sábado, 15 de julho de 2017


O Programáquina das Cavernas e a Nova Tarefa dos Paleontólogos

 

                            Como a gente lê (pouco) o desinteressante espaçotempo paleontológico (páleo, antigo; onto, ser, logos, estudo: estudo do ser antigo) e antropológico (antropos, homem), há saltos mortais, porque nada é explicitado dos 100 milhões de anos primatas, dos 10 milhões de anos hominídeos e dos 100, 50 ou 35 mil anos sapiens, fora os ossos todos descobertos, aos milhares catalogados nos museus do mundo inteiro. Não há sugestão de uma linha e agora com o Modelo da Caverna tudo aquilo me parece pura enrolação, pois não é lógico que os homens em caça levassem mulheres e filhotes, como que indo, nas pinturas que vemos, todos a um alegre piquenique de domingo. A coisa era bem outra.

                            Pelo contrário, seria preciso, como está despontando até como exigência do MC, que se fizesse um programa autônomo, baseado em condições que as vontades humanas não pudessem alterar para adequar-se. Ele deveria rodar sem intervenções, para vermos os resultados. O MC proporcionará, na evolução, exatamente isso. Com os chimpanzés passaram a hominídeos e estes a sapiens? Como entraram e saíram das cavernas? O que esta Caverna geral fez conosco, como nos moldou?             Como a Caverna se transformou em cidades?

O MC não diz que isso é súbito ou mágico. Tudo é processo que é temporalizado, é espacializado, isto é, que se construiu no espaçotempo de forma bem determinada. É uma escada em que se dá passos firmes em degraus, um de cada vez, sem escamoteamento. Passo por passo tudo é explicado. Entram nas cavernas, aparece o primeiro casulo, há uma embolação lá dentro com entupimento geral, borbulha para fora, há separação das bolhas, que vão andando para diante até se perderem nas distâncias e esquecerem as cavernas de onde partiram; de redondas as cidades vão se tornando quadradas, indicando a passagem do domínio feminino para o poder masculino, até chegarmos às cidades superquadradas de hoje. Todas essas passagens foram suprimidas na contagem das escolas antigas (posso dizer assim, agora) de paleontologia.

                            Tudo terá de ser revisto. É como se estivesse nascendo atualmente, com tremenda pressão revolucionária.

                            Vitória, sábado, 21 de agosto de 2004.

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