domingo, 17 de setembro de 2017


A Boca do Cachorro e a Língua da Gente

 

                            Um desses canais (National ou Discovery) mostrou documentário dizendo de um pesquisador que sugeriu – brilhantemente, na minha opinião – que termos domado ou amansado os lobos como cachorros liberou a boca dos hominídeos de sua função de triturar as presas, pois até então ela tinha arcadas dentárias muitos fortes. Tomando como auxiliares as arcadas dos cachorros nossas bocas puderam evoluir para outras funções.

FOTOS VERTICAIS-LATERAIS DE ARCADAS ANIMAIS (duro demais para a fala, só permite grunhir)


ANTIGA ARCADA HUMANA DURA (representada aqui em metal)


CORTE FRONTAL VERTICAL DE ARCADAS HUMANAS ATUAIS


                            Ontem falaram da língua, programáquina natural psicológica de comunicação que no modelo vem assumindo grande importância (a ponto de eu atribuir o instante de humanização do feto ao estabelecimento mínimo de condições de manifestação, ou seja, o feto se torna humano quando é capaz de autonomamente se comunicar, independentemente de em que idade isso se dá): de como os lábios e a língua-física foram liberados de sua desumanidade para migrarem até a condição psicológica neandertal (200 mil anos) e cro-magnon (80 a 70 mil anos), tão recentemente na geo-história do mundo! Veja só que precioso é isso que demorou 13 bilhões de anos do universo, nada menos de 4,5 bilhões de anos da Terra e 3,8 bilhões de anos da Vida geral.

                            AS MÚLTIPLAS FUNÇÕES DA LÍNGUA

·       NA ALIMENTAÇÃO:

1.       Movimentar os alimentos na boca;

2.       Enviar os sinais dos alimentos (doce, salgado, amargo, azedo);

3.      Liberar os ácidos de degustação;

·       NO FALAR: movimentar-se para modular os sons a partir do ar que vem dos pulmões (finíssima modulação!), em conjunto com o programáquina mental no cérebro – que, aliás, ocupa muito espaço relativo (veja o homúnculo motor em Sagan e abaixo).

Resulta então que a presença do cão, sua domesticação, a conseqüente mudança na boca (deixando nossos lábios de seres grossos e duros para se tornarem finos e maleáveis), sua liberação para a MUTAÇÃO DA FALA levou-nos a tudo isso que somos. Um acidente feliz o da reunião do “melhor amigo do homem” (de todo humano, mas aqui cabe mesmo “homem” porque foi domesticado – o cachorro de boca grande, porque o de boca pequeno foi domesticado pelas mulheres – realmente pelos homens) com a pré-humanidade pré-disposta para a mutação.

Resultou de tal acidente tudo que é humano hoje através da Língua geral. Assim nos tornamos o que somos, e isso precisamos estudar mais e melhor. Abaixo uma colagem obtida de enciclopédias e da Internet.

Vitória, domingo, 24 de abril de 2005.

 

                            A LÍNGUA-COMUNICAÇÃO (na Enciclopédia Encarta 2002)

Língua ou Idioma, conjunto ordenado e sistemático de formas orais, escritas e gravadas, que servem para a comunicação entre as pessoas que constituem uma comunidade lingüística. A partir de Saussure, a língua é um sistema de signos orais e escritos do qual dispõem os membros de uma comunidade para realizar os atos lingüísticos quando falam e escrevem. Noam Chomsky afirma, por outro lado, que a língua é um sistema interiorizado que possuem os falantes, capaz de gerar suas “realizações” lingüísticas.

                            O RETRATO CLÁSSICO DE EINSTEIN E DE UM GAROTO

lingua

                            A LÍNGUA-FÍSICA EM SEU CONTEXTO (contra os lábios)


OLHANDO PROPRIAMENTE A LÍNGUA-FÍSICA EM INGLÊS


DE BOCA ABERTA (esta cavidade é importantíssima – é todo um sistema maravilhoso sobre o qual se baseou a posteridade psicológica)


A LÍNGUA SEPARADA


CORTE DA LÍNGUA EM MOVIMENTO


                            UM DESENHO DA SUPERFÍCIE DA LÍNGUA             


ESTRUTURA DA BOCA


CORTE LATERAL DO SISTEMA FONADOR


LIGAÇÃO DA LÍNGUA COM O CÉREBRO


HOMÚNCULO MOTOR (participação percentual da língua no programáquina humano típico)


                            LÍNGUA MERCK         


LÍNGUA NA ENCARTA

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Áreas gustativas da língua
A língua é recoberta por cerca de 10.000 papilas gustativas, que se agrupam em áreas sensíveis aos sabores doces, ácidos, salgados e amargos. Os componentes químicos da comida que ingerimos estimulam os receptores de cada uma dessas áreas e os nervos transmitem esses impulsos ao cérebro. O sentido do olfato complementa a informação para proporcionar uma ampla gama de sabores.
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CORTE VERTICAL DAS PAPILAS GUSTATIVAS


A LÍNGUA VERBAL MUDA

Nossa língua "brasileira"
Professor da Unesp organiza dicionário com contextos de utilização das palavras
Publicado em 15/11/2002 às 02:00
Você sabe o que é chapoletar? Não? Mas cafuné, empetecar e mamata você deve conhecer. Estes são apenas alguns dos 62.000 verbetes presentes no Dicionário de Usos do Português do Brasil, do orientador do curso de pós-graduação em Lingüística e Língua Portuguesa da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) Araraquara, Francisco Borba. A obra é fruto de oito anos de pesquisa, iniciada na própria universidade.

A EVOLUÇÃO ATÉ O SER HUMANO

The "family tree" of apes and humans. There is no fossil record for the great apes, so the exact branching can be inferenced only on the basis of molecular biology analyses. The exact lineage of extinct branches of Australopithecines (such as A. bosei, A. aethiopicus, A. robustus) and the place of A. africanus in man's direct lineage are still open to dispute.

DESENHO DE GENTE FALANDO (o acontecimento central da essênciexistência psicológica)


UM MUNDO FALANTE (esse é o verdadeiro milagre psicológico; a língua é a própria alma) – o mundo da língua humana.


TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO (conhecimento que está todo na Língua geral)


UM TEXTO

O Texto Escrito

A luta que os alunos enfrentam com relação à produção de textos escritos é muito especial. Em geral, eles não apresentam dificuldades em se expressar através da fala coloquial. Os problemas começam a surgir quando este aluno tem necessidade de se expressar formalmente e se agravam no momento de produzir um texto escrito. Nesta última situação ele deve ter claro que há diferenças marcantes entre falar e escrever.

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