domingo, 11 de junho de 2017


Mapas de Riqueza


 

                            Já falei que são vários os tipos de riqueza, englobados em dois grandes blocos: a) riquezas do SER (memória, inteligência e controle ou comunicação ou capacidade de verbalização); b) riquezas do TER (matéria, energia e informação). Normalmente visualiza-se  apenas as do TER, sob a condição de moeda (representada infinitamente como objetos: carros, piscinas, casas, ações, etc.). É evidente que é muito mais vasto que isso, pois a riqueza de Conhecimento (mágico/artístico, teológico/religioso, filosófico/ideológico, científico/técnico e matemático) quase nunca é representada. Por exemplo, um pesquisador-doutor é rico em conhecimento, mas pode ser bem pobre materialmente.

                            Precisaríamos elaborar ou criar mapas representando esses vários graus de riqueza, como acima apontado (dependendo, então, de seis mapas). Essa primeira tela multiplicativa seria potencializada por definições ainda mais precisas, indicando as pessoambientes que são ricas: PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundos).

                            MULTIPLICANDO A RIQUEZA

·        Quanto ao tipo (do SER e do TER): 6;

·        Quanto ao conjunto (pessoal ou ambiental): 8;

·        Quanto à Chave do Labor (operários, intelectuais, financistas, militares e burocratas): 5;

·        Quanto à Chave Sexual (machos, fêmeas, pseudomachos e pseudofêmeas): 4;

·        Quanto à Chave Econômica (agropecuaristas/extrativistas, industriais, comerciantes, de serviços e bancários): 5;

·        Grau de formação (primeiro, segundo, universitário, mestrado, doutorado, pós-doutorado): 6;

·        Demais (deve-se buscar no modelo).

A AFINAÇÃO DO MAPA


·        Multipli/quando: 6 x 8 x 5 x 4 x 5 x 6 x D = 48 x 20 x 30 D = 48 x 60 D = 2880 D.

Se há contentamento em apurar o talento (dado que uma propaganda brasileira diz que “nada substitui o talento”, ele deve ser importante), um programáquina competente nisso pode ser uma segunda ordem de satisfação, porque nos permitiria chegar ao talento de que necessitássemos, obtendo resposta imediata ao nosso pedido.

Quem são os ricos?

Depende de que pergunta é essa.

SE é riqueza material podemos perceber pelas demonstrações visíveis, ostensivas. E se for outra riqueza? Podemos falar de fortaleza moral, que é um gênero de recurso. Podemos falar de centenas de tipos diferentes. Identificar apenas a riqueza econômico-financeira é sinal de pobreza: significa que as elites não conseguem perceber a totalidade da realidade. As outras riquezas não coincidem com os bairros chiques e de fato nem sabemos onde ficam.

Vitória, sexta-feira, 16 de abril de 2004.

Jornal de Quadrinhos

 

                            O jornal A Gazeta de sábado 17 de abril de 2004 tem:

·        Caderno 1: 28 páginas;

·        Classificados: 12;

·        Caderno 2: 6;

·        Veículos: 16;

·        Estilo (metade): 2 equivalentes;

·        Gazetinha (metade): 2 equivalentes.

No total dá (28 + 12 + 6 + 16 + 2 + 2 =) 66 páginas.

Multiplicado por dois para dar metades, novamente por dois para dar quartos, teríamos (66 x 4 =) 264 páginas de quadrinhos, metade dos quais pode ser diversão com tiras e metade com quadrinhos para várias coisas, como o modelo pede, por exemplo, Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) e tudo aquilo que está no modelo. Dá um livro relativamente alentado, com ou sem capa dura, separado em duas metades (como está posto acima: 1 – quadrinhos, 2 – jornal em quadrinhos).

As pessoas demoram a reagir. Se bem que só o modelo pôde dizer que o mundo é 50/50 soma zero entre esquerda e direita, entre os que não querem e os que querem (estes quase venceram e convenceram os outros a adotar a se alfabetizarem completamente) ler. Agora é preciso que os do outro lado reajam para liberar os sentimentos travados todos esses milênios, mais de 5,5 mil anos, desde a invenção da escrita.

