O Programáquina das
Cavernas e a Nova Tarefa dos Paleontólogos
Como a gente lê
(pouco) o desinteressante espaçotempo paleontológico (páleo, antigo; onto, ser,
logos, estudo: estudo do ser antigo) e antropológico (antropos, homem), há
saltos mortais, porque nada é explicitado dos 100 milhões de anos primatas, dos
10 milhões de anos hominídeos e dos 100, 50 ou 35 mil anos sapiens, fora os
ossos todos descobertos, aos milhares catalogados nos museus do mundo inteiro.
Não há sugestão de uma linha e agora com o Modelo da Caverna tudo aquilo me
parece pura enrolação, pois não é lógico que os homens em caça levassem
mulheres e filhotes, como que indo, nas pinturas que vemos, todos a um alegre
piquenique de domingo. A coisa era bem outra.
Pelo contrário,
seria preciso, como está despontando até como exigência do MC, que se fizesse
um programa autônomo, baseado em condições que as vontades humanas não pudessem
alterar para adequar-se. Ele deveria rodar sem intervenções, para vermos os
resultados. O MC proporcionará, na evolução, exatamente isso. Com os chimpanzés
passaram a hominídeos e estes a sapiens? Como entraram e saíram das cavernas? O
que esta Caverna geral fez conosco, como nos moldou? Como a Caverna se transformou em cidades?
O MC não diz que isso é súbito ou
mágico. Tudo é processo que é temporalizado, é espacializado, isto é, que se
construiu no espaçotempo de forma bem determinada. É uma escada em que se dá
passos firmes em degraus, um de cada vez, sem escamoteamento. Passo por passo
tudo é explicado. Entram nas cavernas, aparece o primeiro casulo, há uma
embolação lá dentro com entupimento geral, borbulha para fora, há separação das
bolhas, que vão andando para diante até se perderem nas distâncias e esquecerem
as cavernas de onde partiram; de redondas as cidades vão se tornando quadradas,
indicando a passagem do domínio feminino para o poder masculino, até chegarmos
às cidades superquadradas de hoje. Todas essas passagens foram suprimidas na
contagem das escolas antigas (posso dizer assim, agora) de paleontologia.
Tudo terá de ser
revisto. É como se estivesse nascendo atualmente, com tremenda pressão
revolucionária.
Vitória, sábado, 21
de agosto de 2004.
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