O
Andar de Cima
No livro de Luiz Felipe Pondé, Filosofia
para Corajosos (Pense com a própria cabeça), 7ª edição, São Paulo,
2016, na página 29, ele coloca:
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“Quem nunca leu nada não tem opinião sólida
sobre nada, apena achismo, uma opinião vazia, como dizia Platão, quando fazia
diferença entre ter opinião (doxa) e conhecer algo (episteme) ”.
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Pegue o texto anterior a este, Filosofia em Primeira Peçonha para ver
que no Brasil, principalmente, no mundo um tanto menos, chovem malcriações e
xingamentos de todo tipo, inaudita violência, que não conhecíamos antes das
redes sociais. Não são os 63 anos, sempre detestei isso; falávamos palavrões de
forma contida; perto de pai e mãe ou qualquer pessoa mais velha ou de fora do
grupo, nunca – escrever, jamais, exceto em situações especialíssimas. Não se
trata de as novas gerações serem perversas, cada qual sempre acredita nisso.
Agora estamos vendo uma avalanche de
palavrões na Web.
O “andar de cima”, os mais bem-colocados em
riqueza, poder, fama e até beleza, mesmo as mulheres falam assim agora,
vulgarizando tudo, quando antes o mal era a elitização.
Aqui quero falar de opinião/conhecimento.
QUADRO
DOS OPERADORES
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Iluminante.
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8
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Episteme, conhecimento.
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Andares de cima, os que possuem formação
vinda de fora ou autodidata.
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Iluminados.
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7
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Santos-sábios.
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6
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Estadistas.
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5
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Pesquisadores.
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4
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Doxa, opinião.
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Andares de baixo, os que são domesticados,
a que se impõe métrica.
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Profissionais.
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3
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Lideranças.
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2
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Povo.
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1
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Se o lado de cima anda de qualquer jeito,
como se comportará o lado de baixo? Isso que estão fazendo não é democracia, é
sujeira, patifaria. O lado de cima deve fazer as coisas com conhecimento de
causa, com sabedoria, que o lado de baixo imitará com gosto, pois não quer
piorar, quer melhorar – os pobres não desejam trabalhar afanosamente para chegar
a miseráveis, querem chegar à classe média, esta a médio-altos e assim por
diante.
Os de baixo querem conhecimento firme, não
opiniões, que quaisquer uns estão dispostos a oferecer o tempo todo, estão
ansiosos a “dar de graça”, como diz o povo. O povo olha esperançosamente para
cima, querendo imitar gestos, roupas, procedimentos, alimentos – como disse
Joãozinho Trinta, quem gosta de pobreza é intelectual. Os pobres olham os mais
apurados, visando imitá-los em tudo.
Os de cima que andem certo na vida em tudo,
com conhecimento. Candidatou-se, tem de cumprir as promessas.
Vitória, sábado, 15 de julho de 2017.
GAVA.
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