domingo, 16 de julho de 2017


Balançando Öort

 

                            Como se sabe, Öort é imensa nuvem de cometas que fica orbitando o sistema solar a 0,5 ano-luz; possui um número incalculável de cometas de todos os tamanhos.

                            Como perguntou Clara, minha filha, há um ano e meio atrás “que mecanismo responde por isso? ” Que mecanismo responde pela queda de meteoritos de 26 em 26 milhões de anos? Tendo informação sobre o de 65 milhões de anos atrás no Iucatã, México, que extinguiu os dinossauros, podemos recuar até a abertura da era deles há 273 milhões de anos, o que dá 208 milhões de anos para uma volta completa do sistema solar em volta da Galáxia, a Via Láctea. Há um relógio de 8 horas (8 x 26 = 208); quando passa no ponto inicial de contagem cai um grande ou um supergrande. Em G-65 foi grande, em G-273 foi supergrande. Como em G-689 foi um supergrande, pois abriu a explosão cambriana, podemos estimar que em G-481 foi grande. Que mecanismo responde por isso? Podemos pensar que o relógio de oito horas vem de uma costura para cima e para baixo, descendo e subindo no plano galáctico, assim como aconteceria no plano da eclíptica solar. Caiu um há 13 milhões de anos, estamos em baixo (ou em cima), daqui a outros 13 milhões de anos passaremos novamente pelo plano e cairá outro (assim como nos demais planetas do sistema solar). Não podem estar no plano porque o Sol, mesmo nos 10 bilhões de anos da via Láctea tendo dado somente 25 voltas nela, abriria fatalmente buracos; então é coisa de dentro. E não pode ser, também, porque a Nuvem Cometária de Öort impediria a penetração dos projéteis, retendo-os (mas, talvez, pelo lado de dentro esses cometas interpostos se movimentassem). Poderia acontecer, acredito, que o Sol ao passar pelo plano se aproxime de uma estrela ou constelação. Aliás, toda nossa constelação passaria perto de outra. Se isso acontecesse, Öort seria puxada na direção-sentido da estrela ou constelação, para fora do sistema, do outro lado acontecendo o contrário, para dentro; enfim, Öort balançaria, chacoalhando de um e outro lado.

                            Fosse pelo menos provável impacto ou pela tração gravitacional, cometas seriam movidos de lugar (eventualmente algum batendo em Kuiper ou no Cinturão de Asteróides). Balançou um pouco alguns se desprenderiam e iniciariam o mergulho rumo ao Sol. Todos os objetos internos seriam atingidos por um ou vários cometas e asteróides, maiores ou menores conforme os puxões gravitacionais. Naquele ponto zero, daqui a 143 milhões de anos, um supergrande cairia (pois o G-65 foi grande).

                            Vitória, sexta-feira, 27 de agosto de 2004.

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