sexta-feira, 15 de setembro de 2017


Economia Masculina, Sociologia Feminina

 

Vimos na Rede Cognata que intuição (que todos julgam feminina) = PROJEÇÃO = PRODUÇÃO = FABRICAÇÃO é masculina, de quem ia para a caça e aprendeu a projetar e a ousar, sem temer e sem andar em círculos. Por muito tempo pensei que a economia estava afeita às mulheres, mas sendo a economia produção vejo agora que é nitidamente masculina, enquanto a organização da Caverna geral, essa sim, é feminina. Os homens produzimos e sozinhos gastaríamos sem acumular; as mulheres só acumulariam, sem ir para diante. As pessoas confundem produção com acúmulo – produção é fabricação, enquanto acúmulo é organização, capacidade de juntar e de dar destinação.

                            Assim, a produçãorganização ou economia-sociologia é de fato tarefa do homulher, mas o arrojo da produção cabe aos homens (não quer dizer que as mulheres não devam participar, pelo contrário – mas não dirigir), enquanto a destinação ou a capacidade de distribuir é das mulheres (vice-versa: os homens podem cuidar de estoques, mas vão ser menos eficientes; e, a menos de sistemas auxiliares de memória, vão perder-se e às coisas sob seus cuidados).

                            Se as mulheres criaram a Caverna geral esta as criou também; ela as contra-modelou, dispôs para elas uma memória MUITO MAIS vasta e categórica no sentido de poderosa, pois a Caverna não significava apenas o lugar físico, mas tudo em volta, e cuidar de 80 a 90 % do pessoal, pensar onde estavam as coisas, onde depois de colhidos deviam ser colocados os produtos, o que era de quem, e tudo isso superdilatou suas memórias e lhes deu essa capacidade ímpar que está até hoje mal-estudada e pior compreendida.

                            É certo, portanto, que os homens devem continuar a lidar com a produção ou economia, mas a tarefa DO QUE FAZER COM OS PRODUTOS deve passar às mulheres (como, aliás, vem sendo há milênios). Sem as mulheres nós apenas produziríamos e não saberíamos no quê aplicar, se é que produziríamos mesmo, porque desde o início não cabe muito no bornal do caçador – os homens com pouco ou quase nada se satisfazem, em termos de produtos. Para ambicionar é que as mulheres estão aí, como todos sabemos.
                            Vitória, segunda-feira, 18 de abril de 2005.

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