quinta-feira, 14 de setembro de 2017


Olhando na Balança o Centro da Terra

 

                            No livro Física, Um Curso Universitário, vol. 1, Mecânica, São Paulo, Edgard Blücher, 1972, capítulo 13, os autores Alonso e Finn tratam da Interação Gravitacional. Falam de balanças, entre outras coisas. Na mais simples delas um travessão tem dois pratos, num deles sendo colocados pesos-padrão, seus múltiplos e submúltiplos e no outro o que se deseja pesar; uma lâmina vertical no centro da trave fala do equilíbrio. Evidentemente essa fita vertical aponta o centro da Terra, onde se coloca em virtual o centro de massa de todo o sistema planetário (porque, além de ser um corpo a Terra é um sistema; ela não é homogênea). Veja, a balança é um retrato do interior da Terra. Não podemos ir lá porque fica a 6.372 km, mas podemos vê-lo conceitualmente desde o solo.

No livro já citado de Leinz e Amaral, Geologia Geral, 1974, na página 15 eles falam de anomalias gravitacionais e dizem: “Graças à atração universal da matéria, o peso do dinamômetro da esquerda acha-se mais próximo do solo, atraído pela massa do precioso metal. Na realidade, embora exista realmente esta maior atração, esta diferença seria perceptível somente com o auxílio de balanças de torção de alta sensibilidade. Tais aparelhos permitem a prospecção de depósitos economicamente úteis, pela constatação das anomalias gravimétricas (seg. Gilluly et. al.)”.

                            Esses métodos se tornaram corriqueiros.

                            Agora, com os computadores de alta velocidade, os pesos (uma quantidade deles postos no conjunto de retângulos como abaixo) variando em altura, tudo sendo medido em altíssimas velocidades, poderiam desenhar um mapa do interior da Terra, pois eles constituiriam várias balanças para os vários pesos (que estariam no interior, abaixo da superfície, dentro do solo, fora do nosso alcance, em vez de estarem acima como os temos medido). Porque, veja, os pesos podem estar em qualquer lugar, acima ou abaixo, à esquerda ou à direita, no fundo ou à frente. De fato, uma balança assim serviria para detectar massas gerais, seria útil para fazer leituras de massa. Colocadas as massas no vácuo para impedir interferências, e medidas as diferenças instantaneamente com fotografias estroboscópicas acionadas pelos computadores, resultados medidos e interpretados por eles, construí-las é apenas questão de apuro tecnocientífico.

                            UM RETÂNGULO DE MEDIÇÃO (balanças múltiplas)                      

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Vitória, domingo, 10 de abril de 2005.

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