Pastiche Grotesco
Em seu livro, A Tapas e Pontapés, 5ª edição, Rio de
Janeiro, Record, 2004, página 100, Diogo Mainardi (crítico semanalmente
publicado na revista Veja; ele diz
que o livro é uma reunião de suas “melhores crônicas”) coloca:
“Os ideais que
circulam nos meios intelectuais são um pastiche grotesco daquilo que os
europeus enterraram no século anterior”.
Com o quê concordo inteiramente,
acrescentando algo.
Imitação grosseira,
de fato. Aqui dentro passa por ser autêntica invenção nacional, pois os
brasileiros quase todos têm o mal-costume de colocar seus nomes nas obras dos
outros sem citar a fonte. É assim com quase todos, especialmente as elites.
Agora, “século anterior”
dá a entender (sendo agora 2005) que foi há apenas cinco anos, quando na
verdade ele provavelmente quis dizer coisas de 100 anos atrás, passadistas,
retrógradas até, que levam de volta ao passado. Os ideais, as idéias
“revolucionárias” de fora, adotadas aqui são as que foram revolucionárias 100
anos atrás na Europa ou nos EUA ou no Japão ou onde for. É ridículo. As idéias
internas que realmente podem nos fazer avançar são renegadas e abandonadas e
devem ser adotadas primeiro fora para voltarem vitoriosa e triunfalmente como
se fosse de venerados estrangeiros. As elites brasileiras são patéticas e
grosseiramente imitadoras.
Vitória,
quinta-feira, 07 de abril de 2005.
NOS DICIONÁRIOS
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DICIONÁRIO
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PASTICHO
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GROTESCO
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Aurélio
Século XXI
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[Do fr.
pastiche < it. pasticcio.] S. m. 1.Obra literária ou artística imitada
servilmente de outra. 2. Mús. Espécie
de representação lírica composta de árias, duetos, etc., tirados de várias
óperas, com o fim de reunir num só espetáculo, em rápida sucessão, os seus números
de maior êxito. [Não é necessário que os trechos escolhidos sejam do mesmo
compositor. ]
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(ê). [Do
it. grottesco, 'que lembra o estilo das grutas' (v. grotesco [1]).] Adj. 1.
Diz-se do estilo plástico que se originou na imitação de ruínas de edificações
descobertas no séc. XIV, em Roma, e que foram tidas como grutas; nelas se
encontraram pinturas que retratavam, sob forma de arabescos e linhas
sinuosas, homens e animais. [O estilo grotesco foi us. por pintores
renascentistas, como Rafael Sanzio (v. rafaelesco), Giovanni da Udine
(1487-1564), etc. ] 2. Que suscita
riso ou escárnio; ridículo 3. Tip. V.
lineal (2). 4. Teatr. Diz-se do drama (2) [segundo Victor Hugo (v. hugoano) ]
que, no romantismo, passa, naturalmente, da tragédia à comédia, do sublime ao
grotesco. S. m. 5. Qualidade ou
caráter daquilo que é ridículo, grotesco: 2
[Cf. grutesco. ]
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Houaiss
digital
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Substantivo masculino 1 imitação
servil de obra literária ou artística 2,
Rubrica: música.
No s. XVIII, ópera composta de fragmentos de outras, não
necessariamente do mesmo autor 3, Rubrica: música. Obra
instrumental que contém partes compostas por diferentes autores
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Adjetivo e substantivo masculino
1 Rubrica:
artes plásticas. diz-se de ou cada um dos ornamentos que
representam objetos, plantas, animais e seres humanos ou freq. seres
fantásticos, reunidos em cercaduras, medalhões e frisos que envolvem os
painéis centrais de composições decorativas realizadas em estuques e esp. em
afrescos, e característicos do chamado terceiro estilo de Pompéia ou estilo
egipcianizante, em voga esp. nas sete primeiras décadas do sI, de Augusto
a Nero; brutesco, grutesco [Tais motivos e esquemas decorativos influenciaram
decisivamente o Maneirismo, foram reinterpretados pelo Barroco e o Rococó, e
retomados pelo Neoclassicismo.]
Obs.: ver gram a seguir 2, Rubrica:
artes plásticas. Diz-se de ou criação ornamental de graciosa
fantasia que utiliza tais ornamentos
Ex.: Rafael foi dos primeiros pintores modernos a
se utilizar dos g. 3, Derivação: por extensão de sentido.
Rubrica: artes plásticas. Diz-se de, ou estilo artístico ou obra
desenvolvida a partir de tais ornamentos Ex.: <a pintura g. de
Arcimboldo> <o g. dos flamengos e alemães> 4 Derivação:
por extensão de sentido. Rubrica: artes pásticas, cinema, fotografia,
literatura, teatro.
Diz-se de ou categoria estética cuja temática ou
cujas imagens privilegiam, em seu retrato, análise, crítica ou reflexão, o
disforme, o ridículo, o extravagante e, por vezes, o kitsch Ex.: <o
estilo g. da obra de Georg Grosz> <o g. na fotografia de Diane
Arbus> 5, Derivação: por extensão de sentido.
Que ou o que se presta ao riso ou à repulsa por seu aspecto
inverossímil, bizarro, estapafúrdio ou caricato Ex.: <aspecto g.>
<situação g.> <charge g.> 6
Rubrica: artes
gráficas. Diz-se de ou caráter tipográfico que apresenta traço uniforme, todo
ele da mesma espessura, e é desprovido de serifa, ou seja, remate nas
extremidades da letra; bastão, bastonete, etrusco, lineal
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