Ambientes Dentro dos
Panelões
DEPOIS QUE A CRATERA É CAVADA PELA FLECHA
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A seguir a toda destruição, toda
devastação, com desaparecimento de rios e lagos, rebuliço em toda a Terra (e
particularmente naquela terra dali), confusão inexcedível, caos total, reina
paz e sobrevém a tranqüilidade, a calmaria de depois de esgotada a energia,
toda gasta na convulsão.
O panelão está pronto.
Que é que vem depois?
Não há água em volta, toda vida foi calcinada
e cancelada e o aspecto é de um deserto absoluto. O que se vê é o vazio, como
nos mundos mortos.
Começa a reconstrução. Vem a Vida
geral reformar a destruição, retomando tudo do zero. Começa a chover, novos
rios são formados, novos lagos construídos, o ADRN de várias espécies vem
compor novo bioma, a reconstrução se torna exponencialmente febril. Há uma
aceleração formidável e ao cabo de algum tempo (não sei estimar, podem ser
milhares de anos, mas penso que o tempo é curto, aliás, curtíssimo, diante de
tal devastação). Os rios chegam e contornam, nunca entram dentro dos panelões,
o que vai ser depois um índice a mais para identificá-los, porque os rios
“fazem a volta”, pois se trata de um paredão circular que não conseguem
ultrapassar.
Dentro dos panelões o ambiente é muito
agradável, a salvo de qualquer perturbação. Ali surge nova vida - sem qualquer
competição, que lavra medonha do lado de fora - abrigada da competição maior,
sendo esta uma também marca distintiva. Chove dentro, empoça água, o fundo vai
sendo elevado progressivamente, até o fundo do panelão estar coberto. Esse
fundo vai subindo devagar até chegar no alto. A água empoçada eventualmente
vaza pelo “ladrão mais baixo”, como já falei.
Em todo caso, em pouco tempo já não
são vistas como crateras e ficam ocultas no terreno ao redor.
UM
EXEMPLO BRASILEIRO
(na Internet)
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Cerro do Jarau – RS Localização:
Lat.: 30°12'S Long.: 56° 33'W
Idade: 117 ± 17 milhões de anos ![]() |
Abrigada dos ventos pelos paredões a
vida interior, de dentro dos panelões, tem com toda certeza uma evolução
separada da de fora. A que consegue entrar fica abrigada e se distingue da
outra em volta. Seus esqueletos distintivos marcam o lugar, o que por si só é
interessante.
Vitória, sábado, 09
de abril de 2005.


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