segunda-feira, 11 de setembro de 2017


Ganhando Votos e Perdendo o Povo

 

                            Depois de ter estado no esforço preliminar de pensar o PT (partido dos trabalhadores) no Espírito Santo ainda em 1977, quando nas universidades se chamava convergência socialista, e antes de 1980 na fundação na Cúria Metropolitana de Vitória, lá por 1985 comecei a abandonar o partido, porque achava que ele iria “ganhar votos e perder o povo”, como disse a vários, inclusive ao agora professor-doutor RC.

                            O QUE EU QUIS DIZER

GANHAR VOTOS
Chegar ao poder, com todo o aparato que isso confere, por exemplo, preencher os “50 mil cargos”, podendo continuar através da reeleição de Lula por um total de oito anos a “encher as burras” dos arrivistas do partido. O partido se torna então um com o poder e é absorvido por ele, vivendo de falsas zangas que são “da boca para fora”, “para inglês ver”, quer dizer, manifestações pomposas ou aparatosas propagandistas ou publicitárias, quando na verdade nada daquilo existe mesmo, é só fingimento.
PERDER O POVO
Perder a condição de destaque geo-histórico de manifestação como diferença sensível, quer dizer, perder a condição de ser algo novo na GH do mundo-Terra. Deixa de ser promessa ou cumprimento revolucionário para ser ator coadjuvante da situação. Com isso “perde o povo”, quer dizer, a confiança implícita de que algo haveria mesmo de mudar. De a favor do povo passa a contribuir para o projeto das elites.

O PT não é mais revolucionário, porque renunciou às potências, o que todos podem ver; nem pode mais se pretender perturbador, porque todos o veriam como farsante, farsista, gracejador. É um traste histórico que se vendeu pelas primícias do poder.

Vitória, segunda-feira, 04 de abril de 2005.

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