quinta-feira, 20 de julho de 2017


Alma da MICA

 

                            MICA é memória, inteligência e controle ou comunicação ou verbalização artificiais. “Insuflar” alma na MICA é apenas atribuir-lhe capacidade de verbalização, ou seja, língua.

                            Veja que o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) tem como uma das duplas a tecnociência, de onde sai a pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6). A informática que está correndo aí não é essa Informática/p.4, nível para o qual ainda passaremos, aquele dos seres-novos ou das superacionalidades. A que circula por aí por enquanto é a informática-física (sequer química é ainda). Para criar os novos-seres é preciso dar-lhes novas-racionalidades, quer dizer, novas-línguas, novas capacidades de verbalização.

                            As línguas-de-máquina dos computadores na realidade não são outras línguas e sim modificações (por vezes canhestras) das línguas verdadeiras, das chamadas “línguas altas”. São travestis. Ora, para o supernível superacional dos novos-seres é preciso inventar superlínguas, superverbalizações ou supercomunicações ou supercontroles. Vou usar a letra grega υ (ípsilon, correspondendo à letra V) para significar a capacidade de verbalizar, expor por meio de linguagem. Assim, υ1 seria a capacidade do ser humano, υ2 a superacional e assim por diante. Por conseguinte, precisamos fazer essa passagem notável. E é essa passagem que parece pequena que nos dará a MICA e não apenas a memória artificial, que já temos. Poderíamos conseguir também através da inteligência artificial, mas é mais fácil através da comunicação artificial, trabalhando a passagem por meio da língua. A IA seria até mais autêntica, desse modo, do que se a construíssemos segundo nossos vícios.

                            Vitória, quinta-feira, 09 de setembro de 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário