Visconde, um Nobre
Visconde é
proprietário de um bar em Venda Nova do Imigrante, onde no caminho para o posto
fiscal Zito Pinel em Pequiá, Iuna, divisa com Minas Gerais paramos para
lanchar.
Contou que menos aos
domingos - são 52 num ano - há 29 anos acorda às 4:00 (quatro da manhã) e vai
até as 22:00 horas (dez da noite), naturalmente fazendo alguns minutos de
almoço. Contando uma hora de almoço e outra para as necessidades, são 16 horas
por dia - o que é comum na empresa privada - nesses quase 30 anos teria
trabalhado nada menos que 145 mil horas, a serviço das famílias que atendem
todos juntos: ele, a esposa e agora a filha, mais os funcionários. Naturalmente
acumulou alguma coisa, talvez terreno, construiu uma casa, comprou carro e deve
ter algum dinheiro guardado, nada sei dele. Colocou uma pequena indústria de
embutidos e sabe-se lá o que mais fez. Juntos, ele e os familiares prestaram
várias centenas de milhares de horas de trabalho à população. Evidentemente
ninguém discute que foi por interesse, pois, claro, como que não seria?
Nem se diz que não
existam milhares como ele. Não estou louvando o indivíduo e sim o grupo
representativo, ele como tantos outros que se empenham para prestar bons
serviços. Já falei do Nelson, já falei de vários, escrevendo ou não. Sem dúvida
é impressionante a capacidade humana de trabalhar. Quando vemos todas as coisas
caminhando podemos com certeza ver nisso zilhões de horas de trabalho de tantos
milhões de viscondes, os verdadeiros nobres deste mundo, que por décadas
mourejam e nem recebem uma citação no rodapé de algum livro de história.
Pois fiz então
questão de lembrar todos esses viscondes que estão espalhados pelo planeta.
Vitória, sábado, 07
de agosto de 2004.
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