sexta-feira, 14 de julho de 2017


As Novas Mídias e os Novos Jornais

 

                            A velha mídia (TV, Jornal, Revista, Jornal, Rádio, Livro/Editoria e Internet) veio de quem a desenvolveu historicamente, isto é, desde a origem, quem era DO MEIO (para fazer um trocadinho) desde a fundação, mas não precisa mais ser assim. Os “mercenários”, vindos de fora, podem perfeitamente, instituir novos modos de fazer jornal, digamos, TOTALMENTE MOLDADO como projeção de uma grande empresa ou de um banco.

                            Pode parecer que vindo de fora, sem ter um pé fincado no métier, seja impossível ou muito difícil prosseguir, mas o modelo diz que a soma é zero, que tanto haveria dificuldades como facilidades – bastando, como em tudo, persistir até a vitória. Treinar longamente os editores, diretores por área, jornalistas, paginadores e tudo mais, ou terceirizar, colocar um punhado de graduados cujo propósito seja construir um GRANDE JORNAL tanto quantitativa quanto qualitativamente, perseguindo a meta incansavelmente, sempre com o compromisso de dar certo, tendo grande respaldo monetário e financeiro por trás. Contratar os mais competentes, dedicados e revolucionários jornalistas e os mais agitadores economistas e administradores, em resumo, compor um time formidável, invejável em qualquer roda e sustentá-los por quatro anos, que é sempre o prazo para dar tudo bem. Estabelecer uma nova linha programática e ir em frente.

                            Basta um escritório roteador, um centro com vários raios indo até as casas remotas, onde estarão a maioria dos funcionários. Não é preciso mais instalar rotativa, nem salas de composição, nem nada, pois tudo isso é coisa do passado, pertencerá cada vez mais ao ontem e não ao amanhã. Quase todos poderão estar em casa trabalhando via computador, arranjando as mais desafiadoras matérias com toda liberdade, podendo vasculhar à sua maneira, sem nunca se conhecerem uns aos outros, vivendo de notícias dos meios ou tendo contratados para irem atrás deste ou daquele tópico a ser desvendado mais aprofundadamente. Será maximamente um JORNAL VIRTUAL, com os altos gerentes sendo efetivamente os sustentadores, guiando para este ou aquele ramo de notícias, sem qualquer compromisso com a velha guarda e sua rôta prisão às matérias emocionais. De modo algum qualquer sentimento pueril; principalmente racionalidade conduzindo a construção. É o jornal do futuro, que absorverá todos esses de hoje.

                            Vitória, quarta-feira, 18 de agosto de 2004.

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