domingo, 17 de setembro de 2017


As Raízes do Ocidente

 

                            Houve um instante em que o Ocidente estava depressivo e os Beatles ajudaram a jogar lenha na fogueira. Eu mesmo fiquei irritadíssimo com tantas trapalhadas, mas isso é como aquilo de malhar irmãos: um pode, porque ama, mas os de fora não, porque o ataque é odioso.

Enquanto em Spengler era um aviso, uma notificação, alguns deixaram vazar o ódio sem analisar o que são os outros: Ásia, África e América indígena (maias, astecas e outros assassinos, degoladores e ritualistas – embora houvesse boa gente, como em todo lugar).

Convém mesmo muito, inclusive como educação para os outros povos, que uma avaliação COMPLETA novelística seja feita a respeito do Ocidente, patrocinada por consórcio dos povos daqui, de tal modo que os cinco ou seis mil anos de geo-história do Ocidente sejam avaliados (como todos os povos, com as origens duplas na Suméria e no Egito, e antes disso em Jericó) e passados a limpo nas telas de TV, diariamente. Seriam alguns milhares de capítulos de uma hora, com vasta produção por números diretores e escritores, com ampla liberdade de expressão (só o Ocidente, por sinal, se permite isso, a crítica e a autocrítica, que é sempre proibida pelos outros).

De fato, os outros povos deixaram muito a desejar e têm muito a aprender. Demais até, inclusive porque vem copiando aberta ou ocultamente o Ocidente nos mais recentes 500 anos.

É bom festejar essa árvore portentosa que é o Ocidente desde as suas raízes, que são muitas e firmes.

Vitória, quinta-feira, 21 de abril de 2005.

 

TEM MUITA GENTE SE PROPONDO ACABAR COM O OCIDENTE (mas, apesar de tudo, não há nada melhor que ele; longe está de ser o melhor que se poderá conseguir, mas por enquanto todos os outros foram piores)

José Paulo Bandeira da Silveira
Quando a televisão assumiu uma importância capital na cultura ocidental, Umberto Eco publicou o livro "Apocalípticos e integrados". O apocalíptico odiava a televisão e o integrado amava a tela eletrônica. O Que Fazer? 1. Toynbee. A humanidade da Mãe-Terra. 1976. Zahar. RJ: 273.

ISSO COMEÇOU COM SPENGLER

História - Cultura e Pensamento
 
A grande crise da civilização
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Enquanto James Joyce (1881-1941) empreendia uma retirada intelectual para dentro do indivíduo, recriando o mito homérico de Odisseu na Dublin do seu tempo, embaralhando a narrativa e inventando o recurso do diálogo interior (Ulisses, 1922), Toynbee, com que compartilhou a época, fez um percurso contrário.


E MUITOS FORAM NAS ÁGUAS

“Remar contra a maré - É preciso acabar com o Espírito, tal como com a literatura”.
Antonin Artaud, in O umbigo dos limbos

O grito de Artaud contra a cultura ocidental

 
Colóquio «À espera de Artaud», FCSH, 13 de Outubro de 1997, organização de Paulo Filipe Monteiro
À exceção do uso pessoal, o texto não pode ser publicado ou reproduzido por nenhum meio sem autorização prévia.
Antonin Artaud, «Paulo os pássaros», in O umbigo dos limbos

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