As Páleo-Fozes e a
Mineração do Futuro
Como visto em Globo das Páleo-Fozes, neste Livro 91,
determinar onde elas ficam é crucial, é fundamental, é condição de embasamento
do novo futuro. Porque, veja, o rio Amazonas, que é um consórcio, uma sociedade
de rios, existe faz relativamente pouco tempo. Se o LAS, Lobato da América do
Sul, existe há menos de 65 milhões de anos, o Amazonas é necessariamente mais
jovem; na realidade, como demorou em levantar o solo e os páleo-rios ficaram
por ai por longo tempo, ele deve ser bem recente no seu desenho final. Chutei
que está pronto desde menos de um milhão de anos do fechamento inicial até 10
mil anos desde a conformação final. Os geólogos darão a palavra derradeira.
O rio Amazonas
derrama uma quantidade inacreditável de água no mar a cada segundo; tal
quantidade não é maior que a soma dos páleo-rios que deram origem aos novos
rios cujo desenhos vemos hoje convergindo como tributários do grande rio. Ora,
essas páleo-bacias levavam às páleo-fozes, na soma, água igual à do Amazonas
hoje; ou mais, dado que nos interstícios interglaciais mais água derretida ia
para a atmosfera e caía como chuva.
Assim, nas páleos-foz
deve haver algo de muito volumoso, em termos de solo carreado pelos páleo-rios
das páleo-bacias. Eles ficaram minerando por bilhões de anos e depositando
quase sempre nos mesmos lugares, com pouca diferença de um ponto para outro.
Suponha um cone cujo eixo esteja na vertical e o vértice para cima, com a base
no fundo do páleo-mar: esse cone foi sendo trasladado lentamente para diante da
proto páleo-foz de modo que, andando, criou um piso onde os depósitos foram
sendo realizados. É como um cone que foi sendo arrastado sinuosamente. Há um
páleo-assoalho desenhado no fundo do mar, onde encontraremos os depósitos. O
Amazonas faz isso, como todos os rios fazem; acontece, porém, que no fundo do
Atlântico atual, diante da Ilha de Marajó, onde está a superfoz do Amazonas, é
mar com águas revoltas, sendo difícil minerar. Já em terra, não, porque a
páleo-foz está estática, paradinha. Basta escavar em espiral para chegar ao
fundo – os minerais não vão se mover, nem as ondas irão mover as escavadoras.
Todas as vantagens sem desvantagem nenhuma. E são tantas páleo-fozes quanto os
tributários do Amazonas: dezenas e dezenas de grandes tributários e, portanto,
dezenas e dezenas de páleo-fozes.
Vitória,
quinta-feira, 19 de agosto de 2004.
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