sábado, 16 de setembro de 2017


Páleo-Dieta

 

Desde quando comecei a ouvir falar de regimes lá se vão décadas, foram centenas de modalidades, o que por si só vale livro alentado (pois é preciso expô-las, mesmo que sucintamente). Deveriam entrevistar médicos, biólogos, farmacêuticos, nutricionistas, seguidores, familiares.

Primeiro, o núcleo delas fala de falhas clamorosas de nossa educação público-privada, de nosso modelo de desenvolvimento, que de um lado enche as pessoas dos mais variados alimentos (elaborados de formas sofisticadíssimas tanto em forma quanto em conteúdo) e do outro tenta tirar com ginásticas em academias caríssimas (valor mensal, roupas, transporte) o sobrepeso conseguido com superalimentação.

Quanta gente (inclusive eu) sofreu com elas!

Quanto dinheiro gasto à toa, quanto desperdício de tempo, quanta dor mental e corporal, caso de polícia.

Os governempresas deveriam se preocupar com elas e com seus proponentes, ainda mais agora que pela Internet oferecem montes de soluções milagrosas com uso de comidas estranhíssimas (sem a anuência da ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e remédios perigosos (agora a cargo do SNCM, Sistema Nacional de Controle de Medicamentos) vendidos como panacéias a preços elevados. Ninguém os pune, nem publica o resultado das punições.

Agora surgiu essa páleo-dieta, dieta-antiga (na verdade, dieta paleolítica, da idade da pedra antiga), tentando-se volta ao modo como, presumidemente, nos alimentávamos como espécie há 40 mil anos, com base no que a antropologia revelou.

ANTIGA DIETA

Resultado de imagem para páleo dieta
Resultado de imagem para páleo dieta
Resultado de imagem para páleo dieta
Resultado de imagem para páleo dieta

Era mesmo assim?

Posso dizer que não.

Em primeiro lugar, os CROM cro-magnons só criaram as cidades ao fim da Glaciação de Wisconsin/Wurm há 12 mil anos, 28 mil depois dos 40 mil, quando estavam nos gelos, a vida era muito difícil, cultivar era penoso. Depois, as mulheres provavelmente não tinham (é preciso pesquisar) domesticado seus BIF, Bioinstrumentos Femininos, entre os quais estavam as galinhas (portanto, sem ovos). Terceiro, as frutas eram pequeníssimas, minúsculas mesmo, estavam em processo de desenvolvimento genético pela escolha das maiores para propagação. Terceiro, as vacas eram pequenas e quase não davam leite (um ou dois litros por dia, como as cabras de agora), quase com certeza eram, quando adultas, do tamanho de bezerros. Não existia azeite de oliva como o conhecemos e o pouco que começava a ser produzido devia ser consumido como remédio, assim como o mel, raríssimo, dos reis e chefes. Quinto, as mulheres estavam começando a cultivar, não havia muitas hortas. Sexto, elas estavam interessadas na grande proteína que os homens iam caçar e pescar. E segue nos detalhes. Todos eles eram menores, homens, mulheres e crianças, e comiam muito pouco, eram famélicos, eram mirrados, fracos lá para trás, melhoraram justamente com as carnes (inicialmente semi-apodrecidas) obtidas pelos hominídeos que seguiam os grandes predadores para pegar as carcaças.

Então, tudo isso não passa de outra lorota, uma embromação.

Claro que será possível realmente elaborar uma dieta dessas com investigações conscienciosas dos tecnocientistas, levando em conta que com o crescimento populacional houve escolha de animais e vegetais cada vez maiores e de produção cada vez mais rápida, visando o aumento populacional e não a qualidade de vida. Por exemplo, nozes se tornaram imensas (relativamente ao passado: não eram essas de agora), porque ao plantar as mulheres escolheram a árvores que davam exemplares maiores. Frutas, as maiores, com perda de qualidade nutricional, assim como as galinhas ciscadeiras de 60 anos passados foram substituídas pelas criadas em confinamento em nossos dias, com rações venenosas. Provavelmente as galinhas de outrora tinham metade do tamanho de agora, eram com as galinhas garnisé (talvez sejam as verdadeiras).

Enfim, patacoada, ilusão essa nova dieta: moda, modismo.

Vitória, sábado, 16 de setembro de 2017.

GAVA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário