Nosso Amigo AMM
Há no Fisco do Espírito Santo um
companheiro com essas iniciais; de profissão ele é engenheiro formado na UFES,
tem agora 51 anos e é alcoólatra, como todos sabem. Indagado pela psicóloga se
bebia afirmou que sim, diariamente. De fato, bebe mesmo, e vai para o serviço
“chapado”, depois de provavelmente ter ficado em casa bebendo os 5,5 dias e
meio da folga. É excelente pessoa, mas tem isso. Nos dois dias que fica no
posto fiscal, pelo menos 24 horas não trabalha, pois está de ressaca tentando
se curar; no outro carimba, mas não faz multas (embora nosso propósito não seja
esse sempre há alguma coisa errada, que por vezes me escapa). Apenas carimba,
como os chamados “carimbadores malucos”. Nem sei se faz as NP (notificações de
pagamento de substituição tributária).
Este texto não é propriamente sobre
AMM e sim sobre as chefias que por toda parte vivem a ilusão do poder e não se
interessam pelos colegas-subordinados, fazendo seu joguinho sujo de agradar os
superiores e - a maioria deles – de pisar os colegas “de baixo”. Embora o AMM
esteja nessa condição há muito tempo não há ninguém que converse com ele para
se internar numa clínica de desintoxicação ou, se ele desejar, participar das
seções do AAA (Associação dos Alcoólicos Anônimos).
Não há um único chefe - de todos que
tiveram contato com ele; e o que mais temos na SEFAZ/ES são chefes, a ponto de
terem sido 200 deles para mil colegas (agora temos mais de 100 para 550 na
ativa) – interessado e suponho que em toda parte do Brasil seja a mesma coisa,
ou talvez do mundo.
É desesperador a desatenção e o
desamor.
Vitória, sábado, 30 de dezembro de
2006.
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