Guerra Criadora
Para meu eterno
pavor descobri na Rede Cognata que uma das traduções de guerra é CRIADORA =
ÚTERO = ÁRVORE = CORTADORA = GERADORA, etc. Sempre tive raiva da guerra, porque
ela destrói as preciosas pessoas e as obras ambientais. O nosso primeiro
momento é esse de uma visão direta, instantânea, de repulsa por algo que fere.
Contudo, o modelo é
impositivo, porque a soma zero dos pares polares opostos/complementares nos diz
que o par paz/guerra é 50/50. Não é apenas a paz que constrói, não é apenas a
guerra que destrói, pois cada par oscila diante de todos os outros, digamos
alegria/tristeza, dor/satisfação e assim por diante. Há alegria na paz e na
guerra, há tristeza na guerra e na paz. Há dor na paz e na guerra, há
satisfação na guerra e na paz.
Acontece mesmo de
tudo.
A guerra é tanto
destruidora quanto criadora, a paz é tanto criadora quanto destruidora. E a
maior novidade vem de a Rede Cognata (veja Livro 2, A Construção da Rede e da Grade Signalíticas) afirmar que a guerra
é mais criadora que destruidora. Como eu já havia visto antes, rompendo os
laços a guerra permite novas formações de alianças desimpedidas e crescimento
noutros sentidos não-vistos e não-trilhados antes. Não só se cria o heterodoxo,
porque são necessárias soluções novas, como se cria num ritmo muito mais agudo,
porque imperioso que assim seja em vista das pressões dos adversários. O
passado de antes de 1939, com seus compromissos mesquinhos, fechados sempre nas
mesmas PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas dominantes) e nos
mesmos AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e alianças mundiais
preferenciais), abre-se depois de 1945 numa série de outras ligações. Seria
interessante focar dessa forma, fazendo um livro com esse título “Antes de 1939
e Depois de 1945” com máquinas, aparelhos, instrumentos, casas, carros, aviões
e o resto todo. Esse corte de seis anos significou, claro, rompimento com o
passado; tudo que vinha antes teve de se enquadrar nos novos moldes inventados.
Desafogou, por assim dizer. Desobstruiu de todos aqueles passados rançosos,
sebosos, sufocantes.
A guerra em si pode
ser ruim, mas que ela é criadora lá isso é mesmo; ninguém a deseja, mas quando
ela vem é para criar novos cenários e novas pulsações. Ninguém a pede, mas cada
um e todos agradecem seus produtos.
Vitória,
sexta-feira, 27 de agosto de 2004.
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