terça-feira, 18 de julho de 2017


Tensão Conceitual e o Gestual Anunciador do Infantilismo Espontâneo

 

                            Como vimos, por conta do fim da II Guerra Mundial aconteceu de 1945 a 1968 uma fase nunca vista antes nem depois em termos de liberdade. Peguei isso residualmente desde quando nasci em 1954, mas principalmente a partir dos 7 anos em 1961, por sete anos e sei que foi delicioso. Quem não participou não sabe e quem participou mais sabe mais. Ali nasceram várias coisas que deixaram saudades, tanto no mundo quanto no Brasil; por exemplo, aqui a Bossa Nova que se espalhou no mundo inteiro. Será uma época que deixará saudades intensas na humanidade quanto mais passe o tempo e mais se sinta que não vai haver tempo igual, exceto quando nos liberarmos de opressão ainda maior.

                            Então, depois de 1968 passaram-se 30 anos, uma geração, como é usual; ou, contando de 1945 a 1975 (sete anos além de 1968), a seguir até 2005, estamos prestes a fechar um ciclo e recomeçar. De fato, Gabriel reclamou que na geração dele e da Clara nada tem acontecido de relevante. E é assim mesmo, parou tudo nas tecnartes, exceto no cinema, e no Conhecimento e em tudo mesmo.

                            Então, estando com nosso amigo PACOS, engenheiro-doutor da UFES que trabalha com cálculo estrutural, inclusive em aço, perguntei a ele se a adesão do Brasil aos programas de maior emprego de aço como elemento estrutural e modelador plástico, um ramo que é tanto mais difícil quanto mais potência nele existe, conduzindo a necessariamente maior maturidade no uso de equações, não implicaria passagem (que venho esperando, porque o modelo mostrou que só temos 30 anos para isso) do país ao primeiro mundo?

                            Ele disse que sim, que já está em curso, pelo menos no setor do aço, uma gestação de revolução conceitual há 15 anos. Talvez esteja em toda parte, esperando a deixa para explodir. Isso, é claro, manifesta-se antes nas artes como um infantilismo espontâneo que tem um gestual anunciador, que anuncia, ou seja, nas artes aparece uma inquietação que vem à tona como gesticulação nova característica. Como ela não emergiu ainda, podemos contar que a revolução/revelação não aconteceu. Mas vem vindo.

                            Vitória, domingo, 29 de agosto de 2004.

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