sexta-feira, 11 de agosto de 2017


Tela de Espalhamento Simbólico dos Sapiens

 

                            Chamemos a isso de TES, uma precaução necessária e até notável em seu propósito e em sua chance de converter-nos em mais moderados pesquisadores. Pois, como é sabido na tecnociência, as coisas não são definitivas, são provisórias. Do lado da técnica o próprio fato de os técnicos serem desenvolvedores ou empíricos torna-os precavidos, capazes de evitar a armadilha, pois a demonstração é a do uso e o uso é irredutível. Ninguém dirá que o rádio é impossível, desde que temos aparelhos. Mas os cientistas nos impõe, principalmente fora das ciências matematizadas, absurdas e até abusadas concepções que depois se mostram errôneas. Seria o caso da auto-imposição da cautela, colocando todas essas hipóteses em tal Tela de conhecimento universal, onde elas entrariam e sairiam de acordo com um controle internacional que avaliaria sua veracidade provada até aquele instante.

                            Por exemplo, na escola ensinam a todos sobre a “pré-história”, imenso buraco dentro do qual só desde os neandertais de EMAY (Eva Mitocondrial + Adão Y) estão 200 mil anos de desconhecimentos, dos quais temos fracas notícias apenas sobre os mais recentes 10 mil. Antes disso é pior ainda. Quando fui raciocinar sobre todos aqueles passados despontaram centenas de coisas diferentes, bem distintas das que eram mostradas. E isso é só o começo, o que pude raciocinar com os poucos recursos de que disponho. O que teriam feito, o que farão os quase ilimitados recursos mundiais? A TES dos sapiens colocaria em suspenso as afirmações sobre eles. Ficaríamos aguardando mais pontos surgirem e se posicionarem na TES/S, formando retas, planos e espaços de maior credibilidade. Impor o vazio de antes, quase sem lógica e sem dados de campo é absurdo. Isso vale para a geologia, a paleontologia, a antropologia, a arqueologia e a geo-história, cinco telas, TES/G, TES/P, TES/A, TES/Ar e TES/GH. Em vez de avançarmos tais ou quais hipóteses como sendo a verdade elas seriam cotejadas na grande tela mundial, com subtelas para as nações e microtelas para os estados (menos que isso não seria bom, mas a representatividade das universidades – são seis mil no mundo – é de esperar).

                            Com a TES/A (antropológica) teríamos a TES/AS (dos sapiens: N, neandertais, e CM, cro-magnons) e nos colocaríamos à espera; quem desejasse se referiria à sua preferida teoria de modo definitivo, sabendo que não é nada disso; podendo-se à medida das adesões se metrificar em porcentos, quer dizer, quantos dentre todos os profissionais se manifestaram a favor.

                            Vitória, segunda-feira, 06 de dezembro de 2004.

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