domingo, 18 de setembro de 2016


Zékespeare

 

A mãe era nordestina, o pai inglês, ficou José Manuel Shakespeare. E como seu parente mais famoso e antigo e nobre e considerado, o Zé “deu para as letras”, quer dizer, foi ser poeta, só que poeta da literatura de cordel criador daqueles livrinhos (não é de desconsiderar, veja a proeza de acharem material para estampar a vida de Lulambão num livro de cordel de umas 400 ou 500 páginas!) de pendurar em barbante.

O pessoal da cidadezinha dele não sabia falar Shakespeare (nem muito menos escrever!), porisso diziam Zéquespier e assim ele ficou conhecido no meio. Não adiantou nada aquele pessoal de São Paulo capital interessado na propagação dos valores da LC tentar voltar o nome dele à origem. Foi inútil. Quando colocaram os cartazes para o evento e o lançamento dos livretos com o nome inteiro, não apareceu nem um, nem pra remédio; ele só assinou e colocou dedicatória nos livretos dos próprios organizadores e amigos.

O pai dele, saindo da Grã-Bretanha muito cedo para fugir à civilização, não lhe transmitiu ideia do nome, porisso ele não fazia ideia da honra ligada ao Willian original. Quando tomou contato com a obra de seu ilustre antepassado através desse pessoal, ficou felicíssimo, transbordante de orgulho.

E como o “crioulo doido” do Stanislaw Ponte Preta tratou de fazer literatura calcada no antigo Xeique. Ele foi a Recife e na Biblioteca Estadual e na Biblioteca Municipal leu a obra completa do parente. Baixou os e-livros na Internet e se debruçou sobre eles.

A OBRA DE MESTRE ZÉQUESPIER (sinto muito, mas aqui não cabe tudo que ele fez, não senhor; vai me desculpar)

DO WILLIAN
DO ZÉ
O Joguinho de Comadres de Conceição do Mato Dentro.
O Entardecer de Príncipes (nesse dia faltou luz e tivemos de antecipar a apresentação).
O Comerciante de Recife, a Veneza do Nordeste.
Doutor Péricles, o Príncipe do Tiro (aê, Dr. Péricles, o senhor é o maioral).
Rei Joãozinho Trinta Fica sem Terras e é Obrigado a Pedir Verbas à Prefeitura.
Rometa e Julieu ou A Indecente Beijação na Capela.
O Boboca que Acreditou nas Promessas de Carnaval da Paulistinha.
Coríntia de Atenas Joga com o Flamenguinho de Sobral e Leva uma Surra Inesquecível.
Tolo e Casada ou os Infortúnios de Zé Mané Atrevido que Foi Pegar a Mulé dos Outros (tomô, papudo?!)

Veja só o que são os temperos tropicais...

Mais, o que é o molejo nordestino.

E não é que as peças d0 Shakespeare-tropical passaram a ser freqüentadas? Frequentadíssimas e comentadíssimas, por sinal, os jornais faziam questão de divulgar, virou Cult, fenômeno mais que nacional, saiu no New York Times, foi recomendado pelo LA Chronicles, pelo Corriere della Sera, pelo The Guardian, pelo Le Figaro, pela Folha e pelo JB.

É nóis na fita, mano.

Parece que só as coisas do Nordeste são apreciadas fora do Brasil.

Serra, quarta-feira, 04 de julho de 2012.

 

OBRAS DO XEIQUE

Principais obras
Comédias
·         Sonho de uma Noite de Verão
·         O Mercador de Veneza
·         A Comédia dos Erros
·         Os Dois Cavalheiros de Verona
·         Muito Barulho por Nada
·         Noite de Reis
·         Medida por Medida
·         Conto do Inverno
·         Cimbelino
·         A Megera Domada
·         A Tempestade
·         Como Gostais
·         Tudo Bem quando Termina Bem
·         As Alegres Comadres de Windsor
·         Trabalhos de Amores Perdidos
·         Péricles, Príncipe de Tiro
Tragédias
·         Tito Andrônico
·         Romeu e Julieta
·         Júlio César
·         Macbeth
·         Antônio e Cleópatra
·         Coriolano
·         Timão de Atenas
·         Rei Lear
·         Otelo, o Mouro de Veneza
·         Hamlet (eBook)
·         Tróilo e Créssida
·         A Tempestade
Dramas históricos
·         Rei João
·         Ricardo II
·         Ricardo III
·         Henrique IV, Parte 1
·         Henrique IV, Parte 2
·         Henrique V
·         Henrique VI, Parte 1
·         Henrique VI, Parte 2
·         Henrique VI, Parte 3
·         Henrique VIII
·         Eduardo III

Vamos, Gente, Dê Praça

 

Passou a reinar novo espírito, o de congraçamento; não exclusivamente o de luta darwiniana pela sobrevivência do mais apto, a chamada porradaria social, mas também a cooperação, a nova equação do para polar oposto-complementar luta-cooperação, o equilíbrio dialógico, taoísta e do MP modelo pirâmide.

Isso interferiu em tudo.

INTERFERINDO EM TUDO

PESSOAS LUTADOR-
COOPERANTES
Indivíduos equilibrados
Famílias equilibradas
Grupos equilibrados
Empresas equilibradas
AMBIENTES LUTADOR-
COOPERANTES
Cidades-municípios equilibrados
Estados equilibrados
Nações equilibradas
Mundo equilibrado

Em particular nasceu a chamada Nova Cidade - o conjunto de novas cidades - que foi modificada para espelhar essa nova razão-emoção, a da reunião quando não fosse a questão da luta. Os nossos pensamentos, nossas crenças interferem nos desenhos dos quartos dos indivíduos, das casas-quintais das famílias, das quadras dos grupos, dos bairros das empresas, das cidades.

O que tinha sido divergente passou a ser convergente.

Se antes as ilhas-residenciais estavam postas em arquipélagos-quadras, quadras paralelas entre si, agora tudo convergia para um centro aonde as pessoas iam se encontrar para conversar, para trocar informações de sobrevivência, para participar a educação dos filhos, para conversar sobre doenças e remédios, para transferir a experiência de vida.

PRAÇAS CIRCULARES

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E a até três quadras dessas praças as ruas eram só para caminhantes, transeuntes, passantes – não comportavam carros, ônibus, bicicletas e nada disso. Era para as pessoas com-viverem, viver juntas, partilharem as dádivas de suas existências.

Fora dali, a luta.

Ali, a co-operação, operação conjunta, compartilhamento, proximidade, redes nas árvores. Isso mudou as cidades, os estados, as nações e os mundos.
Serra, quinta-feira, 21 de junho de 2012.

Tubíblico

 

Para não imitar o Kinder Ovos a Igreja não fez ovo de chocolate, fez tubos, dentro dos cilindros colocando mensagens bíblicas, visando recolher fundos para as obras sociais.

OS OVOS DAS CRIANÇAS (por dentro das ilusões)


AS OBRAS SOCIAIS DA IGREJA

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Com 1,3 bilhão de católicos, mais 700 milhões de protestantes que poderiam simpatizar com a causa, no total talvez 2,2 bilhões, seria grande a chance de arrecadar fundos significativos. A Igreja proporcionava, depois de tantos tubos comprados, um álbum para colecionar as citações.

Como o Antigo Testamento vem desde 3,8 mil anos e o Novo Testamento desde 1,9 mil anos, foi sucesso absoluto.

Vendeu os tubos.

E servia para avivar a Palavra.

Reavivou a Fé, tudo com maiúsculas.

As pessoas passaram a discutir as frases que tinham e cada qual servia de motivação ou sustentação diária.

Já que era tubo, até os surfistas gostaram.

Serra, quinta-feira, 21 de junho de 2012.

Thomasland

 

Nesse mundo alternativo São Tomé, o Desconfiado, virou herói, não foi motivo de chacota como no nosso.

TERRA DE TOMÉ

(6) Tomé mete os dedos nas chagas de Cristo. A ressurreição não é fantasia, lenda, imaginação: ela é real e concreta. Mais ainda: o Ressuscitado é o mesmo Crucificado. Aquele que agora está totalmente transfigurado em glória é o mesmo que foi desfigurado em opróbrios. A fidelidade amorosa do Pai o ressuscitou e o glorificou: “frente a loucura dos homens, vence a loucura do Amor! ” Como disse Bento XVI: “Christus resurrexit quia Deus charitas est! ” – Cristo ressuscitou porque Deus é amor! ”Amor que vence toda treva, toda injustiça, toda maldade, todo pecado, toda morte...

Nesse mundalternativo São Tomé foi visto como precursor, como antecipador em relação a Francis Bacon (que nada tinha de santo), Descartes, Popper e outros.

O MÉTODO CIENTÍFICO

Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-lEsE1GrX21v6fhkUdppr_tilQHDIdS39M4mMsd-4rx3rQmLjXcOzOPRWqa3ef3KmNUOLBIzAv7xUgfEAnhr1EniWT8fit9gqIfOTiMkVEZuMNxZWAHfo3g5yDFouBZ_gRxNoepM4gY4/s1600/metodo.png

Começando mais de 1.400 anos antes de Bacon (uns 100 d. C.), São Tomé (segundo os seguidores dele, com o aparente beneplácito de Cristo), expandindo os efeitos das palavras e procedimentos de Jesus para aumentar a boca do funil que levava os pensamentos das elites ao povo e de volta o trabalho multiplicado, criou O Método de São Tomé mais de 1.700 anos antes da consolidação do nosso e eles puderam dar saltos sobre saltos.

Com o Império Romano pego pela torquês Cristo-Tomé, a engenhosidade dos engenheiros romanos unida à criticidade grega embasou crescimento extremamente rápido, exponencial, pegando todos os povos desprevenidos: o Império Cristão Romano tornou-se verdadeiramente universal, levando de roldão todos os povos, tornando-se Império Universal Apostólico Romano espalhado por todo o globo. Derrotou o Norte, avançou para o Leste, invadiu e doutrinou o Sul, lançou os barcos ainda em 700 para os lados do Oeste e tomou de chofre os Maias e os peruanos, bem como todo o Continente Oeste, que em 930 já era amplamente cristão.

Retomando a dialética grega de 550 a. C. e o TAO oriental da mesma época, fundindo-a com a lógica aristotélica criou a dialógica e a teoria dos ciclos. Em 1050 já tinha dominado todo o horizonte humano.

Em 1412 lançou-se ao espaço, chegando à Lua em 1415. Em 1490 iniciou a colonização de Marte e em 1600 chegou ao Cinturão Exterior, onde criou as bases do salto à Constelação.

Foi rápido.

Foi rápido, mas unilateral.

O mundalternativo tornou-se estéril, sem emoções, vincado de dialógica indestrutível, inapelável. Não havia arte, não havia música, não havia fantasia nem ficção, não havia sonho, tudo era profundamente tecnocientífico, desconfiado, tirânico de qualquer variação, porque nele, aparentemente e por torção de seus fiéis, a existência de Cristo tinha abrigado somente a desconfiança, nada de confiança e entrega.

Tinha ido longe, mas era seco.
Serra, segunda-feira, 18 de junho de 2012.