O Golpe de Dom
Fernando e o Rei do Mundo
No livro já citado de Victor Mendanha História Misteriosa de Portugal, 5ª
edição, Lisboa, Pergaminho, 1999 (sobre 1ª edição de 1995), na página 253 e ss.
o autor coloca a história de D. Fernando da Rosacruz.
O picareta D. Fernando.
Tece elogios intermináveis ao
“formidável” Dom Fernando, que foi rei-consorte de Dona Maria II com o nome de
Dom Fernando II, como consta abaixo. Dom Fernando era de origem príncipe alemão
da casa de Saxe-Coburgo-Gotha, filho de Fernando Jorge Augusto de Leuchtenberg,
príncipe menor de um reino inexistente. Mirou os “otários” portugueses e foi.
Isso vale um filme fantástico.
Chegando a Portugal ele se mostrou
super-gente-boa, como diz o povo, se interessando pela restauração de
monumentos e pela geo-história de Portugal. Ele comprou o Palácio da Pena “com
dinheiro do seu próprio bolso”, mandando arborizar as colinas em volta,
preparando o golpe, até hoje passado em branco. Daí mandou chamar um amigo
engenheiro militar também alemão, Barão Eschwege (eles devem ter rido muito
juntos), para reformar o palácio.
Diz o autor na página 262: “O Tesouro
Real Português, formado por uma quantidade enorme de pedras preciosas, jóias de
grande valor e várias dezenas de quilos de libras em ouro, tinha sido levado de
Lisboa, por D. Miguel, durante a guerra civil”. Verificou-se depois que não, D.
Miguel (irmão mais novo de Dom Pedro I do Brasil, depois Dom Pedro IV de
Portugal) negou terminantemente.
Em 1827, quando Dona Isabel Maria era
regente, o tesouro existia, pois em 12 de maio daquele ano foi entregue em
caixas ao Banco de Lisboa; em 11 de outubro de 1942 não existia mais, tinha
sido levado. No primeiro ano Dom Fernando tinha não mais que 11 anos, mas em 1º
de janeiro de 1836 tinha casado com Dona Maria por procuração.
SEQUÊNCIA
·
1816:
nasce Dom Fernando;
·
1827:
as jóias existem (produto dos roubos de Portugal durante mais de 300 anos no
mundo inteiro);
·
1836:
Dom Fernando casa por procuração (tinha não mais de 20 anos);
·
1842:
o tesouro já tinha desaparecido (em apenas seis anos Dom Fernando e o barão
fizeram tudo; os alemães são espertos à bessa: mais de um século depois o
descendente-alemão Geisel – 1908 a 1996, presidente-ditador de 1974 a 1979 - deu
um golpe de 30 bilhões de dólares no Brasil, desviando tudo isso como dívida
externa para auxiliar a falida indústria nuclear alemã).
Diz o autor na página 263: “(...)
tendo sido grande a surpresa ao verificar-se que já lá não estavam as jóias
magníficas, as deslumbrantes pedras preciosas nem os quilos e quilos de libras
de ouro mas, apenas, bijuterias falsas de valor insignificante”. Ninguém
estranhou as jóias terem sido copiadas (o que depende necessariamente de proximidade
de um artista competente e de planejamento eficiente, capaz de burlar a
desconfiança).
Acrescenta Victor Mendanha, p. 263:
“(...) mas não nos esqueçamos que o início da construção do Palácio da Pena
aponta para o ano de 1840, dois anos antes de se ter dado pelo
desaparecimento”; e depois, mesma página: “Teria sido D. Fernando, de parceria com
o seu Irmão rosacruciano e engenheiro militar, o autor da ocultação do enorme
tesouro, para alguns talvez destinado a ser descoberto quando mais falta
fizesse a Portugal, para outros intocáveis por se tratar do dízimo pago ao Rei
do Mundo”.
Eles devem estar gargalhando na tumba
até hoje!
O tesouro deve ter sido repartido e
enviado aos poucos para o pai e parentes, que o estocaram e revenderam; Dom
Fernando saiu incólume e com aura de santo-restaurador.
Rei do Mundo!
Essa é boa.
Claro, foi entre 1840 e 1842,
precisamente; na primeira data Dom Fernando tinha não mais de 24 e na segunda
não mais de 26 anos – muito precoce conspirador.
Seria preciso rastrear as “vidas
aparentes” depois disso, porque se individualmente o ano tem 365 dias para a
história há a grande vantagem de se poder dar saltos: pode-se seguir a trilha
do barão, de Dom Fernando e de seus parentes no principado alemão remoto e
obscuro, depois muito rico.
Na página 264 o autor esperançoso
acrescenta: “Estamos cientes de que na altura devida, quando a pessoa própria
lá entrar, verá claramente a chave do segredo e bastará um simples gesto para
ele [o tesouro] ser encontrado” [pelo Rei do Mundo].
Vitória, segunda-feira, 25 de dezembro
de 2006.
DOMINE
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Fernando II de Portugal
(1816-1885), rei consorte de Portugal (1836-1853), esposo da rainha Maria II.
Atuou como regente (1853-1855) de seu filho, o rei Pedro V, e estabeleceu um
governo constitucional.Microsoft
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