sábado, 20 de maio de 2017


Áreas de Conflito a Abordar

 

                            As pessoas não se interessam em observar velhas senhoras tomando o chá das cinco em confortável ambiente. Elas preferem conflitos. Não é que as pessoas não gostem DE VIVER em tranqüilidade, pelo contrário, elas valorizam muito mesmo. Ninguém diz: “vou sair para participar um pouco da guerra, depois eu volto para o jantar”. As pessoas só vão à guerra quando não tem jeito, a contragosto, mesmo se o par polar oposto/complementar 50/50 paz/guerra nos diz que 50 % se inclinam e 1/40 ou 2,5 % vão estar fissurados. Viver em paz e observar os conflitos, porque os conflitos existem mesmo, eles estão na ordem do dia, mesmo quando buscamos evitá-los. Assim, as pessoas que não são tolas OBSERVAM os choques para aprender a se livrar deles. Porisso as pessoas gostam de embates na tela de cinema, por dois motivos: 1) para aprender, como foi dito; 2) PORQUE ESTÁ LÁ, não aqui, acontece com os outros e em ficção, não em realidade.

                            No sentido de ensinar, eis conflitos no Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), nas pontescadas tecnociêntíficas, na Bandeira do TER (ricos, médios-altos, médios, médios-baixos ou pobres e miseráveis), na Chave do Sexo (machos, fêmeas, pseudomachos e pseudofêmeas), na Bandeira da Proteção (lar, armazenamento, saúde, segurança, transportes), na Chave Econômica (agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos) e outras. Choques urbanos e rurais, choques escolares, choques geo-históricos (no passado, no presente e no futuro), choques entre PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e entre AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo), choques na Bandeira Elementar (pela posse de ar quase não há; de água, de terra/solo, de fogo/energia, no centro de Vida, no centro do centro de Vida-racional).

                            Isso é o que há de interessante para o cinema filmar. Quem veria filme de duas horas sobre pedreiros pintando parede externa de um prédio? Mas se alguém fosse empurrado logo no início e fosse mostrada uma conspiração orquestrada qualquer, então teríamos um roteiro, porque foi estabelecido um enfrentamento qualquer.

                            Vitória, terça-feira, 24 de fevereiro de 2004.

Aquilo ou o Contrário Daquilo, Cuja Soma ou Resultante é Zero, ou Como A Priori e A Posteriori se Tornaram Amigas

 

A priori, refere-se ao conhecimento adquirido sem passar pela experiência. É alcançado mediante o raciocínio dedutivo. Considerado básico para alguns ramos da epistemologia, especialmente as teorias racionalistas. A existência de verdades a priori é invocada, constantemente, no campo da ética.[1]
A posteriori, refere-se ao que é conhecido através da experiência. É um conceito básico da epistemologia. Os defensores de que o conhecimento a posteriori é o único verdadeiro são conhecidos como empíricos. O empirismo nega a viabilidade de um conhecimento a priori sob a alegação de que este é inverificável e carente de valor.[2] Assim se encontram na Enciclopédia Encarta 1999.

Se não houvesse A Priori, como é que eu conseguiria sequer falar? Já mostrei que antes de qualquer indivíduo nascer os primatas colocaram das PESSOAS indivíduo e família, enquanto os hominídeos inventaram o grupo e a empresa, enquanto empreendimento; os sapiens criando os AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundo) legais, jurídicos, psicológicos. Ora, não houvesse A Priori deveríamos inventar tudo desde o começo, desde a micropirâmide (campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas, replicadores, células, órgãos e corpomentes). A Ética geral, no caso, é a média estatística da Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas, dentro do espectro definido a partir das oscilações probabilísticas do campo psicológico, isto é, é um acordo arbitrário de imposição de silêncio aos discordantes. Que vem da experiência, em parte.

