sábado, 17 de setembro de 2016


O Quieto Professor de Alta Dialógica do Irmão Mais Esperto de Sherlock Holmes

 

Connan levantou-se quando o professor entrou.

- Bom dia, professor.

- Bom dia, Arthur.

- O senhor teria preferido outro lugar?

- Não, aqui no pub está bom. Na universidade seria muito formal. Já parei faz 15 anos ou mais, mas na minha juventude bebi muito. É bom voltar ao ambiente.

- Obrigado por o senhor ter vindo.

- Como vai seu irmão?

- Vai bem. Aliás, é o motivo de eu ter recorrido ao senhor. A série que criei com o nome dele acabou, eu estava achando cansativo, mas me rendi à insistência dos fãs, vou ter de ressuscitar o personagem e não sei como.

- Tenho lido os livros.

- Muitos erros?

- Não, pelo contrário, bem poucos, depois falamos. De onde saiu o Holmes?

- Era o nome de nossa mãe. O de nosso pai naturalmente é Doyle.

SHERLOCK HOLMES

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Sherlock Holmes
Dr. John Watson
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Arthur Conan Doyle

- Qual era a profissão dele?

- Bombeiro, está quase aposentando, ele é mais velho quase 20 anos, temos vários outros irmãos e irmãs, sou o mais novo. Ele não podia ir para a faculdade, ficava ajudando papai, achei muito legal ter emprestado o nome.

- Não reclama das situações em que o colocou?

- Não, pelo contrário, se acha um herói por resolver todos os problemas, os amigos dele se divertem.

- E o Watson?

- Ah, um amigo da faculdade, realmente fez medicina, exerce em Lancaster. Naturalmente o nome não é aquele.

- Dupla muito boa. Seu irmão consome ópio?

- De modo nenhum, só bebe cerveja, nem uísque. Nem poderia, sendo bombeiro, e não teria dinheiro. Invenções.

- O que deseja, Conn?

- Bem, professor, no que tange à dialógica, há umas questões...
Serra, terça-feira, 19 de junho de 2012.

O Morro dos Ventos Uivantes ...

 

Não sei onde os arquitetos e engenheiros da prefeitura estavam com a cabeça que não esperaram o ano todo para sondar o lugar, mas o fato é que construíram um palanque imenso tipo Woodstock ou Rock in Rio para a realização de shows. Terraplenaram o lugar e fizeram enorme estacionamento, bem como gramaram uma área grande para os roqueiros sentarem. Banheiros, quiosques, pronto-socorro, tinha de tudo.

Logo quando foram fazer a primeira apresentação por ocasião da festa da cidade viram que ventava muito e o vento encanado pelos morros laterais produzia aquele som aterrador, uuuuu, uuuuuu, era de arrepiar.

O MORRO DOS VENTOS UIVANTES

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Parecia coisa construída, mas era natural.

Uuuuuuuuuu, aquela coisa penosa, alma penada mesmo.

Além do incômodo do uivo havia a chateação maior, pois parecia vaia – os músicos estavam tocando e parecia que o público estava vaiando. Não tem coisa pior, qualquer um estremece com isso, qualquer um fica abalado, transtornado. Experimenta, se você não acredita. Demole todo cristão, acaba com o cara mais forte e destemido. Ainda mais que não era vaia que esgotasse o fôlego, que a pessoa precisasse respirar, era contínuo mesmo, ia fundo na alma.

Os músicos que se apresentavam tentaram levar na flauta, tentaram não prestar atenção, botaram chumaços de algodão nos ouvidos, mas não adiantava, além de dificultar ouvir os compassos dos outros. Apresentou-se a segunda, a terceira, a quinta banda no primeiro dia; a fama negativa foi se espalhando. Cada banda terminava a apresentação com alívio e corria para os camarins, procurando fugir o quanto antes daquela cidade.  A muito custo levaram o segundo dia, já quase vazio de público, foi fracasso com grande gasto de dinheiro e o que deveria elevar o prestígio do prefeito levou-o ao fundo, a imprensa montou em cima, tanto pelo fracasso quanto em razão do gasto elevado. No outro dia a mesma coisa, três dias de agonia.

