domingo, 10 de setembro de 2017


Dever de Casa

 

                            Uma daquelas cenas de subúrbio americano com as casas sem muros, só que elas parecem destoar, sendo uma de cada época, todas diferentes entre si, produzindo certa inquietação visual com a dissonância cognitiva. Por dentro, igualmente, são diversas, com as pessoas de uma época morando em casas de outra época, tanto do passado e do presente quanto do futuro, havendo uma mistura danada, os objetos não casando de modo algum; mas não são diferenças tão absurdas assim. Passam-se alguns minutos na vida de cada uma dessas famílias estranhas e então a câmara muda para outra casa, que também é esquisita e assim por diante por uns 25 ou 30 minutos, em todo caso um oitavo do filme.            

Então apaga por um instante e muda para um conjunto de robôs muito avançados, um maior e outros menores como se imitassem crianças humanas. Há um professor que vai analisar cada caso em especial, apontando os erros (esse apontamento também contém erros em relação aos nossos conhecimentos, só que mais sutis, mais disfarçados, menos evidentes). O professor fala e o cenário de cada casa vai mudando com efeitos especiais até se conformarem mais à realidade. Mais um oitavo.
Há agora um terceiro nível em que os personagens voltaram a ser humanos, evoluídos dos robôs, estudando como se fossem arqueólogos do tempo dos robôs de cima. Daqui sai então um roteiro futurista qualquer que evolui pelos restantes 6/8 do filme. Deve ser um roteiro coerente, não fazendo menção alguma aos 2/8 que se passaram antes.

Vitória, segunda-feira, 04 de abril de 2005.

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