A Extrema
Complexidade do Brasil
Agora vemos com a Lava
Jato a elevada complexidade do país, o emaranhado nacional que
reverbera no mundo. Ora, o Brasil sempre foi visto como simples demais, simplório,
deplorável república quase bananeira: não era visto como primeiro mundo porque
não era, e nem se dava atenção a nós, mesmo com essa bobagem de BRIC (Brasil,
Rússia, Índia e China).
As nações estão
pasmadas e, como já disse, de dois modos:
1. O Brasil é socioeconomicamente
primeiro mundo já faz tempo (vi isso no período em que estive em Linhares,
1984-1987, escrevi sobre isso);
2. Recentemente passou à
condição de visível, de aceito, de respeitado e de consultável, não precisa se
aliar a Rússia, Índia e China.
As pessoas não veem e não entendem. Como
aconteceu isso? A primeira passagem aconteceu em razão do esforço dos
militares, 1964-1985, os propagandistas até colocam isso na Web.
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Em 21 anos os militares fizeram as obras...
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...em 32 anos os civis roubaram à vontade
as obras.
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Emílio Odebrecht, pai, disse que com os militares
não havia nada de irregular, nenhuma oportunidade de entrar para promover
corrupção e roubo do patrimônio nacional, que tudo começou com Sarney e vem
durando esses 32 anos 1985-2017. Em 2012 começou a transparecer toda a bandidagem
com o Mensalão. Deu um salto, quando de 2014 a 2017 veio a Lava
Jato, o pessoal de Curitiba avaliou em 10 trilhões de reais a soma
potencial do ataque ao Erário.
Isso, por contraste negativo e motivação do
excelente grupo do Paraná, levou à explosão que o mundo está vendo: foi mérito
da Justiça do estado, especialmente de Moro, do MPF e da PF. Depois entraram em
cena o juiz Marcelo Bretas do Rio de Janeiro e o juiz Vallisney de Souza, de Brasília, que são firmes,
resistentes.
Tudo
isso repercute.
Foi
essa segunda parte, a exposição da ditadura civil, que lançou os olhos do mundo
sobre nós: é negativo, mas produz efeitos, diz ao planeta que há uma grande
disputa interna (que significa externa, também), mostrando a relevância do
Brasil no cenário mundial, do qual participará doravante, porque atinge alto
nível dialógico. O Brasil é, de agora em diante, plenamente primeiro mundo, não
precisa mais se sujeitar a nenhum dos outros, pode falar de igual para igual,
não precisa baixar a crista nem se sujeitar à China, pelo contrário, esse
rebaixamento de Temer e dos anteriores só mostra que não compreendem mesmo nada,
nem de política mundial, nem sequer da brasileira, são estúpidos, não fazem
ideia do que está em curso. Nem os brasilianistas entenderam isso. Passaram ao largo.
Não projetaram antecipadamente, não acompanharam enquanto acontecia, não
identificaram a finalização – tremenda incapacidade, veja só!
Vitória, quarta-feira, 13 de setembro de 2017.
GAVA.


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