No ano seguinte tentaram colocar tapumes, porém foi ruim, bem ruim, porque agora o uivo-vaia ficava mais fino, mais agudo, chegava a doer os ouvidos, alguns desmaiaram, não sei se de frescura ou imitação, alguns chegaram a sangrar. Foi duro. Colocaram médicos, não adiantou.

No terceiro ano foi ainda pior. Parecia que os morros estavam querendo se vingar, o troço todo desandou de vez.

Nem houve quarto ano, o palco está lá enferrujando, a cobertura está caindo, ninguém quer passar nem perto.

Serra, terça-feira, 26 de junho de 2012.

O Matador do Kraken

 

Como se viu nos filmes, Perseu matou o Kraken e depois foi cerimoniosamente saudado pelos soldados com mesuras e reverências.

O KRAKEN ERA O GODZILA DE ANTIGAMENTE

KRAKEN DOS GREGOS
GODZILLA DOS JAPONESES
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Pelo que se pode avaliar, o Kraken era enorme, não sei se 20 ou 30 metros de altura por 50 a 80 metros de comprimento, é questão de avaliar. Como disse Asimov (e as pessoas de antigamente não raciocinavam) o aumento da temperatura corporal cresce com o cubo do aumento da massa, portanto em si mesmo o Kraken pegaria fogo, a menos que fosse “de sangue frio”, quando deveria ficar muito tempo ao sol para entrar em movimento.

Seria como o “fogão de lenha”, feito de lenha, que pegaria fogo da primeira fez e não teria mais serventia. Na verdade, o “fogão de lenha” tem o nome de fogueira. O “fogão a lenha”, cujo combustível é vegetal seco, esse pode ser usado durante muito tempo até.

Os ficcionistas (da FC, ficção científica, e da fantasia), místicos, julgam-se livres para fazer e dizer seja o que for. Seria poderoso exercício da psicologia-p.3 estudar os romances de todo tipo, a literatura, de modo a ver nas falhas e na pressa do fazer debilidade pessoal coletivamente debilitante, quer dizer, as pessoas escreverem não deveria corresponder a falhas investigativas que, reparadas, poderiam favorecer muito a ciência-técnica.

Afora isso e outras falhas dos livros e séries de TV, o fato é que o Kraken era o bichinho de estimação do dono do Kraken, que um dia chegou à Terra em sua imensa nave espacial perguntando pelo danadinho, tão carinhoso, tão amoroso, tão afeito a afagos e demonstrações de afeto, tão fiel. Que criaturinha doce! Tão pequeno e ao mesmo tempo tão amoroso, como é que pode?

Ele não gostou de saber que tinham matado o pincher zero dele.

Serra, terça-feira, 26 de junho de 2012.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016


Patrialidade

 

Naturalmente a palavra não existe.

Nacionalidade existe, a qualidade do que é nacional.

Por analogia, patrialiade é a qualidade do que é “patrial” (como em nacional, daquela nação; também não existe patrial, existe patriótico, adjetivo, relativo à pátria).

NACIONALIDADE (no dicionário eletrônico Houaiss)

Substantivo feminino
Qualidade, caráter do que é nacional
Obs.: cf. naturalidade
1.     conjunto de características que distinguem uma nação
2.    estado, qualidade de uma pessoa que pertence a uma nação determinada, que com ela se identifica, por naturalidade ou naturalização
3.    independência, autodeterminação política
4.    povo que tem em comum a origem, a tradição e a língua e que é capaz de constituir, ou já constitui na realidade, um Estado nacional
5.    estado ou qualidade de uma pessoa que pertence a ou se identifica com um povo ou com um grupo em que a cultura e/ou as tradições são compartidas
6.         grupo étnico que constitui um dos elementos componentes de uma unidade mais ampla (como, p.ex., uma nação)

Quero, contra os desagregacionistas, contra aqueles cujo apelo é a redução do gigante resistente tendente à independência PESADA a anão manipulável, pregar o estudo da pátria como patrimônio, como DIREITO e DEVER de todos e cada um, das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos, empresas) aos AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nações, mundo). Quero dizer que não me conformo DE MANEIRA NENHUMA à redução da minha nacionalidade, da minha estadualidade, da minha municipalidade só porque precisamos da mundialidade, da globalização.

