segunda-feira, 18 de setembro de 2017


Mostrando que o Futuro Não é Igual ao Passado

 

                            Vimos no texto anterior deste Livro 116, A Previsão do Pequeno Triângulo e as Guerras das Pessoambientes que o Definirão, que as elites não tem acesso ao futuro, só aos passados (que são vários, tantos quantos foram as desagregações delas; mostrando também o FATOR DESAGREGANTE, o multiplicador que as desagrega dentro dos ritmos e dos ciclos). As elites, através dos seus agentes-historiadores, mentem, mentem deslavadamente, mentem com furor para tentar garantir que o futuro será igual aos passados. Investem muito em pesquisa histórica (não tanto quanto deveriam, claro, graças aos céus) inclusive através das 22 tecnartes, principalmente o Cinema geral, reconstruindo constantemente a História geral para que ela seja SUA, das elites e, principalmente, das burguesias, as classes dominantes dentro da geo-história presente.

                            Ora, se os historiadores mentem para fazer a PROPAGANDA DE CLASSE da burguesia contanto a História como se fosse exclusivamente HISTÓRIA DAS BURGUESIAS (e histórias das elites), até como se as duas classes precedentes (patrícios na Antiguidade, nobres na Idade Média) tivessem aparecido apenas para preparar o terreno para a chegada da Burguesia geral, os historiadores revolucionários deveriam mostrar OS DESACERTOS, isto é, aqueles instantes em que cada previsão do trem do futuro esboroou, chocou-se com o trem da realidade e se fez em pedaços que quase nada ficam valendo. Ponto a ponto mostrar que as previsões deram errado e que o futuro está mesmo todo aberto às classes não-tenentes, aquelas que não-tem porque lhes foi tomado.

                            Ao mostrar que ninguém pode prever o futuro, que o povo é que está no futuro e não as elites, os historiadores revolucionários mostrariam que o futuro PODE SER CONQUISTADO por quem seja o conquistador, a classe que tiver ousadia de se pensar como conquistadora. Que o futuro não pertence às elites. O que pertence a elas é o passado.

                            Para tal os historiadores revolucionários devem mostrar ponto-a-ponto que as previsões de continuidade falharam sistematicamente, exatamente porque o futuro é renovação, é gestação do novo, do que não aconteceu ainda. Que o futuro pode ser do povo, se este for bastante ousado.
                            Vitória, sábado, 23 de abril de 2005.

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