Pode-se fazer muito, porque a parte de Quadrinhos pode ser dividida em: 1) para adultos, 2) para crianças. A de adultos pode ser redividida em 1.1 diversão e 1.2 educativa. A de crianças pode igualmente ser 2.1 diversão e 2.2 escolar e indicações. Assunto é que não vai faltar e com o tempo os editores e os repórteres “imaginadores” (em vez de redatores, porque não se trata de redação, dado que sem palavras e sim com imagens) irão se adaptar e produzir muito belas obras, com pouquíssimas palavras, em que os vocábulos serão coadjuvantes e não atores principais.

Vitória, sábado, 17 de abril de 2004.

Jogos de Caça


 

                            No texto deste Livro 77, Turismo de Adrenalina, vi os jogos de cartas como jogos de caça. Na Internet eu soube que existem mais de 500 tipos de jogos de cartas. Seria preciso pesquisar e saber ao certo, listando-os num livro. Podemos ter JC DE INDIVÍDUOS, todos jogando separadamente, 1 x 1, 1 x 2 (três jogadores), 1 x n, em que todos participam de uma mesa redonda; ou de grupo, tipo 2 x 2, 3 x 3, 4 x 4 – quadrados; ou 2 x 3, 2 x 5 (se fosse 2 x 4 seria quadrado, embora não pareça, pois 4 é 2 x 2, cada dois comportando-se como um), 3 x 5, todos os números primos. Um é o caçado e outro é a presa; e vice-versa. É como sair para caçar. Veja o poquer: a presa é ter ganhado o jogo. Há memorização de trajetos, de emboscadas, de apelos para armadilhas com acenos de falsas promessas, etc. E assim é também com os outros tipos, o que seria preciso classificar ainda.

                            Em todo caso, assim como eu sugeri as empresas treinarem os grupos para caça, seria proveitoso também para elas ensinar jogos, porque ensina tática (pequena estratégia, relativa aos tempos compactos), nos quais devemos pensar que os homens (machos e pseudofêmeas) seriam melhores, e estratégia (grande tática, condicionada à observação de espaços) que, segundo o Modelo da Caverna das mulheres (fêmeas e pseudomachos) coletoras elas se sairiam melhor. Assim, teremos JOGOS DE CAÇA (JOCA), para homens e JOGOS DE COLETA (JOCO) para mulheres, nos quais elas seriam invencíveis (por exemplo, o acumular no lar é um JOCO – elas nunca perdem). Os jogos de caça são espaçotemporais, como tudo, mas os homens são bons apenas em tempos; jogar contra a memória das mulheres seria suicídio. Entrementes, elas nada sabem de tática, podendo perder se os tempos forem apertados. Num jogo tipo “canastra aberta”, buraco, elas tenderão a acumular cartas e se um homem jogar com rapidez sempre ganhará, porque elas inconscientemente amealharão.

                            Pensar assim permitirá criar novos jogos.

                            As empresas criadoras de jogos devem olhar os programas de caça que estão retratados nos tempos mais antigos, antes de contemporâneos, inclusive as guerras, que são jogos de predação-psicológica, como os chamei: o ser humano é que está sendo caçado. Veja que a competição econômica (agropecuária/extrativista, industrial, comercial, de serviços e bancária) também é jogo, no caso, duplo, JOCA/JOCO.

                            É uma outra visão do tradicional.

                            Vitória, domingo, 18 de abril de 2004.

Gavempresas


 

                            Tardiamente, já perto dos 50 anos me vi na condição de, não tendo casa, carro, ações ou quaisquer posses, fora a moto que está em nome de Gabriel, pensar nos filhos, ele e Clara. Já faz um tempo, venho vendo as coisas que estou escrevendo nestes livros não apenas como diálogos (que dos monólogos da escrita solitária se farão, quero crer) com as pessoas do mundo como também como instruções aos meus filhos e conselhos aos amigos, se os quiserem. Penso agora em fazer dinheiro, a que me rendo tão tarde quanto pude esperar, sendo anarco-comunista. Mas o mundo é este, não outro, não posso aguardar mil anos até que melhor tempo se faça – é preciso construir com os materiais sofríveis disponíveis ou ainda nem disponíveis de agoraqui.