Não faz muito sentido, caso precise duma sala maior, cancelar o banheiro ou a cozinha ou o quarto – devo construir uma casa maior.

A pátria não é um defeito de nascença, como quiseram nos fazer acreditar alguns – é uma virtude, é notícia das minhas proximidades, das minhas criações, das minhas vibrações, dos meus calores (e frios também), são os meus temperos de vida.

Vitória, sexta-feira, 16 de setembro de 2016.

GAVA.

Discurso que Matou o Senhor K

 

Primeiro foi o discurso de Eisenhower sobre o complexo industrial-militar, de cujas repercussões nunca ninguém falou, nem os geo-historiadores. Como era a vida de Ike antes e depois?

IKE ANTES E CHILIKE DEPOIS (na despedida em 1961: ele esperou estar na porta já saindo)

O complexo militar industrial e a energia nuclear
por Rui Namorado Rosa
É geralmente reconhecido que o termo «complexo militar-industrial» foi introduzido pelo general Dwight Eisenhower no seu discurso de despedida como presidente dos EUA, em 1961.
O discurso de Eisenhower
Três parágrafos do discurso, os mais frequentemente citados, abordam diretamente a questão:
«Essa conjunção de um imenso establishment militar e uma grande indústria de armas é nova na experiência estadunidense.

Curiosamente ninguém investigou o episódio sob a ótica do estremecimento entre o poder supostamente subalterno do complexo IM e o supostamente alterno superpoder do governo (tríplice: Executivo, Legislativo e Judiciário) americano. Foi só aquele discurso e nenhuma iniciativa reparadora para retomada do poder ameaçado ou até retirado, do qual ele reclamava como acintoso, malévolo.

