A Caverna do Inconsciente
Tomando a coisa pelo
lado do inconsciente junguiano, deveríamos ter uma lista de presenças dentro do
corpomente humano.
LISTA DE CHAMADA
·
A
vida geral primitiva de fungos e plantas;
·
Os
animais;
·
Os
primatas, 100 milhões de anos;
·
Os
hominídeos, 10 milhões de anos;
·
Os
sapiens: 100, 50 ou 35 mil anos;
·
Os
civilizados, coisa de seis mil anos.
Como sonhar todos esses sonhos?
Em particular, como os dez milhões de
anos hominídeos dentro das cavernas - que nos trouxeram do mundo geral anterior
animal e primata até o mundo posterior sapiens - nos afetaram? As pessoas mudam
os ambientes e vice-versa, já sabemos do modelo. Como é que a Caverna geral se
construiu DENTRO DA HUMANIDADE, sobre ela pintando-se a capa de verniz?
Seguramente ela não está no
consciente, que é civilizado, que é Escravista, que é Feudalista, que é
Capitalista e está se preparando para ser Socialista, depois Comunista e a
seguir e finalmente Anarquista. Está no inconsciente, lá para dentro, na região
dos sonhos e pesadelos, e nos controla, faz pedidos, transforma nossas
civilidades em incivilidades, nossos pedidos educados em gritos selvagens de
desespero e dor.
Uma outra questão é saber como as
coisas passadas se manteriam como sonhos no inconsciente, pois não há passagem
visível: uma coisa é a genética consagrada no centro das células, no núcleo,
que é permanente, e outra é a consciência e a inconsciência que vem com o
nascimento do cérebro na criança, no bebê; o único modo de passar é através da
mãe – só se a mente dela reprograma a mente dos bebês enquanto fetos, se uma impregna
ou impressiona a outra na interface de passagem, durante a formação, nos nove
meses (uma maneira de provar isso seria com os prematuros, pois eles nascem
dois ou três meses mais cedo; se a impregnação estivesse se dando neles estaria
INCOMPLETA).
Então, todos esses sonhos e pesadelos
(que têm sido insistentemente passados de geração a geração) devem ter valor de
sobrevivência, preparando a humanidade via sustos para reagir a certos perigos
esperados.
Vitória, segunda-feira, 02 de
fevereiro de 2004.