domingo, 16 de julho de 2017


Escola de Caça e a Políticadministração como EC

 

                            Depois que vi as atividades dos meninos como preparação para a caçada de outrora, em quase tudo que é masculino passei a ver essa incubação racional DOS HOMENS (machos e pseudofêmeas) caçadores do Modelo da Caverna.

                            Por exemplo, há em Jardim da Penha, como em vários locais do país, que copiou os EUA e o mundo, as tais Lan (Local Area Network, Área Local de Rede, não sei traduzir direito) House, quer dizer, Casa LAN, que não passa de uma escola de caça disfarçada, onde os meninos vão aprender a preparar-se para investigar a presa e capturá-la. Não existe mais a caça antiga, para a qual os jovens pretendentes eram treinados pelos maduros e os velhos guerreiros, mas há agora as novas versões, muito mais variadas e dinâmicas. São as ESCOLAS DOS CAÇADORES VIRTUAIS, dissimuladas como eventos cibernético-eletrônicos.

                            Por outro lado, para adultos há outro sistema, que é duplo: 1) política no Estado; 2) administração nas empresas. A política, digamos, está representada simbolicamente pelo Toni Ramos na novela da Globo, Cabocla, onde ele interpreta o coronel Bonerges (do PCB, partido do Coronel Bonerges), gesticulando muito e se enfurecendo, liderando seu grupo de caça em predação-racional, pois não visa bicho ou animal e sim gente, embora sem estripar, sem dilacerar fisicamente. Mas tudo se passa como se fossem tomar o campo do inimigo, preparando armadilhas. Claro que as coisas não podem ser reduzidas, sob pena de se perder a totalidade, que é o que dá graça; mas a contração cuidadosa nos permite a indução verdadeira que tem enorme significado, porque aponta transientes, os moldes que transitam entre um e outro tipo de expressão, dos mais baixos aos mais altos. Os tecnocientistas vem usando classicamente esse tipo de redução proporcional.

                            Resulta disso que a política é formestrutura substitutiva de caça, é predação também, predação política. E será melhor prateoria se for tratada como caça, com um grupo cercando pela direita, outro pela esquerda, outro atacando pelo centro e todos se preparando antecipadamente com grande apuro. É uma guerra, como outra qualquer, só que em geral não há mortos e feridos. Nem sempre, pelo menos. Ou, não sempre pelo menos nos países civilizados.

                            Vitória, domingo, 29 de agosto de 2004.

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