                            Se A Posteriori não existisse, se tudo viesse do passado, das imposições que nos limitam, se TUDO, absolutamente tudo fosse dedução, não haveria de fato dedução alguma, pois o SER estaria privado de razão, vivendo em trilhas definidas desde sempre e para sempre. Ora, existir, estar no real é justamente 50/50 ou em soma zero mediar entre o possível e o não-possível, entre a liberdade e a necessidade, quer dizer, é transitar nos limites de construção. Sendo assim, tanto a experiência do A Posteriori quanto o conhecimento com que já nascemos (digamos, a humanidade de quem é humano; nem todos que são humanos têm humanidade, como sabemos), o A Priori, fazem parte do mesmo projeto de constituição. Tão simples e tão difícil de entender. Quando as pessoas se põe a argumentar, o argumentar é o que elas se põem como foco ou fogo consumidor, podendo ficar nisso para sempre, curando uma chaga e abrindo outra, porque o prazer não é mais a cura, mas a chaga.
                            Vitória, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004.


[1]"A priori", Enciclopédia® Microsoft® Encarta 99. © 1993-1998 Microsoft Corporation. Todos os direitos reservados.
 
[2]"A posteriori", Enciclopédia® Microsoft® Encarta 99. © 1993-1998 Microsoft Corporation. Todos os direitos reservados.
 

Anúncio Extravagante da Banalidade

 

                            O jornal A Gazeta nº 25.855, ano LXXVI, sábado, 27 de dezembro de 2003 estampou em manchete no lado de baixo da capa dobrada que um certo RS e sua esposa FQ enfrentavam preconceito, ele preto e ela branca, uma filha nos braços.

                            É falta do que fazer.

                            Porque no Brasil, embora exista preconceito em vários níveis, é também verdade que ocorreram MILHÕES de casamentos inter-raciais. Não é como nos EUA, nem na Europa, nem na Austrália, nem na Ásia, nem sequer na África onde isso pode ser visto de banda, nem mesmo no restante da América Latina. É no Brasil onde, pasme, MILHÕES (numa população de 175 milhões na relação 4/1 teríamos 43,75 milhões de famílias; das quais 44 % devem ser mestiços, daí perto de 20 milhões de famílias, sendo de casais de duas quaisquer “cores” ou raças diferentes). VINTE MILHÕES, imagine. E como isso vem rolando desde o Descobrimento, quando os primeiros portugueses degredados se misturaram com as índias daqui e depois com as negras, a seguir negros com brancas, brancos com asiáticas, asiáticos com negras, asiáticas com índios e sei lá mais o quê, é difícil até de listar. Se duvidar deve ter por aí alguns casais em que um dos dois é marciano.

                            Essa imprensa é esquisita.

                            Em vez de tratar de assuntos de ponta, que instigam e modificam as vidas por sugerir saídas mais produtivas fica remoendo o passado em busca de falsos escândalos. Vai ver que alguém vai anunciar daqui a pouco que na semana santa há gente comendo carne. Ou que estão desflorestando a Amazônia. Ou isso e aquilo, todas as banalidades transformadas em sensações falsas, pseudomanchetes. Que falta de assunto, minha gente! Vá buscar do que falar!

                            Agora, as coisas interessantes mesmo eles não falam, não vão lá mapear as condições subumanas em que vivem milhões de famílias de brasileiros, isso nunca dizem, isso nunca mostram, e tantas outras coisas que deveriam mostrar.

                            Deviam tomar vergonha na cara.

                            Vitória, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004.

Adão Abre os Olhos

 

                            Na sequência da coletânea Adão Sai de Casa imaginamos que ele está enterrado em Kitami-Esashi, Hokkaido, Japão, 45º Norte, vá ler. Deve estar dentro de um sarcófago que só abre por dentro, veja neste Livro 68 A Nave Responde a Adão.

                            O que Adão verá ao abrir os olhos?

                            Em O Senhor dos Anéis, de Tolkien, este deu ao rei que retorna o nome de Elessar (na língua élfica) e Aragorn (na língua dos gondorianos = ATLANTES = GOVERNANTES = AUGUSTOS = CELESTES = ADÂMICOS, etc.), ambos ADÃO na Rede Cognata (veja Livro 2, Rede de Grade Signalíticas). Assim, há uma propaganda a favor de Adão, mostrando-o como um cara controlado e compassivo, mas pode não ser nada disso; de fato, sem conhecermos de perto, pode ser 50/50 tanto mau como bom no par polar oposto/complementar bom-mau. Em todo caso é rei e rei-celeste. Os reis já são nojentos, imagine um rei-celeste. É claro que na soma zero sabemos do modelo que 50 % estará a favor da monarquia e 50 % não; daqueles 50 %, 5 % estarão super-a-fim, a todo custo, monarquistas convictos que trabalharão o tempo todo por ela (desses, metade é de interesseiros e metade é de fervorosos adeptos; a outra metade dos adeptos está do outro lado, entre os que se dizem em oposição, mas que trabalharão inconscientemente a favor). Do total de gente 2,5 % ou 1/40 trabalharão consciente e inconscientemente pela monarquia (os inconscientes são piores, porque dentro da oposição). Farão propaganda, agitarão, darão dinheiro, etc.

