quarta-feira, 19 de julho de 2017


Desenvolvimento Geográfico do ES

 

                            Já vimos que o passado é tempo e é história; o presente é espaço e é geografia. Passado é sobre o quê não podemos mais intervir ou interferir, presente é onde se travam as guerras. Passado FOI guerra, mas não é mais; é paz, paz de cemitério, porque nele todos estão mortos (nós, não, mas não somos do passado, somos do presente – porisso não se pode propriamente falar de quem está vivo como sendo do passado, por mais velho que seja; o que aconteceu mesmo foi que conviveu com os mortos, daí podendo dizer deles diretamente, prestar testemunho: é a história ou MENTIRA VIVA).

                            Ora, falar do passado do Espírito Santo é falar da morte dele, de tudo dele que já morreu; ao passo que falar do presente do ES é falar da guerra que está em curso. Paz ou passado é sobre aquilo que fantasiamos, aquilo que distorcemos; presente é onde nos digladiamos por espaço e riqueza, por prestígio e poder, por mulheres e fama.

                            Pode-se dizer que o Espírito Santo ESTÁ EM GUERRA, dado que estar é sempre estar no presente; desse jeito a geografia do ES interessa a todos os revolucionários capixabas. Tempo ou passado ou história é QUANDO; espaço ou presente ou geografia é ONDE. Onde estamos? Quando fizemos tal ou qual coisa que nos trouxe onde estamos: que história do ES nos trouxe à geografia do ES?

                            Como o mundo é, queiram ou não os puristas, um mundo de classes, havendo nitidamente duas, a burguesia e o proletariado, estando o mundo em guerra de classes (porque, por hipótese, estamos no presente e o presente é todo ele guerra) o ES também está: há uma GUERRA GEOGRÁFICA DE CLASSES pelo apossamento do presente (e, através dele, do futuro) do ES. Tudo que se faz agora é parte dessa guerra, inclusive as várias versões históricas que ocultam o passado ou adoçam-no como favor à burguesia, à classe dominante.Assim, o desenvolvimento geográfico do ES e a compreensão geográfica desse desenvolvimento são importantíssimos, vitais, cruciais, fundamentais.

                            Como são duas classes que se opõe em seus propósitos, deve haver DOIS ENSINAMENTOS da geografia. Já que não há, a geografia não vem sendo bem ensinada. O ensino atual dela, por ser monopólio da burguesia, por ser hegemônico é inautêntico, parcial, unilateral.

                            Vitória, segunda-feira, 06 de setembro de 2004.

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