OS DISCURSOS DE K

Discurso de Kennedy sobre Sociedades Secretas
7 de outubro de 2010
Seu discurso pronunciado em 27 ABR 1963, o penúltimo de sua vida, cujo objetivo foi denunciar a atividade criminosa das Sociedades Secretas Sionistas ameaçadoras da segurança mundial que, ante tal denúncia e tal resistência anunciada, advinda do Presidente da grande potência mundial, ao que tudo indica, “providenciaram” o seu ASSASSINATO, ocorrido sete meses depois, em 22 NOV 1963.
“A palavra SECRETO é repugnante em uma sociedade livre e somos um povo intrínseca e historicamente avesso às sociedades secretas. Decidimos, há muito tempo atrás que os perigos de ocultar excessivos e injustificáveis atos pertinentes foram muito mais perigosos do que o perigo que citaram para justificá-los [buscar informações sobre a ordem do caos]. Ainda hoje não há muita oposição à ameaça que são as sociedades secretas e das restrições arbitrárias dessas. Ainda hoje há reduzidos valores garantindo a sobrevivência da nossa nação [a Nova Ordem Mundial quer acabar com a soberania dos países]. Se as nossas tradições não sobrevivem com tudo isso, existe um perigo muito grave de uma necessidade anunciada de se aumentar a segurança, que será aproveitada por aqueles que estão ansiosos por expandir seu significado, chegando até os limites da censura e encobrimento, e eu farei tudo que tiver ao meu alcance para impedi-los, e que nenhum funcionário de minha administração, seja seu grau alto ou baixo, civil ou militar, interprete as minhas palavras nessa noite como justificativa para censurar ou para suprimir a dissenção ou para encobrir nossos erros, nem para reter da imprensa ou do público os fatos que eles merecem ter conhecimento.
Existe uma CONSPIRAÇÃO MONOPOLÍTICA e IMPIEDOSA ao redor do mundo, à qual NÓS NOS OPOMOS, que conta com meios secretos de convertermos à sua causa, para assim, aumentar sua esfera de influência, como a infiltração ao invés da invasão, a subversão ao invés das eleições, a intimidação ao invés da livre escolha, guerrilhas noturnas ao invés de exércitos de dia. É um sistema que conseguiu recrutar uma vasta fonte de recursos humanos e materiais, dentro de uma máquina de alta eficiência, que combina operações militares, diplomáticas, de serviços de inteligência, econômicas, científicas e políticas. Seus planos e a execução dos mesmos não vêm a público, não são publicados; os seus erros se enterram e não aparecem em primeira página [refere-se à conivência da Grande Mídia Sionista mundialmente dominante]; seus dissidentes são silenciados e não abalados; nenhum gasto é questionado; nenhum rumo é inspecionado; NENHUM SEGREDO É REVELADO (ver atuação do Grupo Bilderberg ou Clube de Bilderberg = Nova Ordem Mundial)
Nenhum presidente devia temer a inspeção pública de seu programa, porque dessa inspeção vem a compreensão, vem o apoio ou a oposição, e ambos são necessários. Não estou pedindo à imprensa que apoie a administração, mas peço a sua ajuda na tremenda tarefa de alertar o povo americano, e tenho a inteira confiança na resposta e na dedicação dos nossos cidadãos. Eu não poderia suprimir a controvérsia de seus leitores. Eu lhes agradeço. Essa administração [governo] tem a intenção de ser sincera quanto aos seus erros. Como disse um sábio: “um erro não chega a ser um erro, até que você se recuse a corrigi-lo”. Temos a intenção de aceitar total responsabilidade por nossos erros, e a esperança que vocês nos apontem os erros quando não os percebermos. Em tese, nenhuma administração em nenhum país pode triunfar, e nenhuma república sobreviver, e é por isso que o legislador ateniense Solo decretou que é um crime para qualquer cidadão não recorrer de controvérsia, e é por isso que nossa imprensa foi protegida pela Primeira Emenda, a única imprensa na América especificamente protegida pela Constituição, não primariamente para entreter e divertir, não para acentuar o trivial e o sentimental, não para simplesmente dar ao público o que ele quer, mas para INFORMAR, desvendar, refletir e indicar nossos perigos e nossas oportunidades, para indicar nossas crises e nossas escolhas, para dirigir, moldar, educar e às vezes enfurecer a opinião pública. Isso significa uma amplitude de análises de notícias internacionais. Dessa forma, o mais distanciado não estará distante; se encontrará mais à mão e local. Isto significa uma atenção mais ampla e uma melhor compreensão das notícias, bem como uma melhora nas transmissões e, finalmente, significa que o governo em todos os níveis, deve ter a obrigação de proporcionar a informação mais completa possível, até mesmo além dos limites mais estreitos da segurança nacional. E dessa maneira, na imprensa e nesses arquivadores de acontecimentos humanos, guardiões da consciência e mensageiros das notícias, buscamos a forma e a assistência, confiantes de que com sua ajuda o homem será para o que nasceu ser: LIVRE E INDEPENDENTE. ”
JOHN FITZGERALD KENNEDY
27 ABR 1963
 (JAG: foi morto no mesmo ano, em novembro, 22)

K DEPOIS DOS DISCURSOS

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Descrição: http://www.cabuloso.xpg.com.br/famosos/imagens/kennedy01.jpg

Kennedy foi o único presidente americano católico, todos os demais e antes e de depois foram ou são protestantes, muitos deles maçons (inclusive o atual, Barak Obama). Como sabemos, a Igreja é contra a maçonaria, tem editos contra ela; a maçonaria se liga (no meu modo de entender) a todas as sociedades secretas do tipo dos Bilderberg, dos Rotary, do Clube de Roma, dos Rosa-Cruz, dos Illuminatti, da Trilateral e, talvez, dos Skull & Bones.


Naturalmente K era, senão fiel servo, pelo menos católico fervoroso. Talvez fosse agir contra as sociedades secretas, que trabalham o tempo inteiro contra a Igreja. Não foi a Máfia (que foi para lá desde a Itália e cujos chefes eram, na década dos 1960, todos católicos dedicados).

Serra, sexta-feira, 22 de junho de 2012.

O Chefe

 

- Gente, não vai dar não.

- O que foi, Washington?

- O que foi, o que foi... O que foi é esse negócio de ser chefe.

- Ué, todo mundo foi, você é o último, agora é a sua vez.

