sexta-feira, 14 de julho de 2017


Duas Telas

 

VIDAGAME (em lugar de videogame; poderia também ser JOGOVIDA, mas não divertiria tanto)

·       Um roteiro bem estruturado porém comum, com corridas e perseguições à americana, como se fosse um filme desses de policiais e bandidos (que é o faroeste de agoraqui). Só que, depois de 2/5 do início decepcionantemente o artista principal morre - um qualquer grande ator do cinema –, há game-over (jogo terminado) e se vê duas figuras (humanas ou não), sempre muito avançadas, tirando os capacetes da cabeça. Então se inicia a segunda fase do jogo, eles mesmos numa vida corriqueira que se desdobra em ações, digamos de guerra ou outra qualquer, quem sabe um drama histórico futuro, e a 4/5 do total também este termina, surgindo um terceiro filme, do qual a conclusão só poderia ser, pela indução mais simples, que se trataria também de VIDAGAME, uma loja de jogos “reais” de imersão total a que as pessoas iriam para viverem TOTAL RECALL (reconvocação total como em O Vingador do Futuro, com Arnold);

·       INVENTANDO PAPAI: como se tivesse um prestigioso jovem multibilionário do futuro encomendado um passado reconstruído do pai e da mãe, passando-se esse filme como se veria num script bem construído; depois começa outro, em que os mesmos personagens já vivem outras estórias, como se os artistas de filmes atuais fossem pais e mães reconstruídos para jovens do nosso futuro. E assim se vê uma loja em que tais reconstruções são compradas por gente endinheirada. O rapaz lista as características que deseja, ao mesmo tempo em que passa na tela do lado a vida real do pai e da mãe, naturalmente muito mais simples e corriqueira. Será que não somos inventados por “deuses” que desejam imagens melhores de si?

Acho que mais gente deveria se empenhar em inventar roteiros divertidos para cinema, pois essa é uma das maiores e mais perfeitas diversões.

Vitória, quinta-feira, 19 de agosto de 2004.

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