                            Acontece que Adão, supostamente, ao morrer aos 930 anos em 2,82 mil antes de Cristo (tendo chegado à Terra em 3,75 mil a.C.), está dormindo há 4,82 mil anos, pelo menos. O que esperaria encontrar ao despertar? Por melhor vidente que seja ainda errará um tanto. Ele certamente despertará os adâmicos e se os humanos estão pensando constituir sua corte podem tirar o cavalinho da chuva, pois ele e Eva tem filhos e filhas, netos e netas que estão, foi o que pensamos, emparedados nas pirâmides, sendo preciso encontrar a cura para a morte deles. Se for verdadeiro Adão ainda precisará de um trono, o chamado (eu mesmo dei o nome, só que não tinha feito ainda a tradução) Trono do Elefante = TRONO DO CRISTO = TRONO DO GOVERNANTE. Evidentemente ele cancelará todos os tronos da Terra (que foram instituídos pelos padres, a mandado dele). Uns ficarão satisfeitos e outros não.
                            Vitória, sábado, 28 de fevereiro de 2004.

ABNTI

 

                            Fomos conversando Gabriel e eu sobre a falta de lógica da Internet e sobre a perda de tempo que é pedir lá qualquer coisa, pois nada é objetivo. E se você entra num sítio, digamos, da para mim detestável Vivo, não consegue a segunda via de conta, embora isso seja um dos objetivos primordiais. Como ficou dito em Segundo Princípio, neste Livro 68, UM SEGUNDO seria o máximo de tempo que qualquer ser humano deveria esperar por informação. Então Gabriel falou em uma ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para a Internet, de onde vem o título.

                            De fato, o modelo pode nos capacitar a montar uma página, como até já fiz inúmeras vezes. Já falei da montagem de páginas, não quero voltar ao assunto, vá buscar. O que interessa aqui é isso que Gabriel tocou: A PADRONIZ/AÇÃO, ato permanente de padronizar, no caso a Internet, e os padrões brasileiros para ela, quer sejam ou não seguidos pelo mundo. E seriam NORMAS TÉCNICAS, não normas de leigos, sim de profissionais da área, que todos seriam obrigados a seguir. Pois existe uma Curva do Sino dos olhares lógicos sobre o mundo, quer dizer, lógicas melhores e piores e até extremamente melhores e extremamente piores. Os governempresas, que tem recursos, dinheiro com que implementar as mudanças, deveriam se obrigar a reunir os profissionais que pudessem dispor da melhor lógica de acesso. O que eu quero (fora não perder mais de um segundo) ao acessar um sítio? Quando é uma página de sexo é diferente de um acesso comercial. O tempo que uma PESSOA (indivíduo, família, grupo ou empresas) e um AMBIENTE (município/cidade, estado, nação e mundo) pode despender não é o mesmo. Um indivíduo está sozinho, um governo estadual tem milhares de funcionários que ficam ali milhões de horas. O volume de necessidades de um município/cidade é imensamente maior que o de uma família. Os tratamentos não podem ser iguais, os interesses sendo diferentes.

                            De fato, ele tem mesmo razão, é preciso padronizar.

                            E padrão diz respeito a métrica, de modo que precisamos saber o que está sendo medido. E a ÁREA DE TELA e às vezes até poderia ser o VOLUME DO CUBO DE TELA, havendo profundidade, como já sugeri. Isso posto junto do interesse ou motivação do usuário, essas coisas, que deveriam ser discutidas num congresso ou em vários, durante certo tempo, promovendo-se novos debates de, digamos, três em três anos, para renovar as normas.

                            Vitória, quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004.

