O Parabolóide
Contentor de Vidro
O modelo do balde
refere-se à inversão de sinais entre a gravidade da esfera e a inércia dele;
quando fizermos girar o balde na ponta de uma corda com o equivalente inercial
de g = 9,8 m/s, os materiais deverão assentar no balde na razão de suas
densidades e volumes, os de maior densidade ficando no fundo. Com isso
poderemos “ver” o interior da Terra, o que de fato estamos impedidos, porque
são muitos milhares de quilômetros de profundidade, 6.372 km exatamente do raio
da Terra.
Dentro do balde a
água desenha um parabolóide de revolução. Como o balde é opaco por fora, para
vê-lo detidamente por dentro podemos botar uma câmara descendo e subindo no
eixo do balde e do PR. Ou, é claro, se o contentor, o que contém, for de vidro,
podemos vê-lo de fora, mas a forma comum do balde pode deformar a visão, de
modo que um balde-parabolóide transparente ou translúcido facilitaria tudo. Não
dá para meter a cabeça dentro do balde para vermos com nossos olhos, mas se uma
cadeira exterior girar à mesma velocidade do PCV a velocidade relativa deles
será zero (à custa de tremendas acelerações para quem estiver sentado nela; mas
pode valer a pena) e quem se aventure pode ter uma visão privilegiada, então
podendo ver todo tipo de conjuntos de relações se estabelecer, seja esta da
Terra, seja a de qualquer planeta real ou virtual do qual se queira conhecer o
interior projetado ou estimado (porém muito próximo do real, desde que seja
refinado o modelo). Evidentemente a corda não poderia romper-se, pois neste
caso o sujeito sentado na cadeira receberia um petardo e morreria fatalmente.
Depois as pessoas passarão do real ao virtual e já não haverá nada que o
programáquina não possa fazer melhor que na realidade, mas no início alguns
quererão usar esse artifício, que causará tremendo espanto compreensivo e
impacto visual.
Vitória, domingo, 15
de fevereiro de 2004.