O Pavoroso Mundo das
Mulheres
Quando eu era criança em Cachoeiro do
Itapemirim de 1954 a 1963 (quando fomos para Linhares), provavelmente depois
dos sete anos, nas procissões de Ramos as mulheres iam com folhas de coqueiro
para serem bentas, simbolizando a entrada de Jesus em Jerusalém, quer dizer,
sua sagração informal como Rei dos Judeus e Rei do Mundo, negada
espontaneamente por ele, como pude raciocinar depois. Tais palhas ficavam secas
e eram guardadas para invocar proteção as tempestades de raios, quando
supostamente deveriam nos proteger. Mamãe reunia as crianças (eu, meu irmão
menor, aquelas porventura presentes) e nos punha de joelhos rezando. Lembrei
disso ontem no Shopping com a mãe dizendo “dodói” ao filho que tocou a ponta do
guarda-chuva, quando evidentemente a ponta não o machucaria, pois era de metal
oblongo, oval, arredondado. As mães falam de “bicho papão” e centenas de outras
superprecauções que envenenam nossas mentes.
De fato, se elas mentem mesmo hoje
quando tem poucos filhos quanto mais terão mentido quando tinham 14 como minha
avó materna! Seria interessante pesquisar como recheavam o universo de perigos
e quanto isso terá obscurecido a vontade de nele entrar, de se aventurar.
Quanto esse excesso mentiroso de zelo terá contribuído para a super-cautela em
relação ao mundo? Quanto as mães terão induzido de pavor nas crianças, depois
adultos, e quanto isso travou os avanços da humanidade?
Vitória, segunda-feira, 1º de janeiro
de 2007.
MÃE
BICHO-PAPÃO
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Enfrentando
o bicho-papão
Ensinando crianças a lidar com seus
medos e fobias
Jofrey L. Brown com Julie Davis Título original: No More Monsters in The Closet Summus Editorial ISBN 8532305687 |
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