quinta-feira, 20 de julho de 2017


Os Feijões Mágicos de Pitágoras

 

                            Pitágoras viveu no século VI antes de Cristo e é tido até hoje como um grande matemático, vindo dele o teorema que leva seu nome (a2 = b2 + c2). Descobriu a relação das notas musicais como frações e fez um punhado de coisas que faz as pessoas retornarem a ele depois de 25 séculos. Acontece que no meio de tudo que realizou Pitágoras exigia que os discípulos não comessem feijão. Isso atravessou a história como uma esquisitice dele; gênio, sim, mas esquisito, deslocado, meio doido de proibir que se comesse feijões. Como se Einstein aconselhasse - depois de ter feito tanto - seus leitores a não comerem abóboras ou melões. Então, soou como místico. Mística é a pessoa que não entendemos, que afirma coisas no vazio, sem prova. É uma maneira educada de dizer doida certa pessoa que não compreendemos.

                            Olhando reações que tenho quando como e não como feijão, depois de muitos anos de observações pude ver que ele provoca sono; não é a feijoada “pesada” de proteínas de porco que adormece, é a quantidade de feijão. Sabendo-se que quase todos os brasileiros comem feijão com arroz e quase todos sentem sono depois do almoço é de se perguntar se não vem disso? Ademais, aconteceria com todos os povos que comem feijão? Um médico homeopata nosso amigo disse que a combinação de feijão e arroz, muito barata, provê equilíbrio na alimentação popular (por razões que colocou e esqueci). O feijão-com-arroz barato provocava sono, razão pela qual os patrões entupiram os operários de café, para contrabalançar, combatendo veneno com veneno, viciando nossa gente.

Se há no feijão uma “propriedade dormitiva” (como se dizia antigamente) ou uma “propriedade química” ou “princípio ativo” (como ainda se diz) o isolamento de tais moléculas poderia ajudar tremendamente os insones. Ademais, como se sabe e foi isolado, a alface realmente provoca sono, de modo que se fossem juntadas as duas moléculas da alface e do feijão em latinhas de conserva para os de menor poder aquisitivo (como custa dizer “pobre” no linguajar politicamente covarde!) e em pílulas para os ricos, isso ajudaria não só a dormir como a reequilibrar o espírito, acredito. Seria preciso pesquisar e achar um químico para assinar as fórmulas na base de 50/50, 60/40, 70/30, 80/20 e 90/10 entre uma e outro, devendo-se, como disse Gabriel, verificar qual dos dois é mais potente.

Ou seja, feijão cozido com alface batida, tudo misturado.

No final das contas percebemos que Pitágoras estava certo mais uma vez: não comer feijão para não dormir nas aulas. Ele não era místico coisa nenhuma! De longe todo sábio parece incompreensível. O que julgávamos misticismo nele era apenas nossa incompreensão, afinal de contas.

Vitória, segunda-feira, 30 de agosto de 2004.

 

                            PITÁGORAS NA Internet

Pitágoras, o fundador da escola pitagórica, nasceu em Samos pelos anos 571-70 a.C. Em 532-31 foi para a Itália, na Magna Grécia, e fundou em Crotona, colônia grega, uma associação científico-ético-política, que foi o centro de irradiação da escola e encontrou partidários entre os gregos da Itália meridional e da Sicília.

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