quarta-feira, 19 de julho de 2017


Filmando em Profundidade os Preconceitos

 

                            Dois filmes.

                            PRECONCEITO DE COR

Cidades e países onde os literalmente de cor (azul, vermelha, amarela, etc.) são discriminados. Num país são os amarelos, enquanto noutros os verdes e assim por diante, de modo que cada gente acha motivo para desconfiar das outras cores. Argumentos intensos, vida comum, tudo transcorrendo como num filme trivial com enredo, só que as pessoas justificarão seus preconceitos, achando sua suposta racionalidade, que soará propositalmente esdrúxula ou esquisita ou desfocada aos espectadores. Claro que serão os mesmos que temos, só que em vez de negros e índios, esses de cor. Com a modelação computacional é possível tornar a pele das pessoas de qualquer cor. Amarelos serão os negros, os brancos, os índios, os orientais e do mesmo modo os de outras cores. Nas universidades acharão motivos que sustentam serem as cores perigosas. Professores discursarão sobre as razões históricas da desconfiança.

PESSOAL SEM PROFUNDIDADE

Crianças são separadas, os parentes vendo com horror a mistura delas, como se fosse uma praga. Pessoas estreitas, mas com certa profundidade, evitando as pessoas sem profundidade, mas com certa largura de vida, como ricos e pobres. Certo contestador discute com o pai e a mãe dizendo que se todos se juntassem poderiam ser ao mesmo tempo largos e profundos, mas é levado ao psiquiatra, que o entope de remédios. A moça sonha como seria a vida de filhos largo-profundos e sai de casa, encontrando o tal contestador. Segue-se a perseguição, os dois são presos e “reeducados” para seguirem suas vidas; ela, com certeza, está grávida e foge novamente, passando a viver no gueto dos largo-profundos, pois outros já trilharam a mesma senda. Seguem-se debates entre os largo-profundos e eles migram para constituir uma nova socioeconomia em terras distantes. Mas esses que foram, tendo construído uma S/E próspera e desenvolvida, depois também se tornam opressores dos altos e dos baixos, os quais igualmente têm combatido a união heterodoxa produtora de médios alto-baixos. Alto-baixos e largo-profundos se aproximam e sonham com o futuro, etc.

Em resumo, é o preconceito que deve ser estudado em profundidade, em todo o mundo, pois não se pode tolerá-lo.

Vitória, sábado, 04 de setembro de 2004.

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