O Lobato da África
De início pensei
serem dois, caso único, mas depois concluí que tem de ser necessariamente
apenas um, pelas razões que vou expor.
Se existe um arco de
montanhas ao norte (a Cadeia do Atlas) deve haver, pela teoria, um cráton ao
sul, para os lados do Maciço de Adamoua, com um canal Lobato intermediário
(chamemos de Lobato Africano Um, LA1);
por outro lado, aquém do arco de montanhas a leste (desde a África do Sul até o
Maciço da Etiópia e além) deve existir um cráton a oeste, coincidindo então com
o Maciço de Adamoua, com um canal Lobato intermediário (a que daremos o nome de
Lobato Africano Dois, LA2).
Eles não podem ser senão o mesmo, com um Lobato único subindo do sul para norte
ao longo do arco leste, que se fundirá futuramente com o arco norte em
formação. Então, LA1 = LA2 e o canal Lobato é um só, o Lobato Africano (que chamarei de LAF,
porque já dei a sigla LA ao Lobato da Austrália). É um arco único, imenso, que
vai formando um U muito aberto da África do Sul até o Egito e daí ao Marrocos.
O LAF bordeava o
Maciço de Adamoua, contornando-o, e ele era tão somente uma ilha, sendo outras
o Hoggar e o Tibesti. Contudo, o Maciço Adamoua não tem feições de cráton (o
que os geólogos dirão) de modo que o cráton verdadeiro estará em outro lugar.
Onde será? A resposta está do outro lado do Atlântico, no Brasil, porque o
Planalto Brasileiro é o cráton central de ambos os continentes (o Planalto da
Guiana não passa de uma ilha adjacente). Assim, há 273 milhões de anos atrás,
quando caiu o grande meteorito, ele incidiu em ângulo e deve ter caído no
Brasil, como já apontei, empurrando o cráton para oeste e para sul, sudoeste,
enquanto em contrapartida a África toda ia subindo na direção-sentido
contrário, de sul para norte e para leste, como resumo para o nordeste.
Desse modo, os
continentes não tinham as formas que são apontadas nos mapas. A África não
estava pronta, como aparece freqüentemente, com os contornos delineados; pelo
contrário, nada dela existia, ao contrário do Brasil, em que pelo menos havia o
cráton. A África toda apareceu nos últimos 273 milhões de anos. Assim, no
grande arco em U há gás, como sempre, enquanto no interior todo, que era fundo
de mar, há petróleo, inclusive no Saara. A África toda era gigantesco Oceano, que
emergiu como o solo atual. Portanto, tanto produziu quanto armazenou colossal
quantidade de petróleo, que pode ser buscado, pois deve ser achado com fartura.
A questão do petróleo que já se achou além dela, na Arábia e outros lugares, é
outra, que apontarei depois.
Vitória, sábado, 14
de agosto de 2004.
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