                            UMAS COISAS JÁ FORAM DITAS

·        Gafé: um Gava-café espalhado pelo mundo inteiro. Como se parece com Gafe, pode-se usar isso para falar de todas as gafes que são cometidas;

·        G/Avião: uma empresa aérea;

·        Várias outras que podem ser construídas a partir de Gava e G: Gaminhão, Garro, Gaviagens, todas essas coisas;

·        Várias que não tem relação com Gava ou G; etc.

As pessoas ficam com dó da incompetência de fulano em enriquecer e com ódio ou inveja quando ele finalmente “se apruma” e volta-se para aquilo que todos quiseram ter e tiveram quase todo o tempo, por décadas. Tal é o mundo, infelizmente. Julgamento, de um jeito ou de outro. Enfim, se nossas famílias enriquecerem, apenas faz parte do mundo. Infelizmente estaremos incrementando a separação, o que é uma pena, pois a riqueza não passa de um índice de distanciamento. Mas há também o lado racionalizante de que com nossas vontades quiçá poderemos implementar uns modos novos e revolucionários de SER e de TER, mais compassivos com as pessoas e os ambientes todos do mundo, mais avançados em todos os sentidos. É o que espero e desejo.
Vitória, segunda-feira, 19 de abril de 2004.

Gavempresas de Investimento


 

                            Veja que podemos ter dois tipos gerais de empresas.

                            EMPREENDIMENTOS GERAIS

1.       Empresas econômicas:

a)     Materiais: de produção;

b)     Ideais: de investimentos, explorando os ciclos, comprando na desvalorização e vendendo na valorização. Embora tenham este tipo de investimento como mercenário, ele cumpre o papel de punir os fracos e os vacilantes, imprimindo fortes alturas ao valor de sobrevivência, selecionando os melhores. As pessoas podem querer ser boazinhas, mas se não houver quem prede os fracos e opressores (porque com sua fraqueza, falta de iniciativa incompetência, etc., oprimem o grupo) eles se tornariam maioria e o grupo se tornaria mais e mais fraco;

2.      Empresas sociológicas.

Podemos imaginar que as EMPRESAS ECONÔMICAS IDEAIS ou de investimentos podem ser muito ativas, ativas, médias, passivas e muito passivas. Você pode pensar que estas últimas nada conseguem comer, mas não é verdade: podem ser empresas muito grandes que só dão o bote na hora certa, devendo esperar a grande presa. Das muitos passivas às muito ativas colocaremos 1, 2, 4, 8 e 16, podendo assim mensurar sua velocidade alimentar pelos resultados em termos de percentuais de crescimento de um ano para outro. De posse dos instrumentos do modelo pode-se muito, é preciso ir lá olhar, investigar, ler, meditar.

Veja que INVESTIR é ir DE ENCONTRO A, como numa guerra; neste caso GUERRA ECONÔMICA-FINANCEIRA, devendo-se aprender com as guerras de caça, como eu já disse, para montar estratégias e táticas de predação psicológica ou racional. Aqui a racionalidade MAIS AGUDA ou lógica engole e mastiga a outra, que lhe é inferior. Não diz respeito a tamanho material e sim a ligeireza ideal, porque a mais esperta, embora menor, engolirá a menos esperta, embora maior.
Vitória, terça-feira, 20 de abril de 2004.

Fricção Científica


 

·        OS NÍVEIS DA REALIDADE: num dos filmes de Stalone ele abre um alçapão e desce para um nível fedorento. Aqui será diferente: cada vez que descer a pessoa emergirá numa realidade 30 ou 50 anos atrasada (também pode subir para os patamares mais adiantados), descontando-se na passagem os objetos que foram inventados no período. Se voltasse para 1974 já não haveria videocassete, DVD, CD, funk, ônibus espaciais, Internet, tanto coisas boas quanto ruins. Automaticamente as roupas dele mudariam e os comportamentos também, permitindo contrastar a estes. Ir para o futuro permitiria boas discussões sobre o que é excessivo agora e deve desaparecer;

