Durante a Formação
dos Lobatos
Já sabemos bastante
em teoria sobre os Lobatos, em especial sobre o LAS, Lobato da América do Sul.
Em nossa mente podemos vê-lo: 1) o cráton caminhando sudoeste desde a junção
com a páleo-África; 2) o páleo-arco de montanhas, o páleo-Andes emergindo do
assoalho do antigo Pacífico; 3) o Lobato sendo desenhado aos poucos como o
grande canal.
Isso tudo é teoria.
Agora, e a prática?
Precisamos dos dados
de campo, que virão das perfurações realizadas onde apontado pela teoria,
particularmente nas páleo-fozes, e das percussões com bombas detonadas na
superfície, como se usa fazer na pesquisa geológica já desde algum tempo.
Precisamos ardentemente dos próximos 30 anos de busca, quando a compreensão do
mundo mudará radicalmente e uma nova geração de visionários emergirá para ver o
futuro com outros olhos.
Que acontece MESMO
durante a formação do LAS?
A visão qualitativa
e imprecisa é muito melhor do que o que tínhamos antes, porém do mesmo modo
como a tecnociência mensuradora e quantitativa é melhor que a filosofia
dissertativa de antes aqui também a procura em campo será por várias ordens de
grandeza melhor, mais precisa, firmando nossos pés no caminhar. Falar de uma
imensidão de lagos não nos diz onde os peixes antigos nadavam, nem onde
deixaram suas carcaças; dizer que os lodaçais “estavam por lá”, vagamente, não
dá direção-sentido aos paleontólogos. Do qualitativo não emergiria nada se não
firmássemos nosso olhar dedicado, de modo a perceber as nuanças dimensionais,
vindas da contagem atenta.
Nisso, milhares
terão estado escavando, perfurando profundamente, socando para colher ondas que
tragam notícias, e iremos conhecer a formação dos Lobatos como as palmas de
nossas mãos, até mais, porque não olhamos para elas tanto quanto olharemos para
eles. De podermos chegar num cruzamento longitude-latitude-altitude qualquer e
dizer: aqui houve um lago de tantos milhares de km2.
Vitória, sábado, 21
de agosto de 2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário