Desenvolvimento
Geográfico do ES
Já vimos que o
passado é tempo e é história; o presente é espaço e é geografia. Passado é
sobre o quê não podemos mais intervir ou interferir, presente é onde se travam
as guerras. Passado FOI guerra, mas não é mais; é paz, paz de cemitério, porque
nele todos estão mortos (nós, não, mas não somos do passado, somos do presente
– porisso não se pode propriamente falar de quem está vivo como sendo do
passado, por mais velho que seja; o que aconteceu mesmo foi que conviveu com os
mortos, daí podendo dizer deles diretamente, prestar testemunho: é a história
ou MENTIRA VIVA).
Ora, falar do
passado do Espírito Santo é falar da morte dele, de tudo dele que já morreu; ao
passo que falar do presente do ES é falar da guerra que está em curso. Paz ou
passado é sobre aquilo que fantasiamos, aquilo que distorcemos; presente é onde
nos digladiamos por espaço e riqueza, por prestígio e poder, por mulheres e
fama.
Pode-se dizer que o
Espírito Santo ESTÁ EM GUERRA, dado que estar é sempre estar no presente; desse
jeito a geografia do ES interessa a todos os revolucionários capixabas. Tempo ou
passado ou história é QUANDO; espaço ou presente ou geografia é ONDE. Onde
estamos? Quando fizemos tal ou qual coisa que nos trouxe onde estamos: que
história do ES nos trouxe à geografia do ES?
Como o mundo é,
queiram ou não os puristas, um mundo de classes, havendo nitidamente duas, a
burguesia e o proletariado, estando o mundo em guerra de classes (porque, por
hipótese, estamos no presente e o presente é todo ele guerra) o ES também está:
há uma GUERRA GEOGRÁFICA DE CLASSES pelo apossamento do presente (e, através
dele, do futuro) do ES. Tudo que se faz agora é parte dessa guerra, inclusive
as várias versões históricas que ocultam o passado ou adoçam-no como favor à
burguesia, à classe dominante.Assim, o desenvolvimento geográfico do ES e a
compreensão geográfica desse desenvolvimento são importantíssimos, vitais,
cruciais, fundamentais.
Como são duas
classes que se opõe em seus propósitos, deve haver DOIS ENSINAMENTOS da
geografia. Já que não há, a geografia não vem sendo bem ensinada. O ensino
atual dela, por ser monopólio da burguesia, por ser hegemônico é inautêntico,
parcial, unilateral.
Vitória,
segunda-feira, 06 de setembro de 2004.
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