A Volta dos Guerreiros

 

                            Olhemos os guerreiros (na proporção de 45 + 5 = 50 %, idealmente; mas, na realidade, fazendo os descontos de A Família é uma Aberração, Livro 66, ficando no máximo em 20, talvez 10 % do total) no Modelo da Caverna, os homens (machos e pseudofêmeas) caçadores – dado que as mulheres (fêmeas e pseudomachos) eram coletoras, tomando conta de 90 a 80 % de todos.

                            Lá iam os guerreiros caçar por dias, semanas, meses.

                            REPAREMOS SUA VOLTA

·        Vinham com todo tipo de presentes (carnes, em primeiro lugar; depois peles, galhos bonitos, pedras brilhantes, pássaros diferentes, etc.);

·        Traziam feridas dos ataques que faziam e recebiam (as cicatrizes eram como medalhas de guerra). Quanto mais feridas cicatrizadas os sobreviventes tinham, mais apreciados eram. Por outro lado, aqueles cujas feridas não cicatrizavam eram desprezados;

·        Contavam os casos das batalhas contra os gigantes (ninguém vai achar graça na caça de coelhos). Quem morreu, quem viveu?;

·        Porventura uma ou outra pseudofêmea voltava grávida;

·        Era garantia de sexo contínuo e avassalador para as mulheres, a começar da Mãe Dominante;

·        A fartura de proteína significa esbanjamento, quer dizer, festas (os homens foram, com toda certeza, os inventores delas, até porque a chance de morrer era muito maior – ainda maior então que agora);

·        Contavam de novas cavernas a ocupar e das paisagens vistas, dos locais a explorar (desde que as fêmeas hábeis quisessem ir); e assim por diante.

A vida das mulheres era muito comedida e repetitiva, chata demais, a mesma coisa todos os dias, todos os anos, décadas a fio, sem qualquer novidade, pelo quê as voltas (e as saídas, porque significavam o retorno) era celebradíssimas. Sem os guerreiros a vida era um horror de continuidade e mesmice, um ciclo enfadonho demais.

Hoje em dia não é possível viver de novo aquelas emoções, porque já não há (nem nas guerras) uma volta maciça assim.

Vitória, sábado, 28 de fevereiro de 2004.

A Rodinha das Mulheres

 

                            Depois de ter escrito Lista das Dependências Femininas (Livro 62; a lista é resumo dos artigos que tratam da mulher na coletânea A Expansão dos Sapiens) e As Luas da Mulher (Livro 63) coloco de picardia ou implicância jocosa, com segundas intenções sexuais, que acho muito engraçadas, pelo modo como o povo trata, longe da autoimportância jactanciosa das elites, essa coisa redondinha.

                            Achamos uma classificação octal (de base oito) para o mês-da-mulher, que é o do ciclo lunar, não segue o calendário solar; em geral está associado à Lua. E classificamos em meias-luas, de modo que sabendo da menstruação tudo mais se pode deduzir e fazer. Essa disposição é aquela mesma, mais antiga e posta em ciclo senoidal, do modelo, lá para trás; porém facilitará tudo. E quero fazer isso porque amo essas criaturas e me compadeço das idiotices de tantos homens idiotas (há tantas delas quanto há deles; neste particular os sexos são iguais, também).

                            Primeiro pensei que atribuir tão tremendo poder a qualquer um que fosse, fora os muito jovens e muito necessitados, poderia ser arremedo de covardia; entrementes, também é útil, porque há adaptação bilateral à força-poder de cada um e de todos, como sabemos da evolução – quando acrescentamos uma flecha apenas momentaneamente colocamos em ebulição o líquido, levando a uma nova acomodação comportamental futura.

                            Pois é claro que dispondo da Roda da Menstruação os homens saberão precisamente quando elas estarão fragilizadas, podendo se aproximar com muito mais eficácia. Que ocorrerá, senão o saber dos que sabem lhes dar sobrecompetência na obtenção dos favores delas? Outros descobrirão outros meios de conseguir aptidão para sobreviver. Creio, então, que podem ser fabricadas rodinhas para os homens levarem no bolso, porque dificilmente os menos competentes saberão fazer as contas sem o auxílio luxuoso dos dedos. Uau!

                            Pois bem, queridas amigas e amantes, eis aí mais um toque (uau!) de jeito, algo de digital mesmo, e ao mesmo tempo analógico. Será interessante quando houver (o que as beneficiará também e às empresas e ao convívio com elas) um programáquina capaz de fazer os cálculos.

                            Vitória, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004.