Outra Forma de
Construir Livros
Normalmente os
autores compõem livros de chofre, de súbito, por assim dizer, estabelecendo as
figurambientes, quer dizer, as FIGURAS (no caso racional humano indivíduos,
famílias, grupos e empresas humanas) e os AMBEINTES (aqui os tipos
característicos assumidos: cidades/municípios, estados, nações e mundo) para
suprir a linha de lógica que conduz desde o princípio.
Por exemplo, escolhe
um indivíduo, Marcos, sua família, seu grupo de amigos, a empresa onde é
operário ou patrão, ou o que for, e o coloca em tal ou qual cidade. Propõe um
enredo Psicológico (para as figuras ou psicanálises acima; com objetivos ou
psico-sínteses; nas economias ou produções julgadas apropriadas; dentro das
sociologias ou organizações onde será engajado; nos espaçotempos ou
geo-histórias de eleição – pode ser tempo passado, presente ou futuro). Recheia
sua casa de móveis, põe um carro em sua mão, atribui uma trilha. Faz o tempo
correr mais depressa ou mais devagar. Dilata os espaços ou tempos. Independente
de como, freqüentemente principia com uma lógica dentro de si; que é mais alta
ou mais baixa, de um grande ou de um pequeno autor, ou médio. Em todo caso
começa imaginando como a trama se desenrolará para atingir clímax ou
anticlímax, com um vazio no começo, no meio ou no fim. Em resumo, segue as
técnicas de composição ou vai na marra, marinheiro sem escola de marinha.
Como fui construindo
ponto por ponto em ASC, segui trilha diferente; escrevi cada assunto como um
artigo, juntando-os então conforme me pareceu mais lógico, em blocos, como está
estabelecido lá, segundo as linhas da geo-história e dos mitos e meu
conhecimento deles. Em todo caso mais de 500 ou 600 títulos diferentes foram se
encaixando antes de aparecer uma esfera consistente. A vantagem disso é que os
elementos de tensão vieram de várias exigências distintas, em vários instantes
– não foram desde o início manifestações da linha única de lógica. Várias delas
guerrearam antes de um acordo começar a emergir. A desvantagem, é claro, é que
não há uma lógica dominante e é mais difícil compor linha única de resumo.
Como
sabemos que a soma é zero não há indicação do que seja melhor, este ou aquele
método. É o caso de cada um experimentar. O primeiro é do todo para as partes;
o segundo, este com que acidentalmente topei, é das partes para o todo.
Vitória,
sexta-feira, 06 de agosto de 2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário