A Demanda por
Violência
Esse Cereja (CEREJA,
William Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática: texto reflexão e uso. São Paulo: Atual, 1998) foi dado como matéria de discussão
em sala de aula pela professora PC na UFES. Na passagem anexa “Língua oral e
língua escrita” um texto é colocado: “O problema da violência na tevê... bem...
quer dizer... a violência chega em nossa casa através da televisão. Por
exemplo, você liga a televisão e vê um filme policial que o mocinho mata vinte
bandidos de uma vez só... aí, né, todo mundo fica torcendo pra ele matar mesmo
os caras... Por isso eu acho que a televisão acaba sendo um mau exemplo e leva
a moçada a matar também, a praticar a violência”.
No Mali pode passar
o mesmo filme que na Suécia, mas neste país a procura ou demanda por violência
é muito menor, dado que a homogeneidade cultural e a riqueza são grandes.
Trata-se, creio, da busca ou pleito por violência e não da oferta. Se tais e
quais filmes fossem passados em mosteiros católicos de frades recolhidos à
oração ou a monges budistas eles olhariam como curiosidade; se a motivação, se
o empenho aberto, se a tolerância com o crime estão presentes a acolhida aos
crimes mostrados é muito maior. Na época do domínio das rádios o som de
guerras, de combates de bandidos também chegavam: então será a polêmica polar
entre som e imagens? Também não, tudo diz respeito a quem está recebendo a
mensagem, a predisposição: se fosse o objeto mulheres e homens responderiam do
mesmo modo, crianças e adultos, negros e brancos, leigos e religiosos e assim
por diante.
O que deve ser curada é a demanda,
porque assim a oferta nada significará, pois magros não o são por falta de
alimentos; mas se a oferta TAMBÉM for controlada, melhor ainda: comidas muito
gordurosas, doces e de um modo geral atrativas se ofertadas aos magros irão
igualmente descompensá-los. São as duas coisas, tanto oferta quanto procura,
pois as urgências socioeconômicas postas podem contribuir para preparar o campo
para a demanda excessiva.
Vitória, terça-feira, 03 de maio de
2005.
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