Os Nobres e os
Cavalos
Quando Adão viu os
cavalos enlouqueceu e pôs novamente a perder os planos de Deus, pelo quê foram
diminuídos vários milhares de anos de sua vida; depois, é claro, endireitou-se
e fez a oferenda que foi aceita.
Como resultado da extrema
preferência dele, seus descendentes diretos todos e os humanos mestiços
tornaram-se obcecados com os cavalos, inclusive os padres, mas principalmente
os matadores, depois conhecidos como nobres; como os adâmicos andavam
empinadinhos, em virtude do resto de herança mental de serpente-do-paraíso,
resquícios mentais que mantinham suas colunas eretas, os nobres passaram a
imitá-los, o que se tornou índice de nobreza. Aquilo que no princípio era apenas
um detalhe da construção mental dos atlantes, restos de programação que ficaram
na construção dos corpos de Adão, Eva e Set, ou que Adão deixou
propositalmente, sei lá, tornou-se apontamento de futuro.
O fato é que os
celestiais desfilavam garbosos sobre as montadas e os seus acólitos humanos no
decorrer dos milênios buscaram imitá-los, nisso como em tudo mais. De origem
era muito bonito. Claro, no começo mesmo só Adão andava a cavalo, ninguém mais
podia, porque ele os havia domesticado e mudado bastante, geneticamente, para
adequar-se a seus propósitos, mas tinha ciúme deles e os conservava somente
para ele. E assim foi muitos séculos. Foi somente quando finalmente admitiu que
seus filhos e netos passassem a montar que as montarias se disseminaram; e apenas
com a morte dos dois, Adão e Eva, todos os descendentes decidiram ter, homens e
mulheres, todos os augustos senhores e augustas damas. Os sapiens nem pensavam
em ousar, mas os humanos, audaciosos que eram, logo que se puseram longe das
vistas de seus senhores trataram imediatamente de treinar seus cavalos,
levando-os onde iam, em todas as direções. No final das contas foi
interessante, porque não apenas o treinamento dos cavalos espalhou-se como se
podiam ver excelentes galopadas, o que também agradou a Deus, digamos assim
(mas a punição permaneceu, porque se palavra de rei não volta atrás muito menos
a de Deus – que não tem sociedade nenhuma a obedecer).
Vitória,
terça-feira, 10 de agosto de 2004.
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