- Gente, me inclui fora dessa.

- Não dá, não, Was. Você tem que assumir.

- Gente, pensa bem, estou no meio do meu projeto, no momento crucial, se eu desviar a atenção vou fazer burrada.

- Problema seu.

- Não, peraí, Mateus, nós vamos ajudar, sim, poder ficar sossegado, Was. Vamos ser totalmente solidários, Was, mas escapar dessa você não vai não. Você é o último do alfabeto, nós somos quase 50 adultos aqui na comunidade... TODO MUNDO passou por isso, não vem, não.

- Porra, gente, quebra essa, alguém que gosta...

- Como, gostar, você acha que nós somos primitivos?

- Não, primitivos, não, estamos na anarquia, sem-chefe, compartilhamento e tal e coisa, mas pelos menos colaborar, alguém me substitui, eu pago.

- Washington, escuta, cara, você quer solapar nossos valores, que é isso de pagar, retornou no tempo?

- Não, gente, mas tô desesperado, não nasci para isso de ser chefe.

- Quem nasceu?

- Bom, ninguém, né, quer dizer, antigamente alguns com complexo de inferioridade nasciam sim, se apoiavam nisso.

- É PORISSO QUE ELES ERAM PRIMITIVOS, NÉ? Acorda, Was.

- Gente, eu não vou aguentar seis meses disso não, vou desabar.

- Washington, a Mara chorou seis meses, mas não abandonou.

No restaurante as pessoas começaram a olhar e a vaiar.

Washington ficou desconcertado.

Falou, olhando ao redor, peitudo.

- O que cês querem? Tem gente que é mais fraca... Eu sou assim, fazer o quê? Questão de mesloquência (riu). Eu compreendo, racionalmente eu sei, entendo perfeitamente, apoio, discurso a favor, mas é a emoção, entendem, é muito difícil. Quem inventou isso de ser chefe?

- Bem, Washington, você sabe, alguém tem de fazer as tarefas de organização, tudo aquilo, você recebeu aulas quando era criança. Qualquer criança sabe, nós fomos treinados para nossa quota de sacrifícios. Você não pode empurrar pros outros, é criancice, você tem de assumir, vá ao psicólogo.

Serra, quinta-feira, 21 de junho de 2012.

No Campo da Tecnociência

 

- Cumpradre, ocê podia mi ajudá?

- No quê, cumpradre?

- Minha matriz num tá funcionando.

- Pru quê, cumpradre? U que ocê quis fazê?

- É uma matriiz de 100 equação por 100 variável, tá tudo bem definidu, mas os parâmetru tão esquisitu.

- Esquisitu como, cumpradre?

- Num sei, apontano umas coisa doida.

- Ocê já testou com falsificações?

- Já e ao inveis de vir dentro das faixas isperada de erru, saiu muito.

- O que ocê tá buscano?

- Se os polipeptídios vão reagir à superoxigenaçaum dentru da câmara hiperbárica.

- Nunca tinha pensadu nisso. Ocê acha que a superoferta de oxigenu vai excitá as molécula?

- Pois intão, óia aqui. Us controli tão tudo nus conformi. Arrepara.

- Di fatu, cumpadre. Tá esquisitu demais. As placa de petri ocê teve cuidadu de limpá?

- Tivi, sim, limpei treis veiz.

- E ocê compensou as lenti do microscópi para o aumentu de pressão devida à superoferta de oxigenu?

- Não.

- Ocê tevi cuidadu de passar pelas limpeza de praxi?

- Isso tivi, mas teve uma hora que eu entrei depressa...

- Vai ver foi issu, as bactéria proliferou de ocê. Combinadu com a descompessaçaum do microscópi foi a conta, produziu os parâmetru erradu. Ocê vai ter de começá tudo do zero.

- Puta merda cumpradre, será?

- Ô, cum toda certeza.

- Seis semana...

- Melhó que as gozaçaum, hem? Negu tá de olhu, querendo pegá a gente de carça baixa.

- Melhó mermo, cumpradre. Brigadu.

- Num tem de quê. Pra quê nois somo cumpradre?

Serra, segunda-feira, 02 de julho de 2012.