quinta-feira, 20 de julho de 2017


Para Onde Foi a Psicologia que Estava Aqui?

 

No (excelente, posso dizer de ter lido só a introdução) livro de James Rickards, O Caminho para a Ruína (O plano secreto das elites globais para a próxima crise financeira), São Paulo, Empiricus, 2017, o autor fala na página 9 e seguintes de Felix Somary, chamado Corvo de Zurique, que previu várias crises acontecidas.

O AUTOR E O LIVRO

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Americano.
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FELIX SOMARY (como os idiotas o achavam agourento, é quase desconhecido, porém importantíssimo)

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Áustria-Hungria, 1891-1956.

Como já disse tantas vezes, dinheiro é psicologia, assim como tudo é, no nível da racionalidade-irracionalidade característica da humanidade. Ao contrário do que o papel,  as moedas metálicas, o ouro (ou metais preciosos ou pedras preciosas) querem representar enquanto moeda, tudo isso é sonho-pesadelo da razão, porisso pode sumir como fumaça, dependendo de crença, de leis, das forças armadas, da estabilidade nacional, das alianças governamentais (do Legislativo, do Executivo, do Judiciário) – é complexo.

PODE DESAPARECER facilmente, como acontece nas crises: onde está o poder de compra que estava aqui?

AS MAIORES DESCONFIANÇAS INTERNAS (quando todos desconfiam de todos e cada um, o conjunto está esfacelando – o Brasil passou por isso, 80 % ao mês durante a ditadura civil de Sarninha; as elites sangram impiedosamente os povos)

Superinteressante
As maiores inflações da história
O Brasil teve inflação de dois dígitos em todos os anos entre 1954 e 1994. Recorde mundial absoluto. Nosso auge foi de 83,95% num único mês (março de 1990). Mesmo assim, se examinarmos os picos hiperinflacionários mensais de todos os outros países, em todos os tempos, o Brasil não chega nem no top 10, já que o resto do mundo tem casos ainda mais ridículos. Veja:
Por Tatiana Klix
15 setembro 2015
10° PERU
Lutou contra a inflação durante toda a década de 1980. Não adiantou. Em 1990, numa transição de governo, viram os preços subirem numa taxa de até 397% ao mês.
9° TAIWAN
A guerra civil na China, nos anos 40, afetou o país. Taiwan enfrentou escassez de matérias-primas e mão de obra. O problema durou só dois meses, mas foi grande. Em 1945, a inflação mensal chegou a um pico de 399%.
8° TURCOMENISTÃO
Entre 1992 e 1993, o país recém-independente entrou em parafuso. Sem uma política econômica clara, sofreu com o fim da União Soviética e com uma inflação de 429% em novembro de 1993.
7° ARMÊNIA
A hiperinflação de 1993 a 1994 aconteceu por causa do terremoto que devastou o país em 1988 e porque a União Soviética, que apoiava a indústria local, acabou. Em novembro de 1993, a taxa foi de 438%.
6° CHINA
Depois da Segunda Guerra, conviveu com guerra civil e três moedas simultâneas durante dez anos. Esse caos, somado a dívidas e impressão de dinheiro, terminou em inflação de 5.070% em abril de 1949.
5° GRÉCIA
Durante a Segunda Guerra, o país foi ocupado e arrasado pelas tropas de Hitler e Mussolini, perdendo boa parte da capacidade de produção e exportação. Em outubro de 1944, a inflação foi de 13.800%.
4° ALEMANHA
Derrotado na Primeira Guerra, o país tinha pouca capacidade de produção, mas devia muito dinheiro e imprimiu moeda. Resultado? A economia enlouqueceu entre 1922 e 1923. A taxa mensal chegou a 29.500%.
3° IUGOSLÁVIA
A combinação de conflitos políticos e étnicos, economia devastada, embargos e impressão de dinheiro para pagar dívidas criou uma hiperinflação entre 1992 e 1994. Em janeiro de 94, foi de 313 milhões por cento.
2° ZIMBÁBUE
Durante os anos 90, o governo redistribuiu terras, mas devastou a produção. Somado à sanção internacional e impressão de dinheiro, o país teve uma inflação de 79,6 bilhões por cento em novembro de 2008.
1° HUNGRIA
Arruinada pela guerra, a Hungria imprimiu muito mais dinheiro do que podia. Entre 1945 e 1946, a inflação explodiu e os preços dobravam a cada 15 horas. O pico chega desafiaria os limites da matemática, caso a matemática tivesse limites: num único mês, a porcentagem foi a 41,9 quatrilhões. Ou seja: gloriosos 41.900.000.000.000.000%.

Por essa e outras razões não tenho poupança.

Coloque esta cena: alguém prepara banquete para o casamento de filha (quem paga pelo filho é a família da noiva) e os quitutes vão sumindo – essa é a inflação, o dinheiro que estava depositado vai comprando menos e menos. Um mecanismo tradicional de tomar dinheiro do povo é a poupança que “dá” sempre abaixo da taxa inflacionária do mês, quer dizer, tira um tanto mensalmente.

Tudo que vemos fora está igualmente dentro de nossos cérebros, é internexterno como carros, violões, tênis, o que é geralmente difícil de ver: que o espanador que manipulamos está também dentro de nossas cabeças, que o dinheiro manipulado é uma imagem mental. Confiamos que há dinheiro no banco, não pensamos serem os números retratos intangíveis de nossa estabilidade nacional. Veja a Hungria 1945/1946, onde 419.000.000.000.000 ou 419 trilhões do ano anterior valeram apenas 1 no ano seguinte. A falsa verdade do dinheiro esfumaçou na cabeça dos húngaros. Naturalmente Rickards vai recomendar o ouro no livro, mas ele também será instável se houver conflito, se não houver um mínimo de ordem.

O fato inquestionável de haver materialidade fora de nós enganou quase a todos, inclusive a mim durante largo tempo. O fato ainda mais inquestionável é que há um transiente, o que transita, entre o exterior e o interior e se ele não for estabilizado por rígida confiança, dissolve-se. E essa dura certeza depende da dialógica, da dialética, de ciclos.

Vitória, quinta-feira, 20 de julho de 2017.

GAVA.

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