As Raízes do Ocidente
Houve um instante em
que o Ocidente estava depressivo e os Beatles ajudaram a jogar lenha na
fogueira. Eu mesmo fiquei irritadíssimo com tantas trapalhadas, mas isso é como
aquilo de malhar irmãos: um pode, porque ama, mas os de fora não, porque o
ataque é odioso.
Enquanto em Spengler era um aviso, uma
notificação, alguns deixaram vazar o ódio sem analisar o que são os outros:
Ásia, África e América indígena (maias, astecas e outros assassinos,
degoladores e ritualistas – embora houvesse boa gente, como em todo lugar).
Convém mesmo muito, inclusive como
educação para os outros povos, que uma avaliação COMPLETA novelística seja
feita a respeito do Ocidente, patrocinada por consórcio dos povos daqui, de tal
modo que os cinco ou seis mil anos de geo-história do Ocidente sejam avaliados
(como todos os povos, com as origens duplas na Suméria e no Egito, e antes
disso em Jericó) e passados a limpo nas telas de TV, diariamente. Seriam alguns
milhares de capítulos de uma hora, com vasta produção por números diretores e
escritores, com ampla liberdade de expressão (só o Ocidente, por sinal, se
permite isso, a crítica e a autocrítica, que é sempre proibida pelos outros).
De fato, os outros povos deixaram
muito a desejar e têm muito a aprender. Demais até, inclusive porque vem
copiando aberta ou ocultamente o Ocidente nos mais recentes 500 anos.
É bom festejar essa árvore portentosa
que é o Ocidente desde as suas raízes, que são muitas e firmes.
Vitória, quinta-feira, 21 de abril de
2005.
TEM
MUITA GENTE SE PROPONDO ACABAR COM O OCIDENTE (mas, apesar de tudo, não há nada
melhor que ele; longe está de ser o melhor que se poderá conseguir, mas por
enquanto todos os outros foram piores)
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José Paulo Bandeira da
Silveira
Quando a televisão assumiu uma
importância capital na cultura ocidental, Umberto Eco publicou o livro
"Apocalípticos e integrados". O apocalíptico odiava a televisão e o
integrado amava a tela eletrônica. O Que Fazer? 1. Toynbee.
A humanidade da Mãe-Terra. 1976. Zahar. RJ: 273.
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ISSO
COMEÇOU COM SPENGLER
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E
MUITOS FORAM NAS ÁGUAS
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“Remar contra a maré
- É preciso acabar com o Espírito, tal como com a
literatura”.
Antonin Artaud, in O
umbigo dos limbos
O
grito de Artaud contra a cultura ocidental
Colóquio «À espera
de Artaud», FCSH, 13 de Outubro de 1997, organização de Paulo Filipe Monteiro
À exceção do uso pessoal, o texto não pode ser publicado ou reproduzido por nenhum meio sem autorização prévia.
Antonin Artaud, «Paulo os pássaros»,
in O umbigo dos limbos
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