Globo de Flechas
Veja no artigo
anterior, neste Livro 92, Planisfério de
Todas as Flechas, que supomos não-existente o tempo para obter o artifício
educativo de sobreforçar a memória do leitor no sentido de impressioná-lo,
cavando sulcos profundos para levá-lo a sobreestudar as quedas de meteoritos e
as flechas que os representarão. Essa forte impressão provocará, quem sabe, o
efeito desejado de lançar o estudante a sobredeterminações em cascata no
sentido de outras qualificações fenomênicas, isto é, de ligar outros fenômenos
às quedas. De fato, não tem tanto significado assim, mas é um auxílio, formidável
neste instante em que nada sabemos. E depois permanecerá uma curiosidade -
ainda que risível para a posteridade - aos geo-historiadores, tomado assim como
um desses mecanismos que o tempo lança para avançar.
Para o
prosseguimento dos estudos interessa mesmo é a determinação geral e completa de
todas as flechas temporalizadas, isto é, existindo no tempo e no espaço. ONDE e
QUANDO caíram efetivamente os meteoritos? É isso que precisamos saber. Uma
representação esquematizada, esvaziando-se o real dos excessos que
comprometeriam a visão direta, é esperada; transcorrendo no metro temporal de
milhão de anos veríamos as quedas ocorrendo e provocando as mudanças
esquemáticas, desconsiderados os continentes em suas demonstrações completas,
como as vemos desde baixo e de muito perto.
Um globo-esquemático
girando no espaçotempo esquemático (ETE) pode ajudar muito; flechas pequenas e
grandes, indicando a quantidade de movimento, com círculos na ponta delas
mostrando os volumes e as massas (metade do círculo o volume, a outra metade a
massa, ou m/v = d, densidade implícita), tudo na base visual, com números
anexos se desejarmos quantificar. Os efeitos se espalhariam na crosta, gerando
os movimentos dos crátons, criando os continentes esquemáticos que
representarão os que conhecemos; por fim os efeitos esquemáticos seriam
mostrados como reais, no término da construção com o apertar de botões, quando
se desejasse. Pareceria um “São Sebastião das flechadas”, um globo todo
espetado de flechas, mas seria legal. E, depois, as flechas já extintas em seus
efeitos passados poderiam continuar virtualmente ali, como fantasmas, sem
interferirem no passar do tempo, apenas para vermos onde estiveram.
Vitória, sexta-feira,
27 de agosto de 2004.
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