Himalaia, Onde as Placas se
Encontraram
De pensar comecei a
ver que os 1,3 mil km de largura da cadeia de montanhas do Himalaia, lá onde a
placa euro-asiática monta sobre o subcontinente indiano - na parte hindu da
placa indo-australiana - tem uma história diferente da que é apresentada nos
textos.
Pense num livro
subindo sobre outro e se colocando parcialmente sobre ele, de tal modo que a
capa de cima está separada não apenas sua espessura da mesa, mas a espessura do
segundo também, isto é, duas espessuras.
O engano quando a
isso veio de que os Atlas geográficos sempre mostram uma placa mergulhando
quase na vertical, afundando diretamente no manto e sendo como que dissolvida,
consumida inteiramente, como se vê na página 114 do Grande Atlas Mundial da Editora Globo, a partir de Selecções do
Reader’s Digest; também na página 23 do Atlas
Geográfico Mundial, da Folha de São Paulo, após o The New York Times;
igualmente na página 14 do Atlas da
Terra, de Susanna van Rose; bem como na página 22 do Atlas dos Oceanos, de Anita Ganeri – tal unanimidade deve vir da
compreensão geral dos geólogos em toda parte e foi isso que esposei
automaticamente, porque o apontamento coletivo era esse.
Mas andei pensando
que os granitos, sendo péssimos condutores de calor (segundo uma conversa com o
professor pós-doutor JLCNG, da engenharia da UFES, na vice-reitoria,
agosto/2004), não devem ser consumidos imediatamente pelo calor intenso do
manto, preservando-se durante largo tempo; nesse ínterim eles se mantém
relativamente íntegros, enfiando-se muito profundamente debaixo dos outros
(caracteristicamente, no Himalaia, 1,3 mil quilômetros; noutros, menos).
Deveríamos medir quanto cada placa montou na outra. Parece que no Himalaia foi
mais, a seguir nas Rochosas e deveríamos mensurar precisamente quanto dos Alpes
na Europa, dos Andes na América do Sul e quanto dos demais em toda parte.
Porque isso leva a
crer que o esfriamento dessas cadeias de montanhas não se deva somente às
altitudes elevadas, mas principalmente porque debaixo há um tampão. Claro, onde
há montanhas elevadas não poderemos separar os efeitos, mas devemos ter lugares
onde as montanhas não se elevaram tanto assim e não obstante é mais frio do que
esperaríamos somente das altitudes. Creio que os geólogos poderão testar a
hipótese.
Vitória,
quinta-feira, 19 de agosto de 2004.
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