Pai e Mãe
Quando era criança em Linhares tive amigos de
infância, Artur Barcelos Vicente, Walter Denadai e Milson Banhos.
ABV dizia pai e mãe (“pai falou”, “mãe disse”)
diferentemente de mim, que dizia papai e mamãe ou meu pai e minha mãe. Por que
seria assim? Fiquei encucado por muitos anos, décadas com essa coisa simples
martelando minha cabeça.
O que pude pensar é que nas famílias onde
existe formalidade de tratamento se diz pai e mãe e onde há proximidade papai
(como Jesus dizia, Papai, Abba) e mamãe diretamente ou nas conversas, para se
referir, meu pai e minha mãe. Onde a mãe demonstra certa distância e admiração
afastada do pai ela carrega os garotos e as meninas a esse tratamento ausente e
onde há ligação mais afetiva os filhos e filhas possuem esse valor que chamarei
coração-de-toque.
A RELAÇÃO DE JESUS (coração com
coração, identidade – não é tocante, isso? É uma das maiores declarações do Testamento)
Esse foi um dos maiores presentes que Jesus
transferiu, o de poder chamar Deus ABBA, papai, enorme intimidade.
Não que Artur não amasse o pai dele e fosse
amado.
Só havia distanciamento de tratamento,
formalidade.
Vitória, quinta-feira, 15 de setembro de 2016.
GAVA.






