·        VIRTALEYE: em inglês olho-virtual, uma IA (inteligência artificial) que é contratada para investigar. É um objeto voador, não-gravitacional, isto é, não submetido a gravidade, que pode emitir holograma-denso (criemos esse conceito), que interage mesmo com as pessoas em volta dele, de modo que há troca de apertos de mão, abraços (menos alimentação – alguns perceberão no primeiro episódio e outros não, porque ele não será mostrado bebendo ou comendo, mas haverá indicações). Evidentemente o VE é superinteligente e atilado, percebe os menores detalhes, tira conclusões formidáveis, um super Sherlock Holmes do futuro. Um grupo contratado de detetives tecnocientistas pode ser contratado para fazer os roteiros, bem como alguns cibernautas.

·        WALTER BRINCAVA COM OS PÁSSAROS: as pessoas sonham com voar, com pairar no ar, mas o que adviria dessa liberdade? Certamente o beneficiado sentiria curiosidade, que é humana, por ver mulheres trocando de roupa e fazer outras coisas que são proibidas ou indecorosas. Até poderiam atirar nele os caçadores, apenas por diversão, para vê-lo cair, de modo que ele perceberia logo que há coisas boas e ruins em cada liberdade. Algumas situações engraçadas e educativas.

·        TRABALHEIRA DOS DIABOS: um sujeito acaba por se inscrever sem querer e sem atinar numa firma de demônios, de criaturas do mal, e é encarregado de diabruras, com as quais se revolta, mas que não pode deixar de fazer, como deixar cair alguma coisa cair dentro do carro para forçar o motorista a se distrair e quase bater, e zilhões de traquinagens, das leves às pesadas. Ele diz que é humano, que não quer aquilo, mas os outros riem dele e sugerem que ele vá ao psicólogo dos capetas, pois aparentemente está com crise de identidade. Uma excelente comédia sobre como estar perto do mal pode nos tornar tolerantes a ele. Como as pessoas têm no mundo inteiro esse conceito de diabos promovendo desvios, fará sucesso, se os roteiristas forem permanentemente cuidadosos em escolher os casos e em não exagerarem – se fizerem pesquisas.

·        O DEMO BATE PONTO: e se o diabo, um desses menores, fosse um trabalhador braçal obrigado a uma certa quota de produção por dia? Quais seriam as tarefas a cumprir a cada dia? Veja que não é o mesmo caso acima. Nesta situação é um diabo mesmo, identificado como tal, que sofre cobranças dos gerentes e dos patrões, que também é infernizado, numa escala de infernizações. Retornam mercadorias-malcriações que devem ser consertadas e ele deve re-fazer o trabalho de outros, resmungando muito. Muito engraçado. Também podemos ter diabos intelectuais que planejam as ações, novidades terríveis; diabos financistas, diabos militares e diabos burocratas (que tomam as atitudes que detestamos nos burocratas).

Vitória, domingo, 18 de abril de 2004.

Filhos de Deus


 

                            Acho que pode ser feito um livro com esse título, em duas colunas na mesma página, mostrando de um lado os filhos luminosos e do outro os demoníacos, os atos iluminados e os safados. Porque os seres humanos tanto fizeram coisas boas quanto ruins.

                            FILHOS DE DEUS, MAS DE QUE TIPO?

FILHOS CARIDOSOS E BONDOSOS DE
DEUS
FILHOS CRIMINOSOS E ASSASSINOS DE
DEUS
 
 

Como é possível? Se Deus é, como disse Platão (e mostrei que não pode deixar de ser assim), o Sumo Bem, como pode acontecer de metade desviar? Isso não é, de modo nenhum, culpa de Deus, pois se o mundo é aberto ele gera liberdade de opção, de arbítrio, que é responsabilidade unicamente do ser. Este é que opta como quer ser, em uso de liberdade. É isso que significa a liberdade, como disse Maimônides, o sábio medievo judeu, o poder optar pelo bem ou pelo mal.

Filhos de Deus, sim, são todos, mas uns optam por serem maus.

Se todos pudéssemos ser filhos bons, como é possível ser, o mundo não seria mal, como é de fato e deve ser mostrado.

Vitória, terça-feira, 20 de abril de 2004.