Impregnação dos Fetos
Temos um problema
agudo: de um lado Jung identificou positivamente que há sonhos e pesadelos que
são repetidos como arquétipos em vários países muito distantes, sem que as
pessoas que os descreviam pudessem ter notícia uma das outras e num tempo antes
de agora, em que não poderia ter ocorrido conspiração via Internet. Nem de
longe. De outro lado os genes no núcleo, o ADRN não pode conter memórias que só
o cérebro em sua vastidão relativa comporta. Não há jeito.
Não é o homem que passa
memórias (veja o artigo deste Livro 64 A
Caverna do Inconsciente), pois o espermatozóide não comportaria, dado que é
ainda metade do núcleo futuro, com metade dos genes e o dobro de
improbabilidade. Assim, só resta a mulher. O papel dela não seria apenas
estático, de construir o corpo do feto, com cérebro, seria agora na minha
concepção o de programar memórias-de-reação básicas.
AS MEMÓRIAS PROGRAMADAS
·
Memórias
da Vida geral inicial (fungos e plantas);
·
Memórias
animais;
·
Memórias
primatas (100 milhões de anos);
·
Memórias
hominídeas (10 milhões de anos);
·
Memórias
sapiens (100, 50 ou 35 mil anos);
·
Memórias
civilizadas (escravistas, feudalistas e capitalistas, por enquanto).
Assim, os nove meses de gravidez não
constroem apenas o corpo/cérebro, mas também a mente ou gerador de
autoprogramas já impregnado, ou seja, a gente já nasce com um patrimônio de
sonhos e pesadelos; não é aquela TABULA RASA de Kant, creio. Nossa mente não
nasce vazia. Desde a EVA MITOCONDRIAL e o ADÃO Y (não por artes dele, tudo vem
das mães há 200 mil anos) vimos sonhando os sonhos ancestrais, os medos de
outrora, razão pela qual tornou-se subitamente urgente e fundamental MAPEAR OS
SONHOS. Para haver programação (por impregnação) deveria haver um CANAL DE
TRANSFERÊNCIA, assim como há uma pedagogia universitária. Se são as mães e elas
foram mudando de um para outro espaço através da migração há com certeza uma
ÁRVORE DE SONHOS.
Por exemplo, a Eva Mitocondrial passou
seus sonhos a suas sete filhas, como os cientistas estão colocando; estas, por
sua vez, mudaram de caverna e cada uma teve seus sonhos, que só passou a seus
filhos e filhas, e assim sucessivamente - só os mais perigosos, evidentemente,
digamos sobre vulcões, feras terríveis, coisas desse tipo. Se os sonhos forem
mapeados poderemos construir a AS, Árvore dos Sonhos, com todos os níveis
deles, remontando aos medos das amebas, suas impressões muito fugidias, mas que
foram se repetindo por milhões de anos. E isso através de toda a linha de
evolução que veio dar nos humanos.
Gabriel, aqui do lado, fez uma
pergunta crucial: e os bebês de proveta? Naturalmente, eles são fecundados em
vidro (in vitro) e a seguir implantados no útero, sendo igualmente programados,
impressionados, impregnados; do mesmo modo, os futuros bebês clonados que sejam
colocados no útero ainda estarão garantidos. Entrementes, no momento em que os
bebês nascerem inteiramente fora das mães já não sonharão o passado e as
defesas que ele providenciou. Perguntarão que vantagem poderiam representar
aqueles sonhos e pesadelos, mas nitidamente eles são uma espécie de VACINA
IMAGÍSTICA, uma vacina de imagens a nos precaver de uma série de coisas, a nos
alertar de uma série de possibilidades. Os bebês, nascidos fora das mães, já
não seriam verdadeiramente humanos porque não teriam nosso passado, para o bem
e para o mal; seriam outra raça racional, sem passado, sem identidade
psicológica com a Terra. Assim deve ter sido o nascimento de Adão.
RESUMINDO
1. As mães programam as mentes dos
filhos;
2. Os seres humanos herdam sonhos e pesadelos
por impregnação;
3. Há uma AS, Árvore dos Sonhos, que vem
da Eva Mitocondrial;
4. Os sonhos vão se tornando diferentes
(os índios americanos, que se separaram da outra corrente há 15 e há 12 mil
anos, em duas levas, tem sonhos que ninguém mais tem);
5. Podemos saber dos neandertais
colecionando nossos sonhos (os medos e esperanças deles estão retratados nos
sonhos que nos passaram);
6. Há uma preocupação quanto ao futuro, a
partir de quando os bebês venham a termo inteiramente fora das mães;
7. Um mapeamento TOTAL dos sonhos e
pesadelos faz-se fundamental.
Isso naturalmente muda tudo.
Fica a questão do CANAL DE
PROGRAMAÇÃO, porque a única coisa que liga a mãe ao filho é o cordão umbilical,
que vai da placenta até o umbigo; ele deveria conter, em tese, um cordão neural
por dentro, junto do fluxo de sangue que alimenta o bebê. Não sendo biólogo ou
médico não entendo como isso poderia funcionar. Como disse no artigo anterior
citado, poderíamos testar se há de fato tal programação, porque nascendo
prematuros (mais hoje que antes) os bebês naturalmente têm um mês a menos, dois
e até três, nascendo até de seis meses, evidentemente com impregnação parcial
ou incompleta. A mulher teria de ser diferente, com um fio neural ligando-a até
o feto (no nascimento o seccionamento seria duplamente doloroso, não apenas
carnal, mas mental) via cordão; com certeza há gente em que o fio (no caso de
realmente existir) é defeituoso e não sonha ou sonha mal. E há a questão das
pseudofêmeas: terão elas tal fio neural, dado que são homens? E vice-versa, os
pseudomachos teriam o cordão, ainda que inativo (porque não possuem útero)? Os
pesquisadores saberão fazer mais perguntas, no caso de haver possibilidade
real.
E devemos pensar que os bebês já
nascem com sonhos e pesadelos que não são seus, são dos nossos antepassados.
Vitória, segunda-feira, 02 de
fevereiro de 2004.