5.800 Geografias e
Quase 6.000 Futuros
Como nesta seqüência
escrevi 116 livros de 50 artigos (em média; menos os primeiros, que foram
compensados depois), isso dá 5.800 no total. Em algum momento vi que cada
artigo significa uma guerra (é cognato na Rede Cognata, isto é, artigo = GUERRA
= CRUEL = CRÍTICA e outras traduções), uma disputa, um confronto. Não é sem
embater, sem chocar-se, e não é impunemente que se publica. Sempre há
conseqüências, sempre há enfrentamentos. Assim, publicar é enfrentar (são cognatos
na RC). Não há como não ser, necessariamente é.
No modelo
progressivamente fui vendo que geografia é o lado do futuro, das guerras, dos
espaços, dos povos; enquanto história é o lado do passado, da paz, dos tempos,
das elites. Também vi que publicar é criar geografias, possibilidades para
diante (porque, necessariamente, não se volta) nesse sentido de estar negando
os passados, mesmo ao afirmá-los, porque a repetição é caminho para o oposto;
plural porque não é um só, aconteceram divisões que persistem, sendo inclusive
trabalho dos historiadores explicitá-las. E também enxerguei que escrever é
criar futuros e espaços, é habilitar todos os seres para os diferentes
(inclusive combater na própria repetição os chatos que insistem em repetir), os
novos modos de ver. Assim sendo, a publicação muda muito:
·
Cria
espaços (habilita a gente toda a expandir-se mentalmente);
·
Abre
futuros, rasgando o véu das contenções passadistas que superafirmam os
passados;
·
Realimenta
as guerras (que impedem que caiamos nas cristalizações dos aproveitamentos
passados);
·
Redimensiona
os seres, os teres, os estares e os modos todos de pensimaginar;
·
Abre
tantas vertentes novas!
Escrever desopila, desobstrui, alivia,
desimpede.
Articular, juntar as articulações
soltas também é fazer artigos, produzir essas críticas do que antes acontecia.
Vitória, quinta-feira, 28 de abril de
2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário