciário.

EOGN VIRTURREAIS


·        Endereços reais (nos mapas, com telefones e FAX);

·        Endereços virtuais (dos sítios ou sites).

A pergunta geral é esta: QUEM ORGANIZA? Quem poupa tempo? Pois o sentido da organização é o de poupar tempo ao usuário dos serviços – é este o sentido de organizar. Onde há 250 páginas de Word podemos organizar quatro níveis de pastas: 1 – meus documentos, 1.1 – PF Aeroposto, 1.1.1 – termos, 1.1.1.1 – termos de transferência. Em vez de 250 leituras apenas quatro.

Quem poupa tempo é quem QUER POUPAR TEMPO. Depende dos objetivos, de dentro para fora, quem presta serviço; e de fora para dentro, quem o solicita e com que pressão. É sociedade de primeiro mundo, com elevados objetivos, muito prementes, ou de quinto mundo, muito frouxos e relaxados, cheios de justificativas da ineficiência? É Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica ou Matemática) avançado ou atrasado o de quem encampa o PROJETO DE ORGANIZAÇÃO? É prateoria (prática de desenvolvimento e teoria de pesquisa) à frente ou da retaguarda?

Vê? A Enciclopédia pode fazer muito.

Vitória, segunda-feira, 26 de abril de 2004.

Ecologia Cíclica e Crescimento Interior

 

                            Desde quando comecei a escrever sobre os ciclos (por exemplo em A Socioeconomia Cíclica e a Renovação do Mundo, Livro 55), que são círculos da mulher (fêmeas e pseudomachos) coletoras no Modelo da Caverna foi possível ver que os homens (machos e pseudofêmeas) caçadores vão adiante em linha reta, sempre para frente, e foram estimulados pelas mulheres a tomarem a condução do mundo. Pegam uma reta e vão em frente, custe o que custar, ao passo que as mulheres fazem voltas e retornam ao ponto de partida (não tivesse sido adotada aquela atitude mirando crescimento não estaríamos aqui nem seríamos o que somos; ninguém está falando contra a expansão).

                            Agora é outro tempo e há que temperar, equilibrar.

                            A Ecologia Linear, digamos assim, a masculina, a que segue em frente e vai destruindo, eliminando as espécies e seus habitats, é diferente dessa proposta de Ecologia Cíclica, a feminina, de ir mais devagar.

                            A EL prima pelo CRESCIMENTO EXTERIOR, exclusivamente, nada deixando às PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e aos AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundo) para crescimento interior, interno, PARA DENTRO, como seria o caso da EC. E as correlatas ECONOMIA LINEAR e ECONOMIA CIRCULAR.

                            Crescer para dentro, eis a questão, a nova pergunta e a nova solução, a nova resposta: o chamado “crescimento interior”. Não que se vá abolir as piscinas, não tem jeito, elas são necessárias mesmo; é que se pode fazer muito dentro de todos e cada um. O fato de existirem hoje tantos livros e tão poucos lerem significa que tudo está focado e superfocado no exterior, no diálogo e na multiconversação, o que não é ruim, mas que isoladamente pode ser abusivo. O crescimento interior não é exclusivamente feminino, de modo nenhum, homens guerreiros também tem vida interior, embora menor. Então, aí está todo um novo projeto para o Governo mundial geral.

                            E já que, por tantos milhares e anos, a expansão foi quase que exclusivamente para fora, há muito espaço e oportunidades de crescer para dentro – grande número de empresas a colocar para aproveitar o novo movimento.

                            Vitória, terça-feira, 27 de abril de 2004.

Duas Vias no Brasil e Crescimento


 

                            Em 1986, dez anos depois da morte de Mao Tse Tung (Mao Zedong, na nova grafia) Deng Xiao Ping instalou o Caminho de Duas Vias na China. Podemos raciocinar que são: 1) o caminho oriental, chinês-tradicional, confucionista (embora eles neguem), de eficiência das elites, em que não há transferência de conhecimentos do alto para baixo das elites para o povo, nem há multiplicação de bens e serviços; 2) o caminho ocidental, cristão, de compartilhamento e de fechamento do fosso entre um e outras. Desde então a China vêm crescendo muito, porque as elites muito produtivas de lá têm onde aplicar seus conhecimentos, criando taxas altíssimas de multiplicação.

                            O Brasil não se encontra.

                            Primeiro que, ao contrário do que parece, ele não é cristianizado mais que na forma, na superfície, não o sendo em profundidade. Afirma-se seguir Cristo, rezam-se missas e esses protestantes juram de pés-juntos, mas na verdade não há aprofundamento. Os fossos continuam abertos entre as elites no alto e o povo em baixo, ao contrário da Europa (e suas filiais, digamos Austrália, Canadá, EUA e agora África do Sul). Assim é que, são considerados médios, pobres e miseráveis nada menos que 80 % de todos os brasileiros, com apenas 20 % de médios-altos (15 %) e ricos (5 %).

                            Então, o Brasil não se ocidentalizou.

                            E, é claro, não se orientalizou para ser eficiente confuciano.

                            Pela falta de cristianização o povo não tem direito a quase nada e pela falta de confucialização as elites são ineficientes, ineficazes, incompetentes. O Brasil é um fracasso duplo: não é um saci tropical de uma perna só, nem tem duas como gente grande. Segue duplamente incapaz: pelo lado das elites não consegue organizar-se e pelo lado do povo não consegue produzir, sendo assim duplamente incompetente em produçãorganização, ao contrário da China, que por cerca de 2,5 mil anos foi eficiente ao modo de Confúcio e desde quase 20 anos atrás adotou Cristo na prática. O Brasil, depois de 500 anos ainda não é conceitual ou profundamente cristão, nem é capaz de promover o aparecimento das melhores elites.

                            Fracassou nas duas frentes.

                            Vitória, quarta-feira, 21 de abril de 2004.