segunda-feira, 17 de julho de 2017


Oportunismo Capixaba

 

                            Houve um momento em que algum idiota inventou o “capixabismo”, sem atentar o que estava fazendo. O modelo diz que todo “ismo” é sobreafirmação do info-controle (informação-controle) ou verbalização ou comunicação. É excesso palavroso, é doença do IC mais apto, agoraqui a humanidade; especialmente, no caso do capixabismo, excesso capixaba. Sobreafirmar o capixaba é negar o brasileiro; hiperafirmar o americano no americanismo, quer dizer, a adesão sem raciocínios ao americano, é burrice criminosa, porque se os EUA constituem espetacularmente 25 % de toda a riqueza anual do mundo, ainda será verdade que o restante do mundo fica com 75 %, três vezes aquele tanto. Negar os EUA é ruim, porém negar o mundo é pior ainda.

                            Negar o ES é ruim, todavia negar o Brasil é muito pior.

                            Talvez haja um tempo em que se afirme a CAPIXAB/IDADE, o tempo em que teremos alguma satisfação especial em sermos capixabas. Talvez sim, talvez não, mas mais que isso é doentio. Deve-se estar sempre muito atento quanto a tal cuidado, porque há os restantes brasileiros, cujo trabalho e diário empenho, ano após ano, deve ser respeitado. Sair de uma condição de deboche quanto ao que é do ES para uma era de escarnecimento quanto ao que não é equivale a passar de uma escravidão a outra.

                            Tal oportunismo, o excesso de oportunidades, não é garantia de felicidade, nem de longe. Pode ser que uma família particularmente predadora se sinta feliz no interior de sua existência e, no entanto, seja amplamente odiada de fora, como foram os Bórgias, tão poderosos e detestados.

                            As lideranças não devem de modo nenhum apoiar esse tipo de manifestação. Pelo contrário, devem contraditá-las, pois excessos não levam a nada de bom.

                            Vitória, sexta-feira, 27 de agosto de 2004.

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