sábado, 15 de julho de 2017


Himalaia, Onde as Placas se Encontraram

 

                            De pensar comecei a ver que os 1,3 mil km de largura da cadeia de montanhas do Himalaia, lá onde a placa euro-asiática monta sobre o subcontinente indiano - na parte hindu da placa indo-australiana - tem uma história diferente da que é apresentada nos textos.

                            Pense num livro subindo sobre outro e se colocando parcialmente sobre ele, de tal modo que a capa de cima está separada não apenas sua espessura da mesa, mas a espessura do segundo também, isto é, duas espessuras.

                            O engano quando a isso veio de que os Atlas geográficos sempre mostram uma placa mergulhando quase na vertical, afundando diretamente no manto e sendo como que dissolvida, consumida inteiramente, como se vê na página 114 do Grande Atlas Mundial da Editora Globo, a partir de Selecções do Reader’s Digest; também na página 23 do Atlas Geográfico Mundial, da Folha de São Paulo, após o The New York Times; igualmente na página 14 do Atlas da Terra, de Susanna van Rose; bem como na página 22 do Atlas dos Oceanos, de Anita Ganeri – tal unanimidade deve vir da compreensão geral dos geólogos em toda parte e foi isso que esposei automaticamente, porque o apontamento coletivo era esse.

                            Mas andei pensando que os granitos, sendo péssimos condutores de calor (segundo uma conversa com o professor pós-doutor JLCNG, da engenharia da UFES, na vice-reitoria, agosto/2004), não devem ser consumidos imediatamente pelo calor intenso do manto, preservando-se durante largo tempo; nesse ínterim eles se mantém relativamente íntegros, enfiando-se muito profundamente debaixo dos outros (caracteristicamente, no Himalaia, 1,3 mil quilômetros; noutros, menos). Deveríamos medir quanto cada placa montou na outra. Parece que no Himalaia foi mais, a seguir nas Rochosas e deveríamos mensurar precisamente quanto dos Alpes na Europa, dos Andes na América do Sul e quanto dos demais em toda parte.

                            Porque isso leva a crer que o esfriamento dessas cadeias de montanhas não se deva somente às altitudes elevadas, mas principalmente porque debaixo há um tampão. Claro, onde há montanhas elevadas não poderemos separar os efeitos, mas devemos ter lugares onde as montanhas não se elevaram tanto assim e não obstante é mais frio do que esperaríamos somente das altitudes. Creio que os geólogos poderão testar a hipótese.

                            Vitória, quinta-feira, 19 de agosto de 2004.

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